quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Será que valeu a pena?

Será que valeu a pena o Lula e a Dilma se sacrificarem pelo povo brasileiro em sua luta contra a ditadura? Será que valeu a pena o tempo que passaram na prisão? Onde estavam os que hoje os crucificam graças à liberdade que desfrutam? Será que valeu a pena retirar os militares do poder e restaurar a democracia no Brasil? Muita gente se faz hoje essas perguntas diante do panorama atual do país, onde expressiva parcela da população, idiotizada pela mídia que abusa da liberdade de expressão, manifesta um inexplicável ódio justo aos brasileiros que arriscaram suas vidas para que tivessem um país livre. São verdadeiros autômatos, que abdicaram do direito de pensar para repetir as manchetes dos jornais, cujos donos se encarregam de pensar por eles. Será que num governo militar o advogado Matheus Garcia ameaçaria publicamente matar o Presidente? Será que num regime militar o Ministro da Justiça seria hostilizado na rua? É claro que a situação seria bem diferente, com a imediata punição dos que ousassem desrespeitar uma autoridade. Os hoje valentes líderes oposicionistas, que abusam da liberdade criando obstáculos à governabilidade e insultando os governantes, estariam com o rabo entre as pernas e engolindo em seco. Os “paneleiros” que pedem a volta dos militares, certamente porque não sabem exatamente o valor da liberdade, estariam amedrontados, olhando para a rua pelas frestas das janelas dos seus apartamentos de luxo. Talvez apenas os donos da mídia estivessem numa boa, porque conseguem adaptar-se a qualquer situação. A democracia sem dúvida ainda é o melhor regime de governo que o homem já inventou mas, infelizmente, parece que parte da população do nosso país, aí incluída a grande maioria dos políticos, não está preparada para vivenciá-la. Basta observar-se as postagens nas redes sociais, carregadas de ódio, onde o insulto chulo substitui os argumentos, e os pronunciamentos das lideranças oposicionistas, prenhes de críticas ao governo e sem nenhuma contribuição positiva para solucionar os problemas nacionais. O Congresso Nacional, que deveria ser o principal baluarte da democracia, é o primeiro a trabalhar pela destruição dessa conquista do povo brasileiro ao empenhar-se na desestabilização do governo, inclusive com ameaça de impeachment. Os supostos “representantes” do povo, em sua maioria, estão mais preocupados em defender os seus próprios interesses, em detrimento dos interesses maiores do país. A culpa maior por esse despreparo cabe à mídia que, abdicando do direito de fazer jornalismo – já vai longe o tempo em que a disputa era pelo “furo” – tornou-se um partido político, interessado única e exclusivamente em defender os interesses dos seus proprietários, pouco se lixando com o que possa acontecer ao país. Aplicando com sucesso o velho ditado popular segundo o qual “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, bate todo santo dia no governo, torcendo e manipulando informações, transformando seus integrantes em inimigos a serem eliminados e criando um clima de ódio que ameaça a qualquer momento fazer uma vítima fatal. E nesse processo massacrante, que envergonha os verdadeiros profissionais de imprensa, reputações são destruídas impunemente. Imbecilizadas por essa mídia descomprometida com a democracia e com o país, que faz uma lavagem cerebral diária na população, algumas pessoas, como o advogado Matheus Garcia, se tornaram perigosos terroristas, capazes de qualquer ato insano, convencidos talvez de que estão prestando um grande serviço ao Brasil. É o mesmo o que acontece com os terroristas do Estado Islâmico: eles acham que decapitando pessoas e destruindo monumentos históricos estão prestando um grande serviço à sua causa. O fato é que, lamentavelmente, estamos nos tornando um país de anencéfalos, robotizados pelos donos da mídia, que dizem o que devemos pensar e fazer, de acordo com os seus interesses políticos e econômicos. E acabaram transformando a liberdade de imprensa, uma das conquistas fundamentais da democracia, na maior inimiga da própria democracia. Esses homens, porém, tanto os donos dos veículos de comunicação como os que exercem mandatos parlamentares ou ocupam cargos no Executivo e no Judiciário, deveriam começar a pensar que a vida não se limita a esta que estamos vivendo, onde muitos conseguem driblar as leis humanas e garantir sua impunidade. Na vida do outro lado, acreditem ou não, vão ter de prestar contas dos seus atos pois ninguém fica impune diante das leis de Deus. O tamanho da responsabilidade de cada um está na razão direta da extensão dos males praticados e do número de pessoas prejudicadas. Jesus disse que “a semeadura é livre mas a colheita obrigatória”, o que significa que todos terão obrigatoriamente de colher o que plantaram, seja nesta ou em outra vida. É bom que comecem a pensar nisso, pois ninguém sabe o dia em que serão chamados a prestar contas de suas ações.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Queda de braço

Embora o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, tenha recomendado o arquivamento da ação que pede uma investigação nas contas de campanha da presidenta Dilma Roussef, o Tribunal Superior Eleitoral – leia-se Gilmar Mendes – informou, segundo noticiou a imprensa, que vai continuar a apuração e julgamento dessas mesmas contas. Janot, em seu despacho, depois de lembrar que essas mesmas contas já haviam sido aprovadas, sem ressalvas, pelo mesmo TSE, disse que os argumentos constantes da ação não têm consistência. O arquivamente da ação, de autoria do PSDB de Aécio, já havia sido solicitada no próprio TSE pela ministra Maria Thereza Moura mas o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente da corte, decidiu pedir o seu prosseguimento com a respectiva investigação. Gilmar, no entanto, até hoje não se manifestou sobre as contas de campanha do candidato Aécio Neves, onde a ministra Maria Thereza Moura encontrou 15 supostas irregularidades. Entre elas o não registro do repasse ao PSDB de R$ 2 milhões doados pela Odebrecht para a campanha dele e, também, a omissão do recebimento de uma doação de R$ 1,75 milhão da construtora Construbasse. Aécio tem 15 dias para dar explicações.

Piada de Cunha

Parece piada. O presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, em discurso da tribuna da ONU, disse que “a democracia sem povo é como um jardim sem flores”. Disse mais: que a consolidação da democracia no Brasil é o principal foco da Câmara dos Deputados. Ele participa da IV Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos, que está sendo realizada em Nova York. Cunha deve achar que o resto do mundo não sabe o que acontece no Brasil , onde ele tem sido o principal espinho na garganta da Presidenta e um dos mais ferrenhos defensores do seu impeachment. Resta saber que tipo de democracia ele pretende consolidar com suas ações destinadas a desestabilizar o governo.

Fim melancólico

A metáfora do boneco inflável gigante representando Lula vestido de presidiário, que fez a festa dos oposicionistas quando apareceu pela primeira vez nas ruas de Brasilia, teve um fim melancólico. Uma simples agulha, manuseada por uma estudante, pôs fim ao boneco e ao projeto de leva-lo a desfilar por todo o país: o balão gigante de 15 metros de altura, que custou R$ 12 mil, murchou, assim como murchou o plano da raivosa oposição, liderada pelo senador Aécio Neves, de derrubar Dilma através de um impeachment. O presidente nacional dos tucanos, se quiser efetivamente ocupar a presidência da República, terá de conquista-la pelo voto, o que lhe parece difícil. No tapetão ele jamais chegará ao Palácio do Planalto.

Intolerância e ódio

A intolerância e o ódio, disseminados no país pela mídia e pelas lideranças oposicionistas, estão ficando a cada dia mais perigosos. Até esta segunda-feira apenas ex-integrantes do governo eram hostilizados pelos fascistas que surgiram em vários lugares, especialmente em São Paulo, onde o ódio contra a presidenta Dilma Roussef e os petistas parece ter encontrado terreno mais fértil para proliferar. A mais nova vítima foi o ministro das Justiça, José Eduardo Cardozo, quase agredido durante um evento na capital paulista. A expectativa agora é saber o que Cardozo, que tem sido leniente diante de outros acontecimentos semelhantes, pretende fazer. Será que os fascistas vão continuar impunes? Sim, porque isso não é democracia. Se o ministro da Justiça não tem coragem de adotar as medidas necessárias para conter a fúria dessa gente, melhor pedir demissão, pois se nada for feito ninguém se espante se em breve alguém não for linchado fisicamente pelos intolerantes opositores do governo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A gratidão do ministro

