Com a visita ao Rio de Janeiro, onde falará para mais de dois mil convidados no Teatro Municipal (o discurso na Cinelândia foi cancelado), o presidente Barack Obama encerrará hoje a sua visita de dois dias ao Brasil. Ainda não é possivel avaliar concretamente as consequências positivas dessa visita, mas dez acordos foram assinados durante sua permanência em Brasilia, nenhum, porém, conclusivo ou relacionado com as principais reivindicações brasileiras: o fim da exigência do visto para ingresso nos dois paises; o fim das barreiras alfandegárias para produtos brasileiros e o apoio norte-americano à presença permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Sobre este último ponto Obama enrolou. Reconheceu a liderança do Brasil no continente sul-americano e sua importância mundial, concordou com a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança, com a presença de outros paises, mas sobre a pretensão do Brasil, ao contrário da posição adotada em relação à India, se limitou a dizer que tinha o "maior apreço" pela aspiração brasileira. A presidente Dilma defendeu um comércio mais transparente e justo entre os dois paises e afirmou que "a aliança entre Brasil e Estados Unidos deve ser uma construção entre iguais".
O fato é que os Estados Unidos tem muito interesse no Brasil, daí a visita de Obama, principalmente no nosso petróleo e no nosso mercado consumidor, e pode até afrouxar alguma coisa em termos comerciais, mas dificilmente apoiará a aspiração brasileira de integrar permanentemente o Conselho de Segurança da ONU, porque teme que o Brasil assuma posições contrárias aos seus interesses, como aconteceu no caso do Irã e, mais recentemente, na questão da Libia, quando se absteve de votar.
Não fora as exigências absurdas da segurança de Obama, que provocou alguns incidentes convenientemente abafados pela imprensa, e a sua visita teria merecido melhor acolhida do povo brasileiro. O Jornal da Band informou que tres ministros brasileiros, que iriam participar do encontro dele com empresários, abandonaram a reunião quando agentes americanos tentaram revistá-los. Sem dúvida um desrespeito. E na internet noticiou-se que o cerimonial do presidente norte-americano teria vetado a presença do governador Sergio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, na visita que ele fará neste domingo ao Cristo Redentor. Um acinte. A presidente Dilma, convidada por ele, vai visitar os Estados Unidos no segundo semestre deste ano. Será que vão armar o mesmo circo para ela circular por lá ?
sábado, 19 de março de 2011
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