Não fora a sua politização, que compromete em parte o seu trabalho na medida em que evidencía preferências político-partidárias, a Operação Lava-Jato, além de desvendar a corrupção na Petrobrás, teve o mérito de revelar os inimigos ocultos do petismo, em especial da presidenta Dilma Roussef e do ex-presidente Lula, escondidos nas dobras do Ministério Público, do Poder Judiciário, do Legislativo e do próprio Executivo. Encorajados pelas investigações da Lava-Jato, pela agressividade dos oposicionistas e pelo apoio da grande mídia os inimigos da atual e do ex-governante petistas, encravados no serviço público, começaram a mostrar as garras, adotando posições nítidamente políticas. É o caso, por exemplo, do corregedor nacional do Ministério Público, Cláudio Portela, que decidiu arquivar reclamação de Lula contra o procurador Anselmo Lopes, que abriu um procedimento investigatório contra ele com base numa reportagem da revista “Época”. A revista acusou o ex-presidente de tráfico de influência por ter supostamente influido na decisão de governantes de países da América Latina para a contratação de serviços da Odebrecht. Imaginem se a imprensa alemã fizesse a mesma acusação à premier Ângela Merkell por pressionar o Brasil para oferecer maior abertura do seu mercado às empresas do seu país. Segundo o corregedor, a investigação pode ser aberta se o procurador tiver noticia de alguma infração “por qualquer meio, ainda que informal”. Ou seja, o ex-ministro Joaquim Barbosa fez escola com a teoria do domínio do fato. Esse mesmo procurador, agora com o apoio declarado do corregedor nacional do MP (não confundir com corporativismo) já havia revelado sua posição política anti-PT através de postagens nas redes sociais, o que não foi levado em consideração pelo mesmo corregedor. Mais escandalosa, porém, foi a atitude do ministro Gilmar Mendes que, na qualidade de membro do Tribunal Superior Eleitoral, determinou à Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal que investiguem eventuais irregularidades nas contas da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2014, embora já aprovadas pela Corte. Em entrevista ao “Jornal do Brasil” o jurista Dalmo Dallari, professor da USP especializado em Direito Constitucional, disse que “a atitude dele (Gilmar) é puramente política, sem nenhuma consistência jurídica”. Depois de afirmar que “não há fundamento jurídico para um procedimento dessa natureza”, Dallari disse que essa iniciativa do ministro Gilmar “é apenas mais uma manifestação política”. É preciso, no entanto, fazer justiça ao ministro Gilmar Mendes: ele nunca escondeu suas penas tucanas e, muito menos, a sua gratidão ao ex-presidente Fernando Henrique, que o nomeou para o Supremo Tribunal Federal. E, corajosamente, assume posições nitidamente políticas, como se fora não um magistrado mas um autêntico representante tucano no STF, sem importar-se com o que os seus próprios colegas, a sociedade ou a imprensa possam pensar sobre o seu comportamento. Talvez por isso o jurista Dalmo Dallari disse, na entrevista ao JB, que “ele não atende às condições necessárias para ser ministro do Supremo”. O senador Aécio Neves, no entanto, por motivos óbvios, elogiou a decisão de Gilmar, dizendo que ele “apenas cumpriu a legislação”. Na opinião de Dallari o objetivo do ministro é provocar a retomada do julgamento de uma Ação de Investigação de Mandato Eletivo (AIME) – abrindo caminho para a materialização do sonho do impeachment – proposta pela Coligação Muda Brasil, que teve Aécio como seu candidato à Presidência da República nas eleições do ano passado, pedindo a cassação dos mandatos de Dilma e de Michel Temer. O processo está com o ministro Luiz Fux, que pediu vistas. Se ele seguir o exemplo de Gilmar, que pediu vistas do processo sobre doações de empresas para campanhas eleitorais e está sentado em cima dele há mais de um ano, provavelmente esse julgamento não sairá tão cedo. Tucanos de projeção, no entanto, como o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, ainda não perderam as esperanças de ver Dilma fora do Palácio do Planalto ainda este ano. Em artigo publicado no 247 Goldman , a exemplo do tucano-mor FHC, disse que a legitimidade do mandato de Dilma “se esvaiu”. Desde quando legitimidade se esvai? E acrescentou: “a presidente já era, o seu partido já era, a sua base congressual já era, seu apoio popular já era e nada mais pode salvá-la”. Parece até o mantra de uma pitonisa torcendo para que a Presidenta deixe o cargo. O vice-presidente do PSDB, pelo visto, confunde desejo com predição. Na verdade, dá pena ver um homem que já foi governador do mais importante Estado do país escrever semelhantes bobagens, como um garoto birrento que chora e bate o pé por ter perdido o brinquedo. Nesse aspecto, ele e o presidente do seu partido são bem parecidos. Afinal, quem efetivamente “já era”? Quem já foi (governador) ou quem continua (presidente)?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Oposição sem bandeira

A oposição no Brasil é só isso mesmo: oposição. Ou seja, é contra tudo o que se origina no governo, até mesmo contra iniciativas destinadas a melhorar a vida do povo, recuperar a economia, ampliar o sistema de saúde ou provocar a geração de novos empregos. Aos oposicionistas, em especial o líder tucano Aécio Neves, o que importa é afastar a Presidenta e conquistar o poder, a qualquer preço, mesmo sem bandeiras e sem projetos, razão porque não fazem outra coisa a não ser criticar, agredir, caluniar, ofender. Até hoje não apresentaram um único projeto de governo, uma alternativa séria e confiável capaz de substituir com vantagem o atual governo petista. Esse comportamento, aliás, não é novidade, pois Fernando Henrique quando assumiu a Presidência da República, montado no Plano Real do presidente Itamar Franco, também não tinha plano de governo e certamente por isso sua primeira providência, no comando da Nação, foi assegurar a sua permanência no poder por mais quatro anos, mediante uma emenda constitucional aprovada de maneira suspeita. A segunda providência foi vender o patrimônio nacional por meio de um processo de privatizações que nos subtraiu estatais estratégicas, importantes para a soberania do país, entre elas a mais lucrativa, a Vale do Rio Doce, um verdadeiro crime de lesa-pátria. E até hoje ninguém sabe o destino dos recursos arrecadados. Os brasileiros que se deixaram envolver emocionalmente pelos discursos incendiários de oposicionistas como Aécio e pelo noticiário tendencioso, permitindo que um ódio sem motivo prosperasse em seu coração, não perceberam ainda que os oposicionistas mais radicais não apresentaram até hoje, no Congresso, nenhuma proposta destinada a solucionar problemas e melhorar a vida do povo. Eles se dizem representantes do povo – e são, legalmente – mas na prática representam a si mesmos, os seus próprios interesses. Também não atentaram para os riscos de um impeachment, um trauma que só dará prejuízos ao país, causando instabilidade e destruindo uma imagem positiva de democracia conquistada a duras penas nos últimos anos. O combate à corrupção, aprovado por todos os brasileiros, por outro lado, não pode servir de pretexto para perseguições políticas e muito menos paralisar o país, provocando desemprego e assustando os investidores estrangeiros. Apesar do quadro pessimista pintado pela nossa mídia, porém, a imprensa internacional parece estar enxergando com mais acuidade e positividade o panorama brasileiro. O jornal espanhol “El País”, por exemplo, em editorial, fez uma análise isenta da situação do Brasil, dizendo, entre outras coisas, que“é bom lembrar que Dilma não foi acusada de corrupção por nenhuma instância judicial e que uma coisa é a responsabilidade política e outra, a penal. Usar como arma política o recurso legal que significa a destituição do chefe de Estado pelo Parlamento levaria o país perigosamente a cenários de instabilidade institucional que ele parecia ter deixado para trás ao se tornar uma potência regional e um exemplo para o mundo todo de sucesso no desenvolvimento e no combate à pobreza.” Depois de reconhecer que “o Brasil é envenenado por um debate político estéril e paralisante”, o periódico espanhol, dando uma enorme lição na imprensa brasileira quanto ao enfoque dado no noticiário e editoriais, afirma que “o que o Brasil precisa neste momento é que a justiça atue e responsabilidades sejam identificadas, que os políticos estejam à altura e que as instituições assumam seu papel. Os brasileiros não merecem nada menos que isso". Conclui-se, com base nesse editorial, que, visto à distância, sem as paixões que obliteram a visão e enegrecem corações, o Brasil continua merecendo o respeito e a confiança dos estrangeiros, o que, aliás, ficou claro na recente visita da chanceler alemã Ângela Merkell, interessada em novos investimentos em nosso país. Os maus brasileiros, no entanto, aqueles que só enxergam desgraças, como o colunista Rodrigo Constantino, da “Veja”, acreditam que estarão melhores em outros países. Constantino, que não faz muito tempo se mudou para os Estados Unidos, postou nas redes sociais uma foto segurando um cartaz em que diz que “prefere lavar privadas em Miami” a viver no Brasil. Questão de gosto não se discute. Se ele prefere limpar o cocô dos americanos a ficar no Brasil o gosto é dele. Todo mau brasileiro, aliás, como os que vivem envenenando o povo com seu ódio, deveria seguir o seu exemplo. O nosso país certamente ficará bem melhor sem eles.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sede de poder

A sede de poder do senador Aécio Neves não termina nas fronteiras do Brasil: ele parece querer ser presidente também da Venezuela, de onde foi escorraçado recentemente pelo povo por tentar imiscuir-se nos assuntos internos daquele país. O tucano quer que a Organização dos Estados Americanos (OEA) mande observadores para as eleições parlamentares venezuelanas marcadas para dezembro vindouro. Em pronunciamento no Senado ele disse ter dúvidas se a Venezuela é capaz de realizar uma eleição que respeite a vontade do povo. Parece piada: aqui no Brasil ele se recusa a respeitar a vontade do povo, que reelegeu Dilma com 54 milhões de votos. E, afinal, o que o líder tucano quer com a Venezuela? Será que ele se convenceu de que aqui está dificil conquistar o Palácio do Planalto, até porque o candidato do seu partido às próximas eleições presidenciais deve ser o governador Geraldo Alkmin, e pretende derrubar Maduro. Será que ele não entendeu que Maduro é o nome do presidente venezuelano e não que ele esteja maduro para cair?

Questão de gosto

O colunista da "Veja" Rodrigo Constantino, que não faz muito tempo se mudou para Miami, nos Estados Unidos, postou nas redes sociais uma foto segurando um cartaz escrito a mão que dizia: "Prefiro lavar privada em Miami a ser roubado pelo governo brasileiro". Questão de gosto não se discute. Se ele prefere limpar cocô de americano a ficar no Brasil e dar sua contribuição para melhorar o país o problema é dele. Aliás, todo mau brasileiro deveria fazer exatamente o mesmo: mudar-se para os EUA e lavar cocô de americano.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Povão não foi às ruas

Só os tolos – e os imbecilizados pelo noticiário manipulado e por discursos demagógicos – acreditam que as manifestações de domingo representaram o sentimento do povo brasileiro. Somente eles não enxergam (há um velho dito segundo o qual o pior cego é aquele que não quer ver) que as manifestações foram organizadas por grupos ligados ao PSDB e orquestradas pelas lideranças do partido, os verdadeiros interessados no afastamento da presidenta Dilma Roussef. Nem precisam queimar os poucos neurônios para verificar que alguém – ou um partido – pagou as enormes despesas das manifestações com a confecção de camisetas, faixas, cartazes, bandeiras e até um boneco que custou R$ 12 mil, além de trios elétricos. Não foi um movimento nascido no seio do povo, mas nos porões do ninho tucano. Por isso, o número de manifestantes foi decepcionante, não correspondendo à expectativa dos seus idealizadores e organizadores. Mesmo admitindo-se que um milhão de pessoas tenham saído às ruas, o que foi contestado pela PM e o DataFolha, esse número não representa o pensamento de uma população de 200 milhões de habitantes e, também, não pode sobrepor-se à vontade dos 54 milhões que elegeram Dilma. O ex-presidente FHC sabe disso mas teve o cinismo de afirmar que “o mais significativo das demonstrações é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo”. Só mesmo um homem descomprometido com a democracia e que zomba da inteligência do povo brasileiro pode considerar ilegítimo um governo eleito com 54 milhões de votos. Depois de dizer que a Presidenta deveria ter um “gesto de grandeza” e renunciar, FHC, que antes pregava o impeachment, profetiza que caso não faça isso ela terá dias piores pela frente, “até que algum líder com forca moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais". Ainda bem que ele reconhece não ser esse líder com força moral para dizer o mesmo a Dilma. Até porque quem fez aprovar, por meios condenáveis, uma emenda constitucional que beneficiou a si próprio com mais quatro anos de mandato não tem autoridade moral para falar de “gesto de grandeza” e muito menos considerar ilegítimo um mandato outorgado por mais de 54 milhões de votos. Quem deixou o país em frangalhos, com inflação e juros superiores aos atuais, uma dívida externa na estratosfera, abafou escândalos e CPIs e vendeu o patrimônio nacional não pode pedir que os outros renunciem. O fato é que o povão, mesmo, não saiu às ruas, mas apenas os que se deixam conduzir pelas convocações nas redes sociais – e os que tem interesses pessoais – movendo-se como zumbis e repetindo palavras de ordem já exaustivamente repetidas pelas lideranças tucanas. Dava pena ver pessoas de cabelos brancos sob o sol escaldante repetindo chavões ou batendo panelas e pedindo o fim da corrupção, como se a corrupção pudesse ser extinta por decreto. Esquecem que em toda a história do Brasil o governo Dilma é o que mais combate a corrupção, atitude reconhecida, inclusive, pela imprensa estrangeira. Lamentavelmente, muita gente obedece cegamente às ordens emanadas através da internet, mesmo sem saber de onde elas partem, e se transforma ingenuamente em massa de manobra para os interessados no poder. Se um dia alguém postar nas redes sociais que quem for contra o governo Dilma deve pintar o cabelo de azul no dia seguinte veremos um monte de cabeças azuis desfilando pelas ruas. É surpreendente o cinismo de políticos que participam da idealização e organização desses movimentos, fazem convocações, sabem que eles são fabricados e depois vem a público falar em revolta popular, em manifestação do povo. Eles sabem, também, que a crise é artificial, criada por eles mesmos com a valiosa ajuda da mídia, mas a atribuem ao governo. O senador José Serra chegou a afirmar que “o país quer a renúncia de Dilma”. O país é ele, FHC, Aécio e companhia. Aécio vai à rua, faz o seu costumeiro discurso incendiário e em menos de meia hora desaparece para curtir o seu domingo. Até o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, agita as penas tucanas e desce das suas tamancas para criticar a Presidenta. Ele perdeu o pudor ético e institucional que deveria marcar o comportamento de todo magistrado, sobretudo da mais alta corte de Justiça do país, onde preferências político-partidárias não devem influenciar posições ou decisões. Gilmar incentiva o Ministério Público a enquadrar o presidente da CUT por ter falado em armas para defender o mandato da presidenta Dilma – palavras, apenas – e, no entanto, silencia diante dos atentados concretos ao Instituto Lula e ao diretório do PT. A hipocrisia não tem limites. O ódio absurdo e sem sentido, disseminado e alimentado pela mídia e líderes oposicionistas, criou hoje um clima parecido ao registrado pela história no tempo da Inquisição, quando os cristãos que não rezavam pela cartilha da Igreja eram considerados hereges, presos, julgados sumariamente e assados em fogueiras. Hoje os hereges são os petistas que, felizmente, são presos mas não correm o risco de serem assados. Os que destilam ódio ainda não atentaram para o mal que fazem ao país e ao seu povo. Não atentaram, também, para a responsabilidade dos seus atos, que assumiram perante Deus, a quem, em última análise, terão de prestar contas porque, como disse Jesus, “a cada um será dado segundo as suas obras”.

sábado, 15 de agosto de 2015

Perseguição

O renomado escritor Mário Prata disse em recente entrevista que o clima de ódio no Brasil só vai desaparecer quando o ex-presidente Lula aparecer preso e algemado na capa da revista “Veja”. A revista, que agoniza por conta da sua falta de credibilidade que afugentou os leitores, insiste em envolver o ex-presidente no esquema de propinas investigado pela Operação Lava-Jato. E sua edição de todo final de semana sempre tem uma reportagem de capa acusando Lula de alguma coisa, embora ele não seja investigado. Neste final de semana, com uma reportagem sob o título de “A República do Pixuleco”, a desacreditada revista volta à carga, desta vez quebrando o sigilo bancário da empresa responsável pelas palestras do ex-presidente petista. Até quando vai durar essa perseguição?

Pela culatra

O tiro do senador Aécio Neves contra a presidenta Dilma, disparado no Tribunal Superior Eleitoral, saiu pela culatra. Ele pediu a impugnação do mandato da Presidenta. O TSE, no entanto, ao examinar a prestação de contas do líder tucano relativa à campanha presidencial de 2014, identificou irregularidades e deu-lhe um prazo de 72 horas para explicar-se. De acordo com a prestação, ele arrecadou R$ 222 milhões mas gastou R$ 223 milhões. Parece que tem alguma coisa errada.

Pesquisa

Segundo o Instituto DataPopular (não confundir com o DataFolha) para 71% dos entrevistados a oposição a Dilma “age por interesses próprios não pelo bem do Brasil”. O mesmo instituto detectou que caiu a aprovação ao impeachment da presidenta Dilma Roussef. A pesquisa foi feita entre os dias 1 e 4 deste mês em 152 municipios. O resultado não surpreende aos brasileiros mais atentos, pois não é difícil verificar que os oposicionistas mais radicais, entre eles os tucanos Aécio Neves, Aloysio Nunes e Cássio Cunha Lima, nunca apresentaram nenhum projeto destinado a melhorar alguma coisa no país. Eles se dizem representantes do povo mas o que não fazem é defender os interesses do povo. Na verdade, eles não fazem outra coisa a não ser tramar contra o mandato de Dilma.

Até que enfim!

A Policia Federal decidiu finalmente nesta sexta-feira, dia 14, depois de quase um mês, investigar o atentado a bomba à sede do Instituto Lula, em São Paulo. Se o atentado fosse ao Instituto FHC os responsáveis já teriam sido identificados e punidos, com ampla cobertura da mídia, que praticamente ignorou o atentado ao instituto do ex-presidente petista.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A lição de Ana Luiza

Nem tudo está perdido. A estudante de medicina Ana Luiza Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é o mais novo exemplo de que nem todos estão com a mente entorpecida pela campanha de ódio que fez a cabeça de muitos. Por ter afirmado, em discurso durante cerimonia que marcou o segundo aniversário do Mais Médicos, que realizou o sonho de estudar medicina graças aos programas do governo Dilma Roussef, ela foi agredida brutal e covardemente nas redes sociais por médicos e futuros médicos, que a chamaram, entre outras coisas, de “vadia” e “medica vagabunda pobre”. O episódio revela o tamanho do ódio disseminado pela mídia e oposicionistas, que transformou pessoas em animais. Até antes das eleições presidenciais do ano passado, cujo resultado fez o candidato derrotado Aécio Neves desencadear uma campanha sistemática odienta contra a Presidenta, ninguém seria capaz de imaginar que chegasse a esse nível a virulência das agressões dos opositores. Eles não aceitam que alguém pense diferente deles e atacam, de modo animalizado, todos os que não rezam por sua cartilha, até mesmo uma jovem estudante pobre cujo único pecado foi agradecer ao governo a oportunidade de estudar. É inconcebível que médicos, cuja profissão é salvar vidas, atentem justo contra a vida de uma de suas colegas por demonstrar publicamente a sua gratidão. A jovem e intimorata Ana Luiza, no entanto, mostrou que está bem acima dessa malta que, felizmente, é minoria entre os profissionais de saúde. Depois de informar que recebeu várias ameaças, inclusive de levar uma surra e de ser impedida de conseguir emprego depois de formada, a estudante disse que desde cedo aprendeu a não responder ódio com violência (um tapa de luvas de pelica na cara dos imbecis que a agrediram) e que suas palavras não foram dirigidas “para essa classe covarde de profissionais” mas para “os profissionais de saúde que dão o sangue todo dia, mesmo em condições péssimas de trabalho, salários atrasados, saúde abandonada e caótica, verdadeiros heróis, que acreditam e lutam por um mundo transformado a partir da educação e do amor”. Seria salutar que os incendiários tucanos, liderados pelo senador Aécio Neves, atentassem para o conteúdo da mensagem dessa jovem potiguar e parassem de destilar ódio, que só serve para agravar os problemas do país e provocar reações desagradáveis e perigosas. Aécio, aliás, esperto como é, aproveitou o desabafo indignado do presidente da CUT, Vagner Freitas, para manifestar-se perplexo. Freitas disse que o povo deveria ir às ruas entrincheirados e de armas na mão para defender o mandato da presidenta Dilma Roussef, caso insistissem em derrubá-la. O tucano, porém, não mostrou a mesma perplexidade quando seu colega Aloysio Nunes disse que eles “deveriam sangrar a Presidenta”. E muito menos baixou o tom da convocação para a manifestação contra o governo neste domingo, quando os batedores de panelas (ou será paneleiros?) pretendem ir às ruas para pedir o impeachment da Presidenta. Tomara que tudo transcorra em paz, pois, ao contrário do que fazem crer o noticiário e as pesquisas, nem todos a querem fora do Planalto. Na verdade, depois das manifestações favoráveis a Dilma realizadas por diversos segmentos da sociedade, entre eles entidades de classe, movimentos sociais e juristas, parece difícil acreditar na lisura das pesquisas que a apresentam com apenas 8% de aprovação popular. Apesar da campanha sistemática contra ela desenvolvida pela mídia, que obviamente exerce forte influência entre as pessoas de mente fraca e certamente se refletiria nas pesquisas, observa-se nas redes sociais que nem todos embarcaram nessa onda. Conclui-se que se é possível manipular-se o noticiário, no qual destaca-se apenas os aspectos negativos e apresenta-se o país como em situação falimentar, por que não se manipularia as pesquisas, como parte do plano de desgaste do governo? Até porque o instituto que faz pesquisas periódicas pertence a um dos grupos de comunicação mais radicais contra o governo. De qualquer modo, seria prudente evitar-se radicalismos nas manifestações dos dois lados neste domingo. Manifestações públicas contra ou a favor de qualquer governo são legítimas em regimes democráticos, mas é preciso que haja respeito pela posição do outro. Afinal, somos todos brasileiros e todos, independente de raça, credo ou posição social, desejamos o melhor para o nosso país.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Um novo clima

Os dois mais radicais adversários – ou será inimigos? – do governo Dilma, o senador Aécio Neves e o deputado Eduardo Cunha, foram isolados em suas investidas contra o Planalto. O senador mineiro, que ficou obcecado pela Presidência da República, convencido de que com o afastamento de Dilma através do impeachment assumiria o governo como “salvador da pátria” , agora prega no deserto porque ninguém mais lhe dá atenção, nem a mídia e muito menos os seus colegas tucanos de maior projeção. E ainda corre o risco de ficar de fora das eleições presidenciais de 2018. Por sua vez, o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, que usou o cargo para tentar implodir o governo com o apoio de falsos aliados, já não tem a cobertura da mídia, que passou a considerá-lo um porra-louca. E também perdeu a cumplicidade do senador Renan Calheiros, que mostrou estar mais preocupado, efetivamente, com os interesses nacionais. O presidente do Senado até propôs uma agenda, que foi recebida com simpatia pela Presidenta. Percebe-se, sem muita dificuldade, que o clima de golpe está dando lugar a novas esperanças quanto ao governo Dilma, já dando sinais de fortalecimento. A Presidenta passou a receber melhor tratamento da mídia, com algumas exceções. E as nuvens negras que pairavam sobre o país estão se dissipando.

sábado, 8 de agosto de 2015

O grande espetáculo

O ex-ministro Joaquim Barbosa, de triste memória, fez escola. Ele aproveitou o julgamento do chamado mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal, para ganhar notoriedade, transformado em celebridade pela grande mídia, que o usou como instrumento para atingir seus objetivos políticos. A revista “Veja”, que não perde oportunidade para investir contra o governo e petistas, especialmente contra Lula, fez uma reportagem de capa com ele sob o título de “O menino pobre que mudou o Brasil”. Até hoje ninguém sabe exatamente o que foi mesmo que ele mudou no Brasil, a não ser que a desacreditada revista pretendesse fazer referência ao preceito jurídico segundo o qual “todos são inocentes até prova em contrário”. Depois da sua passagem pelo STF todos passaram a ser culpados até provarem sua inocência. O pessoal da Operação Lava-Jato, tal como Barbosa, também corre atrás da fama e está usando as investigações sobre corrupção na Petrobrás para ganhar o estrelato, contando para isso também com a cobertura da grande mídia. Até transformaram as prisões num grande espetáculo, com a presença de cinegrafistas e repórteres, avisados previamente do dia e hora das ações da Policia Federal. Parece filme policial americano, com os agentes usando óculos escuros e escoltando os presos. Em seguida, convocam a imprensa para uma entrevista coletiva em que todos – juiz, procuradores e delegados – dizem alguma coisa. Ninguém pode se queixar, porque todos tem oportunidade igual de aparecer diante das câmeras, embora alguns se estendam um pouco mais em suas considerações sobre as prisões. O juiz Sergio Moro, que até já foi homenageado pela Globo com o título de “Personalidade do Ano”, é a grande estrela do espetáculo. Consciente do seu poder, não contestado nem pelo STF, ele prende quem bem entende – já prendeu um almirante e pelo andar da carruagem vai acabar prendendo um general – baseado apenas em suas interpretações pessoais, a partir de delações premiadas. Provas? Bem, isso é coisa da Justiça do passado. Hoje, depois da presença de Joaquim Barbosa no Supremo, basta a teoria do domínio do fato – ou seja, notícias publicadas pela mídia – para condenar alguém, de preferência petista ou ligado aos governos do Partido dos Trabalhadores. É claro que todo brasileiro aprova o combate à corrupção, com a necessária punição dos corruptos, mas o que a parcela mais esclarecida da população condena é a politização das investigações, onde só as pessoas com algum vínculo com o PT ou o governo são presas, blindando-se escandalosamente tucanos e oposicionistas. Além disso, é visível a intenção de envolver o ex-presidente petista, conforme o desejo escancarado dos controladores da grande mídia, de modo a tornar inviável a sua possível candidatura nas próximas eleições presidenciais. Depois da prisão do preso José Dirceu, em meio ao já conhecido espetáculo midiático, recrudesceram os rumores sobre a iminente prisão do ex-presidente Lula, o principal alvo de toda essa operação, pois os mentores do plano não conseguem esconder o temor de que ele volte ao Planalto em 2018. Já há rumores, também, de que ele seria nomeado ministro da Defesa do governo Dilma, o que lhe daria foro especial. Seria, sem dúvida, uma oportunidade para o juiz Sérgio Moro testar o seu poder: um juiz de primeira instância prendendo o comandante geral das Forças Armadas, sem nenhum gemido dos militares, certamente seria uma prova de fogo para a solidez das instituições democráticas no Brasil. Alguém vai pagar pra ver, justo no mês de agosto? Enquanto isso, os tucanos conhecidos e os enrustidos intensificam a movimentação nos porões da República para derrubar a presidenta Dilma Roussef, contando com o decisivo apoio da grande mídia e de parte da acovardada base aliada. Os tucanos, que vivem falando em democracia, parecem convencidos de que o impeachment é um ato democrático, mesmo sem nada que justifique a sua aprovação. Eles tem uma visão vesga de democracia, conforme é fácil constatar pelas declarações do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, para quem a “apertada” diferença de alguns milhões de votos sobre o seu concorrente Aécio Neves retirou de Dilma a legitimidade do seu segundo mandato. O cinismo parece ser a marca registrada de muitos tucanos. Goldman sabe, aliás como todo mundo, que numa democracia até a diferença de um único voto legitima o mandato do vencedor. O ex-presidente FHC, por sua vez, depois que alguém aventou a possibilidade de um diálogo dele com Lula, passou a se julgar o juiz do mandato de Dilma, cuja manutenção ou não estaria em suas mãos. E do alto da sua empáfia mandou dizer da Sardenha, onde se encontrava: “Por favor, não interrompam as minhas férias!” Férias de quê? Ninguém nem sabia que ele trabalhava... A verdade é que ele, assim como parte expressiva do seu partido, está pouco se lixando para os destinos do Brasil. O que eles querem mesmo, a qualquer custo, é o poder, mesmo através de um golpe. E parece ser exatamente isso, a julgar pelo clima criado pelo noticiário, que muitos esperam aconteça neste mês de agosto.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Materialização do ódio

O lançamento de uma bomba caseira no Instituto Lula, em São Paulo, não recebeu até agora a atenção que merece das autoridades governamentais e, também, dos políticos e da imprensa, considerando a sua gravidade. O atentado, na verdade, representa a materialização do ódio, criado e alimentado pela mídia e opositores do governo, que evoluiu das palavras faladas e escritas para uma ação concreta, capaz de produzir mais do que danos morais: danos físicos. As providências para punir os autores, portanto, não podem limitar-se a palavras de condenação, mas produzir ações legais vigorosas que inibam tentativas futuras. A imprensa comprometida e os oposicionistas radicais, à frente o senador Aécio Neves, inconformados com a derrota nas últimas eleições presidenciais, são os principais responsáveis por esse clima de ódio que fanatizou cérebros enfermiços, dominados por mentes mais poderosas empenhadas na execução de um projeto de poder que envolve interesses políticos e econômicos nacionais e internacionais. As autoridades governamentais também tem sua parcela de responsabilidade, embora em menor grau, na medida em que não reagiram à altura às agressões e calunias que vem sendo veiculadas há tempos na mídia e redes sociais. E todos sabemos que a impunidade é o maior incentivo às más ações. Mais do que um atentado ao Instituto Lula, tendo como alvo um ex-presidente da República considerado pelas pesquisas o melhor presidente que este país já teve, a explosão da bomba foi um atentado à própria democracia. Até agora, no entanto, afora declarações de petistas, não se ouviu uma voz da oposição condenando o fato, nem da OAB, autoridades do Judiciário, Ministério Público ou entidades de classe. Aparentemente, todos estão considerando o atentado como um fato normal, apesar da sua gravidade. Enquanto isso, o juiz Moro, procuradores da Lava-Jato, presidente da OAB e políticos se manifestaram em defesa da advogada Beatriz Catta Preta só porque ela foi convocada para depor na CPI da Petrobrás. Conclui-se, daí, que tem algo muito estranho e perigoso acontecendo no Brasil. A história, porém, seria diferente se o alvo do atentado tivesse sido o Instituto FHC. A gritaria de protesto, que envolveria manchetes diárias da grande imprensa e declarações indignadas de políticos e outras personalidades de destaque da vida nacional, teria ultrapassado as fronteiras do país e as providências punitivas teriam sido imediatas e vigorosas. Recorde-se que quando o prédio da “Veja” foi pichado – pichado, apenas – foi um Deus-nos-acuda. E quando a moça do tempo do “Jornal Nacional”, Maria Julia, foi agredida covardemente por racistas nas redes sociais, as ações, de iniciativa da Globo e do Ministério Público, foram deflagradas de pronto e os responsáveis rapidamente identificados. Por que não acontece o mesmo quando os alvos são petistas ou pessoas ligadas ao governo? Não é difícil prever o que poderá acontecer, em futuro próximo, caso não sejam tomadas medidas urgentes capazes de conter manifestações odientas como o atentado ao Instituto Lula. Será que vão esperar que morra alguém, como aconteceu com as manifestações de rua que culminaram com a morte do cinegrafista da Band, para providências mais efetivas destinadas a punir os responsáveis pelo atentado? Percebe-se que o ódio inexplicável, que obnubila a visão das pessoas e anestesia a sua capacidade de raciocínio, já evidencía o desejo incontido de extermínio do alvo, como é possível notar, além de opiniões nas redes sociais, pela declaração do apresentador Danillo Gentili que, em sua imbecilidade televisiva, lamentou a ausência do ex-presidente Lula no seu instituto no momento da explosão. Os órgãos de segurança, portanto, precisam adotar ações urgentes para descobrir e punir os responsáveis pelo atentado antes que os fanáticos idiotizados pelo noticiário venenoso da mídia façam nova investida criminosa contra petistas, em especial contra Lula. Afinal, diante do massacre da mídia e das investigações dirigidas para impedir o ex-presidente de disputar as eleições presidenciais de 2018, alguma mente enfermiça – e não são poucas – poderá se convencer de que a sua eliminação seria a única maneira de retirá-lo do pleito. É preciso agir antes que algo mais grave possa acontecer.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

E agora??

Sempre foi dito, nesta coluna, que a conspiração para derrubada da presidenta Dilma Roussef, liderada pelo senador Aécio Neves, e a Operação Lava-Jato, comandada pelo juiz Sergio Moro, são parte de um projeto muito maior, inspirado no exterior, com o objetivo de impedir que o Brasil se torne efetivamente uma grande potência, libertando-se em definitivo da influência dos Estados Unidos. Com o pretexto de combate à corrupção busca-se enfraquecer a nossa mais importante estatal, a Petrobrás, como parte de velho projeto (desde o governo de FHC) para entregá-la ao capital estrangeiro, junto com as nossas riquezas petrolíferas, em especial o pré-sal. Ao mesmo tempo, usa-se o mesmo combate à corrupção como cortina de fumaça para ações mais ousadas, que atingem setores de fundamental importância para a segurança nacional. Além do petróleo, que é estratégico para a soberania nacional, sutilmente tenta-se agora sabotar o programa nuclear brasileiro, de modo a evitar que o Brasil conquiste um lugar entre as grandes potencias nucleares. A prisão do almirante Othon Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, pela Policia Federal, por ordem do juiz Sérgio Moro, seria o primeiro passo para paralisar e desmontar, inclusive, o programa de construção do primeiro submarino nuclear nacional. A prisão do almirante, conforme revelou a jornalista Tereza Cruvinel, foi comemorada pelo jornal americano New York Times, que o acusa de realizar clandestinamente um programa nuclear no Brasil. Só essa informação já seria suficiente para suspeitar-se que existe algo muito mais perigoso à nossa soberania, nessa chamada fase de “radioatividade” da Operação Lava-Jato, do que o combate a corrupção, até porque não há nada que efetivamente comprove o envolvimento do almirante e justifique a sua prisão. E o magistrado já quer investigar até a construção do submarino nuclear pela nossa Marinha, o que começa a deixar à mostra o verdadeiro objetivo de tudo isso. Alguns articulistas, entre eles o jornalista e economista José Carlos de Assis, advertiram para o fato de que a prisão do almirante Othon Pinheiro da Silva “pode ser um ato duplo de sabotagem do mais importante projeto de Defesa do Brasil, o submarino nuclear, assim como da tecnologia das centrífugas”, que é mais avançada do que a dos norte-americanos. Ele vai mais além em suas advertências, ao afirmar que o almirante “é um arquivo vivo de tecnologia” e que “metê-lo na cadeia como prisioneiro comum, sujeito às torturas psicológicas do juiz, que se especializou em delações premiadas arrancadas pelo stress da cadeia, é um risco para a segurança nacional e para a Defesa”. Na verdade, como já se tornou rotina vergonhosa o vazamento seletivo dos depoimentos dos presos da Lava-Jato, o depoimento do almirante corre o risco de ganhar as manchetes dos jornais e, especialmente, os ouvidos no exterior dos interessados em sabotar o programa nuclear brasileiro. Como o almirante é o cérebro do programa, não é difícil imaginar que tipo de informação pretendem arrancar dele depois de passar por aquela “fase” que antecede as delações premiadas. Cabem, então, duas perguntinhas: será que os nacionalistas brasileiros, civis e militares, vão aceitar sem reagir essa ameaça à soberania nacional? A Marinha, em particular, e as Forças Armadas, em geral, vão manter os braços cruzados diante dessa interferência indébita no programa de defesa nacional? E o governo, não diz nada? O combate à corrupção não pode servir de pretexto para entregar-se aos interesses estrangeiros segredos de Estado. Afinal, o Brasil não pode assistir inerte a ações contrárias aos interesses nacionais. Se nada for feito para defender o nosso país dos excessos da Lava-Jato, que parece ter se tornado, junto com Aécio e companhia, instrumento de interesses externos, não seria melhor entregar logo para o juiz Moro, de direito, o poder que ele já exerce de fato, considerando que diante do silêncio do STF e o apoio escancarado da midia ele se tornou o homem mais poderoso do país? Antes de encerrar, apenas um lembrete aos supersticiosos: já estamos no clima de agosto...

domingo, 26 de julho de 2015

Planeta Chupão

A Nasa divulgou a descoberta de um exoplaneta com características muito parecidas à da Terra e que orbita uma estrela semelhante ao Sol. Denominado de Kepler-452b e 60% maior do que a Terra, o planeta pode ser o mesmo já anunciado desde o século passado pelos espíritas, que deverá passar próximo do nosso orbe provocando alguns cataclismos. O médium Chico Xavier chegou a denomina-lo de “Chupão”, porque deverá atrair os maus espíritos que perturbam a Terra e lá terão uma nova oportunidade para desenvolver-se, a exemplo dos exilados de Capela.

Denúncias

No início de julho o delegado Dalmey Fernando Werlang, da Policia Federal, denunciou na CPI da Petrobrás que os responsáveis pela Operação Lava Jato haviam utilizado provas ilícitas contra os presos. Mais recentemente uma outra denúncia, agora publicada pela “Folha de São Paulo, aponta outro suposto abuso que teria sido cometido pelos investigadores. A reportagem, assinada pelo jornalista Aguirre Talento, informa que o delegado Mário Fanton, que foi a Curitiba realizar uma sindicância sobre o grampo na cela do doleiro Alberto Youssef, denunciou pressões recebidas de colegas, lotados no Paraná, para abafar o caso. Fanton citou nominalmente o delegado Igor Romário de Paula, que tem se colocado à frente da Lava Jato, a quem acusou de querer "manipular as provas". Até agora não sem tem conhecimento de nenhuma providência dos superiores para substituir os acusados e puni-los. Cadê o ministro da Justiça?

Buscando fama

A busca desesperada pela fama e a disposição de contribuir para derrubar a presidenta Dilma Roussef levou o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, a passar o carro adiante dos bois, em franco desrespeito ao presidente da Corte. Depois de antecipar publicamente o seu voto pela rejeição das contas da Presidenta relativas a 2014, antes mesmo dela apresentar a sua defesa – ferindo a Lei Orgânica da Magistratura – o ministro Nardes (ou será Nerds) foi pessoalmente às residências dos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente o deputado Eduardo Cunha e o senador Renan Calheiros, pedir pressa na votação das contas pelo Congresso Nacional. Ninguém nunca pensou que ele tivesse tanto ódio à Dilma a ponto de passar à frente do presidente do Tribunal, a quem competia semelhante iniciativa. O homem parece que endoidou na busca pela fama.

Tortura

O renomado jurista Ives Gandra da Silva Martins condenou o desrespeito ao direito de defesa na Operação Lava-Jato, onde as prisões preventivas “passaram a ser de uma rotina preocupante, em que a mera imprecisa acusação ou um texto fora do contexto podem levar o suspeito a meses de detenção, da qual só sairá se fizer uma delação premiada”. E acrescentou: “Não é possível utilizar a medida excepcionalíssima fora dos requisitos que a autorizam, para forçar a delação premiada, mesmo que o acusado não deseje fazê-la ou não tenha o que delatar. Tal procedimento, além de macular o direito de defesa e subverter o princípio da presunção da inocência, passa a ser uma espécie de tortura sofisticada do século 21”. Precisa dizer mais?

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Danos

“O Brasil está mergulhado num mar de corrupção”. “É muita corrupção nesse governo do PT”. “O Lula, o chefe da corrupção, deveria ser preso”. Ouvimos diariamente semelhantes comentários nas ruas ou lemos nas redes sociais, o que evidencía o mal que a grande mídia causou ao país. Primeiro, não existe mar de corrupção e muito menos essa prática criminosa surgiu no período governado pelo PT. E não existe nenhuma acusação contra o ex-presidente Lula, apesar do esforço desesperado dos seus adversários para encontrar algo que possa incriminá-lo. Constata-se que a mídia conseguiu fazer a cabeça de muita gente que, habituada a digerir o noticiário diário como verdadeiro, perdeu a capacidade de raciocinar e se limita a repetir o que dizem os jornais comprometidos com a direita que, além de empenhados em derrubar o governo e impedir Lula de voltar a concorrer à Presidência, disseminou o ódio no coração dos imbecis. São enormes os danos que essa mídia causou ao Brasil.

Xerife

A Policia Federal pediu ao juiz Sergio Moro a transferência dos presidentes das duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierrez, para um presídio comum. Eles estão presos preventivamente há um mês e a PF alega que não tem vagas para eles na sua carceragem, em Curitiba, justo para eles. Há quem diga que a transferência faria parte da “tortura” para obriga-los a fazer delação premiada. Ao mesmo tempo, informa-se que os Estados Unidos, o xerife do mundo, estão monitorando as atividades da Odebrecht em quatro países. Parece que está em andamento uma operação para acabar com a maior empreiteira do Brasil, com atividades em quase todo o mundo, onde emprega milhares de trabalhadores.

Pra que serve?

A revista “Veja”, que não tem nenhum compromisso com a informação séria, pisou feio na bola com a reportagem intitulada “Para que serve o PAN?” De cara trombou com a TV Record, que está transmitindo os jogos de Toronto, e respondeu com uma nota indagando: “Para que serve a Veja?” Além disso, a revista, que não se preocupa em informar mas em defender interesses políticos e econômicos, revelou que não está nem um pouco interessada nos problemas sociais do país, pois o PAN tem permitido que jovens da periferia fujam dos vícios para se tornarem grandes atletas, ganhando medalhas e causando orgulho aos brasileiros. Por essa e por outras é que a revista dos Civitta agoniza. Há muito perdeu a credibilidade e o respeito dos leitores. Para que ela serve mesmo?

Os efeitos

A mídia divulgou uma nova pesquisa sobre a popularidade da presidenta Dilma Roussef e a aprovação do seu governo. Como seria de se esperar, considerando a campanha massacrante de que ela tem sido vítima por parte da grande mídia, os números estão lá embaixo Parece sem sentido semelhante pesquisa, pois o resultado é óbvio. Conclui-se, na verdade, que o principal objetivo da pesquisa não é medir a popularidade da Presidenta mas os efeitos do massacre midiático.

domingo, 19 de julho de 2015

Um novo panorama

A ambição pelo poder ou, mais precisamente, o desejo incontido de ser Presidente da República acabou fazendo o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, meter os pés pelas mãos. Cunha, que vinha participando da trama montada pelo senador Aécio Neves para derrubar a presidenta Dilma Roussef através do impeachment, decidiu romper publicamente com o governo, oficializando a condição de oposicionista que assumiu desde a sua posse na presidência da Câmara, embora o seu partido, o PMDB, integre a base aliada do Planalto. Imaginou que passando formalmente para a oposição garantiria a aprovação do impeachment de Dilma e sua consequente ascensão à Presidência da República. Deu com os burros nágua. Além de não ter recebido a solidariedade de nenhum integrante dos partidos da base aliada, que vinham atuando no Legislativo como vaquinhas de presépio, Cunha de repente foi isolado até mesmo pela mídia, que lhe dava apoio. Pelo visto o poder que ele detinha como presidente da Câmara dos Deputados, que lhe permitiu criar toda sorte de dificuldades para a governo, lhe subiu à cabeça e agora, graças à sua atitude arrogante, lhe escorreu por entre os dedos. E ele deverá voltar do recesso como rei destronado, sem grande parte dos seguidores que lhe davam suporte. A presidenta Dilma Roussef não precisou mover um músculo para esvaziar o até então todo poderoso parlamentar, mas ele resolveu vingar-se dela, autorizando a instalação de CPIs com o único e exclusivo objetivo de perturbar o seu governo. Para chegar a esse ponto, impensável até uma semana atrás, Eduardo Cunha cometeu uma série de erros, o último dos quais foi a oficialização da sua posição oposicionista. Além de assestar suas baterias contra o governo, fazendo a festa da oposição e de governistas descontentes, ele também abriu fogo contra o Ministério Público, mais precisamente contra o PGR Rodrigo Janot; contra a Policia Federal; contra o STF e o juiz Sergio Moro, somando inimigos em vários setores. Resultado: como tem rabo de palha vai ter de responder a inquéritos e corre o risco de ser humilhado na própria Câmara, onde terá de comparecer à CPI da Petrobrás para uma acareação com o delator que o acusou de chantagem e de receber propina. A coisa ficou feia para o lado dele. Percebe-se, na verdade, sem muita dificuldade, que o panorama está mudando. Além de Cunha, também o senador Aécio Neves perdeu terreno na sua cruzada raivosa contra a presidenta Dilma Roussef, sendo isolado dentro do seu próprio partido, o PSDB, que não é unânime em seu esforço para aprovação do impeachment. Até porque alguns nomes de peso do tucanato, como os governadores Geraldo Alkmin e Marconi Perillo, além do senador José Serra, também alimentam sonhos presidenciais. E, obviamente, não estão dispostos a colocar uma cereja no seu bolo. Para completar, Aécio já não tem, também, o mesmo apoio da mídia que sustentava a sua obsessão pelo Palácio do Planalto e que hoje, como é fácil verificar pelo conteúdo do noticiário, especialmente das revistas semanais, está esquecendo a idéia de impeachment e até posicionando-se contra. O clima político no país já não é o mesmo de dez dias atrás. Por outro lado, a Presidenta e os petistas que antes recebiam os ataques sem nenhuma reação parece que decidiram, agora, também partir para a ofensiva. Além de Dilma, cujas declarações mais recentes revelam uma nova postura diante das agressões, o ex-ministro Guido Mantega, hostilizado em duas oportunidades por imbecis riquinhos, está processando os que o insultaram. Mais recentemente o ex-presidente Lula ingressou no Conselho Nacional do Ministério Público contra os procuradores Anselmo Lopes e Valtan Timbó Furtado, da Procuradoria Regional de Brasilia, que determinaram a abertura de inquérito contra ele baseados apenas numa notícia do jornal “O Globo” e motivados por suas preferências político-partidárias. Anselmo, nas eleições passadas, fez postagens nas redes sociais defendendo a candidatura de Aécio. Constata-se que a Operação Lava-Jato teve o mérito de oferecer a alguns tucanos enrustidos, incrustrados no Ministério Público e na Policia Federal, entre outras instituições, a oportunidade de mostrar as suas penas. Diante dos últimos acontecimentos vale a pena lembrar, mais uma vez, o que disse Jesus, segundo o evangelista Mateus: “O escândalo é necessário, mas ái do homem por onde venha o escândalo”. Ou seja, tem muito mais gente na fila esperando o momento de cair do cavalo. É tudo uma questão de tempo.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Piada sem graça

Parece piada. O juiz Sergio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava-Jato, negou o pedido da CPI da Petrobrás para ter acesso ao conteúdo da delação premiada de Milton Pascowitch que, segundo o MPF e a Policia Federal, seria o elo de ligação entre a diretoria de Serviços da estatal e o PT. A piada está na justificativa para a negativa: Moro afirmou ao presidente da CPI, Hugo Motta, que “o sigilo é um imperativo da lei”. O diabo é que o sigilo não vale para os vazamentos seletivos que incriminam os petistas. É a segunda vez que o magistrado nega à CPI o acesso aos depoimentos. Como acreditar nessa justiça?? Cadê o STF??

Denuncia grave

A “Folha de São Paulo” publicou domingo último matéria contendo denúncia do delegado Mario Fanton, da Policia Federal, sobre manipulação de provas na Operação Lava-Jato. O policial, enviado a Curitiba para investigar a denúncia de grampo ilegal na cela do doleiro Youssef, disse que foi pressionado por colegas para abafar o caso e acusou o seu colega Igor Romário de Paula de querer “manipular as provas”. Em seu relatório, publicado pelo jornalão paulista, ele sugere ao Ministério Público Federal para reanalisar as provas, “inclusive a sindicância de escuta clandestina, se possível refazendo-a, e conduza diretamente a presente investigação ou com grande proximidade a um novo delegado a se indicar, pois não acreditamos mais nas provas constituídas”. E agora? O ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, vai continuar de braços cruzados olhando a banda passar? Não vai tomar nenhuma providência? Se ele não tiver coragem é melhor entregar o cargo. Chega de leniência.

domingo, 12 de julho de 2015

Ditadura midiática

Em todo o mundo a imprensa é um dos principais pilares da democracia, defensora da Constituição e baluarte das liberdades. No Brasil é diferente. Aqui a grande mídia é a principal fomentadora do desrespeito à Constituição, incentivadora de golpes e defensora da excepcionalidade. E, ainda, apoiadora do fascismo, disseminadora de ódio, responsável pela criação de um clima de hostilidades que ameaça fazer vítimas fatais a qualquer momento. Graças ao terror que implantou no país, com matérias que, infelizmente, ainda conseguem influenciar brasileiros alienados, paralisou pelo medo o governo, o STF e o Congresso, entre outras instituições. Como consequência, o Brasil passou a viver sob o jugo de uma ditadura midiática, que tem como executor de sua agenda o Poder Judiciário, através de alguns dos seus membros transformados por ela em celebridades. Não há limites para a ação desse mecanismo ditatorial, que vem criando enormes dificuldades à presidenta Dilma Roussef em seu segundo mandato, ao mesmo tempo em que robustece a luta de oportunistas da oposição para apeá-la do Palácio do Planalto mediante um golpe mascarado com o nome de impeachment. Qualquer coisa é válida para tentar derrubar a Presidenta, inclusive a palavra de bandidos confessos em delações ditas “premiadas”. A grande mídia conseguiu, inclusive, com suas agressões diárias ao governo e aos petistas, estimular o desrespeito à Presidenta da República até de servidores públicos, na medida em que avaliza e divulga com destaque declarações afrontosas aos seus superiores hierárquicos. O diretor da Policia Federal, por exemplo, afrontou o seu superior hierárquico, o ministro da Justiça, ao afirmar que “a operação Lava-Jato vai continuar com ou sem o ministro José Eduardo Cardozo”. O juiz Sergio Moro, por sua vez, respondeu, de forma desrespeitosa, declarações da presidenta Dilma Roussef. O policial e o magistrado, para isso, certamente se sentem fortalecidos pelo apoio da mídia. Embora com atraso, porém, já se percebe uma reação de todos os que tem sido vítimas de agressões, a começar pela própria Presidenta. Parece que acabou o jogo sem marcação, o que deverá inibir a ação, inclusive, do senador Aécio Cunha, que estava jogando solto com a sua língua afiada. O presidente nacional do PSDB, contorcendo-se de ódio aos brasileiros que elegeram Dilma, não consegue conformar-se com o resultado das urnas e busca chegar ao poder por processos antidemocráticos. Seu avô materno, o saudoso Tancredo Neves, deve estar se revirando no túmulo, decepcionado e envergonhado com o comportamento do neto, que dele só aproveitou o sobrenome para beneficiar-se do seu prestigio político. O nome dele, na verdade, é Aécio Neves da Cunha, mas não tem nada a ver com o presidente da Câmara dos Deputados. Cunha é o nome do pai, que ele preferiu esquecer para adotar o Neves do avô, de modo a facilitar sua trajetória política. O fato é que a Presidenta e os partidos aliados, que há tempos estavam na defensiva, acuados pela campanha sistemática da grande mídia e as agressões de Aécio e companhia, resolveram reagir e partir também para o ataque, o que entonteceu a oposição, já habituada a bater sem nenhuma reação. Os sindicatos começaram a se alinhar na defesa do governo e personalidades nacionais de destaque igualmente assumiram publicamente posição em defesa da democracia e da legalidade e legitimidade do governo Dilma Roussef. E o impeachment, até então considerado favas contadas, perdeu força, apesar de declarações inconsequentes como a do ex-ministro Ayres Brito. A tentativa da “Folha” de alimentar as chamas do impeachment, mediante uma pesquisa de intenção de votos fora de época para dizer que Aécio só chegará ao Planalto se Dilma for derrubada agora, já não produzirá o efeito desejado por vários motivos: primeiro, a base aliada no Congresso já se mobilizou para brecar qualquer tentativa nesse sentido; segundo, o PSDB, principal partido defensor do impeachment, está dividido e Aécio está sendo isolado em sua cruzada obsessiva contra a Presidenta; e terceiro, as recentes declarações do Papa Francisco sobre o comportamento da mídia certamente irão acordar muita gente que, anestesiada pelo noticiário distorcido, perdeu a capacidade de pensar. O Sumo Pontífice disse na Bolivia que “a concentração monopolista dos meios de comunicação social que pretende impor padrões alienantes de consumo e certa uniformidade cultural é uma forma de colonialismo. É o colonialismo ideológico”. Ele pareceu estar falando sobre a imprensa brasileira quando disse que “sob o nobre disfarce da luta contra a corrupção, o narcotráfico ou o terrorismo – graves males dos nossos tempos que requerem uma ação internacional coordenada – vemos que se impõem aos Estados medidas que pouco têm a ver com a resolução de tais problemáticas e muitas vezes tornam as coisas piores”. E finalizou: “Hoje o clima midiático tem suas formas de envenenamento. As pessoas sabem, percebem, mas infelizmente se acostumam a respirar da rádio e da televisão um ar sujo, que não faz bem. É preciso fazer circular um ar mais limpo. Para mim, os maiores pecados são aqueles que vão na estrada da mentira, e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação”. Ele disse tudo.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Confissão

O ministro Augusto Nardes, do TCU, relator das contas do exercício de 2014 do governo de Dilma Roussef, parece que também gostou dos holofotes, que o tem focalizado nos últimos tempos, e decidiu responder à Presidenta que, em entrevista à “Folha”, disse que as pedaladas fiscais sempre foram feitas pelos outros governos. Nardes disse que as pedaladas de Dilma foram “extremamente superiores” em relação aos governos anteriores. Ou seja, mesmo sem querer ele acabou admitindo que as chamadas “pedaladas fiscais” são uma rotina em todos os governos. Então, pergunta-se: por que somente agora ele as considera irregulares? Nardes, pelo visto, é outro tucano enrustido que resolveu colocar as manguinhas de fora. Afinal, quem deveria responder à Presidenta era o presidente do TCU e não o relator das contas. As penas tucanas começaram a aparecer em vários lugares.

Golpistas

Em sua entrevista à “Folha” a presidenta Dilma chamou a oposição de golpista e o senador Aécio Neves, que não foi citado nominalmente, vestiu a carapuça e resolveu responder dizendo que “golpista é o PT”. Deve ser uma piada, porque o PT conquistou a Presidência da República no voto. O governador tucano paulista, Geraldo Alkmin, também decidiu responder a Dilma dizendo que “a oposição é necessária num regime democrático, tanto quanto o governo. E não é golpista”. Em parte ele tem razão. A oposição é indispensável numa democracia, mas essa oposição que está aí é golpista. Afinal, ela, a oposição, não quer chegar ao poder pelo voto mas por um impeachment forçado, o que, sem dúvida, é golpe.

Arbitrariedades

Já se comenta nos círculos jurídicos que nem na ditadura militar houve tanta arbitrariedade como hoje, em que as prisões são feitas indiscriminadamente, sem nenhuma base legal, ao sabor dos humores do juiz Sergio Moro, condutor da Operação Lava-Jato. Até documentos dos advogados, destinados à defesa dos seus clientes presos, foram apreendidos. Por outro lado, sobre os vazamentos seletivos que só se referem ao PT, o próprio magistrado disse num encontro de jornalistas que eles são necessários para manter o público informado sobre o andamento das investigações. Ele admitiu, portanto, ser o responsável pelos vazamentos. Nesse caso, pergunta-se: então por que os depoimentos não são abertos ao público e à imprensa? Por que não vaza nada sobre os outros partidos envolvidos?

Quietos

Os militares estão quietos, assistindo dos quartéis à movimentação da oposição para derrubar a presidenta Dilma Roussef. O problema é que todo mundo sabe que se os tucanos, à frente Aécio Neves, tomarem o poder a Petrobrás estará ameaçada, nossas riquezas petrolíferas, o programa nacional de defesa e a nossa soberania. Todos sabem, também, que as forças armadas tem o predomínio dos nacionalistas. Então, pergunta-se: será que eles vão assistir de braços cruzados à ameaça que paira sobre a soberania do Brasil? Como sua missão constitucional é defender o país, creio que estão esperando o momento certo para manifestar-se sobre a questão. E aí eu quero ver como se comportarão os “valentes” que falam até em sangrar a Presidenta...

terça-feira, 7 de julho de 2015

Até que enfim

Ora viva! Até que enfim a presidenta Dilma Roussef resolveu reagir às agressões dos golpistas, à frente o senador Aécio Neves, que querem tomar o Palácio do Planalto de assalto. Em entrevista à “Folha” ela finalmente abriu as baterias, deixando meio atordoados os opositores que já a imaginavam abatida. Palavras, porém, não bastam. Ela precisa usar os mecanismos legais de que dispõe para uma ação mais concreta contra aqueles que a agridem diariamente e tramam contra o seu mandato. Ela precisa mostrar a esse pessoal que ainda está viva e disposta a cumprir o seu mandato até o final. Chega de contemporizar.

Diferença

Os imbecis que povoam as redes sociais realizaram recentemente uma onda de agressões racistas a Maria Julia Coutinho, a moça do tempo do “Jornal Nacional”. A reação foi imediata. Além de outros internautas, que saíram em defesa de Maju, também a própria Globo tomou providências jurídicas para identificar e punir os agressores, contando para isso inclusive com a ajuda de promotores de diversos lugares que deflagraram os mecanismos legais que permitem a identificação dos racistas. Agora, pergunta-se: por que os órgãos do governo não fazem o mesmo quando a presidenta Dilma Roussef é agredida nas redes sociais? Por que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não faz nada? E a policia federal?

Obsessão

O senador Aécio Neves está tão obcecado pela Presidência da República, que pretende ocupar a qualquer preço, que em entrevista após sua reeleição para a presidência do PSDB disse ter sido reeleito presidente da República. Ele quer ser presidente de qualquer jeito. E se não conseguir emplacar o impeachment da presidenta Dilma Roussef vai acabar enlouquecendo. A julgar por aquele gesto manjado de fazer o V com os dedos da mão, ele continua imaginando que ainda está sobre o palanque eleitoral, embora o pleito tenha sido realizado no ano passado. O que tem impressionado, nos seus discursos, é o olhar de louco. Os seus acólitos precisam prestar atenção, porque parece que ele não está bem...

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O perigo tucano

A Operação Lava-Jato está levando o Brasil de volta à condição de colônia, destruindo os grandes avanços conquistados nos últimos doze anos e provocando danos incalculáveis ao nosso programa de defesa e à soberania nacional. Parece não haver dúvida de que todo esse processo objetivando a derrubada da presidenta Dilma Roussef, com a participação decisiva da grande mídia – e que tem como um dos principais componentes a Lava-Jato – seria inspirado no exterior. A espionagem americana revelada pelo wikiliks não deixa dúvidas quanto ao interesse dos Estados Unidos pela nossa economia, particularmente pelo nosso petróleo. A queda de Dilma e a ascensão do tucano Aécio Neves seria, no momento, o melhor caminho para que os americanos alcançassem nossas riquezas petrolíferas, mais precisamente o pré-sal. Até o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso o Brasil vivia na coleira norte-americana, seguindo rigorosamente o seu receituário, que incluía a submissão ao FMI, o desmonte do patrimônio nacional, através das privatizações, e a entrega das nossas riquezas petrolíferas às grandes empresas americanas que exploram petróleo. Chegaram a tentar mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax de modo a facilitar a sua privatização. A eleição de Lula, no entanto, mudou esse panorama. A partir do seu governo o Brasil deixou de ser subserviente e andar a reboque da grande nação do Norte, assumiu uma atitude de independência e ganhou o respeito do mundo. Desde então os americanos tentam “recuperar” a sua “colônia”. Os entreguistas tucanos daquela época, no entanto, continuam agindo com esse objetivo, contando com o apoio escancarado da grande mídia. Além do esforço desesperado para tomar o governo a qualquer preço, usando todos os recursos para defenestrar a presidenta Dilma Roussef do Palácio do Planalto, eles tentam também entregar o nosso petróleo ao capital estrangeiro pelas vias legais. O senador José Serra (PSDB), por exemplo, propôs no Congresso a retirada da Petrobrás do pré-sal com o argumento cínico de que a medida “é patriótica”. Embora a proposta seja nitidamente entreguista, o senador Roberto Requião, do PMDB, foi o único membro do Congresso a denunciar da tribuna do Senado o atentado que o projeto representa à nossa soberania. A Operação Lava-Jato, da maneira como vem sendo conduzida pelo juiz Sergio Moro e a tentativa de fragilizar a Petrobrás, desvalorizando-a por conta da corrupção de meia dúzia de funcionários, faz parte desse processo. Estão acumpliciados nessa operação os principais veículos de comunicação do país, o ex-presidente FHC, o senador Aécio Neves e alguns dos seus acólitos. Os outros oposicionistas que seguem a liderança de Aécio nessa cruzada para derrubar Dilma são inocentes úteis, abestados que não atentam para o fato de que estão sendo usados como instrumentos para atingir objetivos que não enxergam. O jornalista Mauro Santayana revelou, em recente artigo, os riscos que a nossa soberania está correndo com os prejuízos causados ao programa nacional de defesa, com a paralização dos trabalhos de construção de navios, submarinos, mísseis, etc. Recorde-se que no final do governo FHC tentou-se entregar aos Estados Unidos, mediante um contrato humilhante de arrendamento, a base espacial de Alcântara, no Maranhão. Entre outras cláusulas, o contrato estabelecia que nenhuma autoridade brasileira poderia entrar em Alcântara sem autorização do governo norte-americano. E mais: o dinheiro pago pelo arrendamento somente poderia ser empregado no setor indicado pelos próprios americanos. Ou seja: a base seria uma nova Guantânamo encravada no Nordeste. Graças ao deputado Waldir Pires, do PT baiano, que segurou o processo na Câmara dos Deputados até a eleição e posse de Lula, o desejo de FHC foi frustrado. E ninguém nunca mais falou no assunto. Por aí já é possível ter-se uma pálida idéia do perigo que representaria para a nossa soberania a presença de Aécio no Palácio do Planalto. Infelizmente muitos brasileiros, influenciados pela mídia golpista, ainda não atentaram para isso. O que ele quer na verdade é o poder, para atrelar novamente o Brasil aos Estados Unidos. Afinal, que propostas concretas ele tem para o nosso país? Em quatro anos de mandato como senador ele não apresentou nenhum projeto para melhorar alguma coisa no Brasil? Ele não faz outra coisa a não ser tramar a queda da presidenta Dilma Roussef porque sabe que dificilmente conquistará o Planalto pelo voto. Na democracia, no entanto, o poder se conquista pelo voto. Afora o voto popular só pelo golpe. Ele sabe disso, mas demagógica e cinicamente se diz democrata.

domingo, 5 de julho de 2015

Estamos de volta

Depois de um longo e tenebroso inverno, que incluiu algumas hospitalizações, este blogue está de volta. E volta quente. E sem delongas vamos às noticias.

Seleção

A CBF vai criar uma comissão com um monte de gente para identificar os problemas da nossa seleção de futebol, que só vence em jogo amistoso. Não sei pra que uma comissão, para ver um problema que está na cara: falta de marcação e aquele joguinho idiota para os lados e para trás. Qualquer time de futebol joga para a frente, enquanto o Brasil só sabe jogar para os lados e para trás. Esse defeito é antigo. Já mudaram várias vezes de técnico mas o problema permanece. No jogo contra o Paraguai verificou-se que em apenas dois toques os paraguaios chegavam à área brasileira levando sempre perigo. E a marcação também não dava trégua à equipe canarinha. No momento em que sanarem esses dois problemas o Brasil voltará a ser o melhor do mundo, porque talento os nossos atletas tem.

Moleque

O moleque que agrediu verbalmente a presidenta Dilma Roussef na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, deveria ter levado umas boas palmadas para deixar de ser imbecil e desrespeitoso. Um professor daquela universidade, aliás, disse que Igor – esse o nome do moleque – é “fascista e imbecil”. Imbecis, também, são todos os que aplaudiram o seu gesto, que revela não exatamente discordância mas intolerância, melhor dizendo, fascismo, estimulado pelo ódio disseminado na grande mídia e nas redes sociais. Acho que esse pessoal que está insatisfeito com o Brasil deveria mudar-se para a Grécia.

Arrogancia

O diretor geral da Policia Federal, Leandro Dalello, disse à imprensa que “a Operação Lava-Jato vai continuar, com o sem José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça”. Ninguém, muito menos o governo, deseja parar a Lava-Jato, pois é importante para o país que os corruptos sejam identificados e punidos. O que todos condenam, inclusive juristas de renome, são os métodos empregados pelo juiz Sergio Moro, que prende sem provas quem bem entende para arrancar confissões, atropelando a legislação. E o que fica bem nitido, com os vazamentos seletivos, são os objetivos políticos da operação que, verdade, está mais interessada em atingir Dilma e o ex-presidente Lula do que propriamente punir os corruptos. Prova disso é que o o corrupto confesso Paulo Roberto Costa, o maior deles, está em casa. A declaração de Dalello, no entanto, revela desrespeito ao seu superior hierárquico.

Casa da mãe Joana

O Brasil foi transformado na casa da mãe Joana, onde todo mundo manda. Manda a mídia, manda o juiz Sergio Moro, manda o procurador Fernando Lima, manda a Policia Federal, manda o deputado Eduardo Cunha, manda o senador Renan Calheiros. Quem menos manda é a presidenta Dilma Roussef, o Supremo Tribunal Federal, o ministro José Eduardo Cardozo. Todo mundo faz o que bem entende, ameaça de morte quem não pensa como a oposição, agride ex-integrantes do governo em hospitais e restaurantes e insulta a presidenta da República nas redes sociais e até em adesivos colados em automóveis. E ninguém sofre qualquer punição. As arbitrariedades e a impunidade generalizada transformaram a democracia vigente no país em uma anarquia mascarada. O procurador Fernando Lima, por exemplo, um dos principais integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato, certamente sentindo-se fortalecido diante do silêncio e da inércia do STF e da autoridade maior do Ministério Público, chega a debochar publicamente da presidenta da República. Em resposta a uma crítica da presidenta Dilma Roussef , sobre as delações premiadas, disse à “Folha de S.Paulo” que “como não há [entre delatados da Lava Jato] nem Jesus Cristo nem Tiradentes, não há entre os delatores nem Judas nem Silvério. Porque não vivemos nem na Roma imperial nem nos tempos de Maria Louca (??). Vivemos na democracia”. Ele esqueceu de dizer que se vivemos hoje numa democracia devemos, entre outras pessoas, à própria Dilma, que lutou contra a ditadura, chegando inclusive a ser presa. E ele? Qual a sua contribuição à democracia? Na verdade, se houvesse mesmo democracia em nosso país o procurador Fernando Lima não teria a ousadia de debochar da chefe da Nação, pois as instituições estariam funcionando perfeitamente, sem medo da mídia, e ele, como funcionário público, seria punido pelos seus superiores. Como, no entanto, vivemos mesmo numa anarquia, ninguém mais respeita ninguém. A própria Presidenta não reage aos insultos de que tem sido vítima. Como uma das consequências da apatia do governo e do Supremo Tribunal Federal, aparentemente amedrontados diante das pressões diárias da grande mídia, o juiz Sergio Moro se transformou no homem mais poderoso do país, promovendo um festival de prisões e estimulando a delação premiada para obter resultados políticos. Todo o mundo jurídico critica os seus métodos arbitrários, até o ministro Marco Aurélio Melo, do STF, mas como até hoje não houve uma posição formal do Supremo ele continua fazendo o que bem entende, acolitado entre outros pelo procurador Fernando Lima, ignorando solenemente todos os que discordam dele. E não está preocupado porque tem a mídia, que até já o premiou, do seu lado. Enquanto isso o senador Aécio Neves, ainda inconformado com a sua derrota nas eleições presidenciais do ano passado, continua buscando algo para perturbar a presidenta Dilma Roussef. Até hoje ninguém tomou conhecimento de qualquer projeto da sua autoria destinado a melhorar alguma coisa no Brasil. Na verdade, ele não faz outra coisa a não ser agredir o governo e procurar motivos para derrubar a Presidenta. Certamente por isso está perdendo espaço para o governador Geraldo Alkmin, de São Paulo, que se mostra mais maduro e muito mais equilibrado para concorrer à Presidência da República em 2018. Aliás, na propaganda partidária na TV Alkmin fez questão de separar o PSDB de São Paulo do PSDB de Aécio. Por sua vez o deputado Eduardo Cunha, hoje o segundo homem mais poderoso do país depois do juiz Moro, deita e rola na Câmara dos Deputados, atropelando tudo para fazer valer a sua vontade. E conseguiu aprovar a redução da maioridade penal no mesmo dia em que a proposta foi rejeitada, contando para isso com os votos até de parlamentares da base aliada. Cunha, pelo visto, tem a Câmara nas mãos, pois também faz o que bem entende diante da submissão da maioria dos parlamentares. Sua diferença para o juiz Moro é que ele é chefe de um poder e não tem ninguém acima dele, a não ser o plenário da Casa que, no entanto, vem homologando todas as suas decisões. Talvez por isso ele também defenda o Parlamentarismo. O fato é que alguém precisa fazer alguma coisa para mudar essa situação de insegurança em que o país está vivendo. Além das prisões indiscriminadas, ao sabor dos humores do juiz Moro, o ódio disseminado pela grande mídia e redes sociais ameaça fazer uma vítima a qualquer momento, pois as agressões verbais a ex-integrantes do governo e a quem não reza pela cartilha da Direita estão se intensificando sem nenhuma medida punitiva. Se nada for feito um dos muitos desequilibrados que pululam por aí, especialmente nos locais frequentados pela elite paulista, poderá cometer um desatino de consequências trágicas. Afinal, depois que um imbecil pregou a morte de Jô Soares, só porque entrevistou a presidenta Dilma Roussef, tudo é possível.

De volta

Depois de um longo e tenebroso inverno, que incluiu algumas hospitalizações, este blogue está de volta. E volta quente. E sem delongas vamos às noticias.