segunda-feira, 6 de julho de 2015

O perigo tucano

A Operação Lava-Jato está levando o Brasil de volta à condição de colônia, destruindo os grandes avanços conquistados nos últimos doze anos e provocando danos incalculáveis ao nosso programa de defesa e à soberania nacional. Parece não haver dúvida de que todo esse processo objetivando a derrubada da presidenta Dilma Roussef, com a participação decisiva da grande mídia – e que tem como um dos principais componentes a Lava-Jato – seria inspirado no exterior. A espionagem americana revelada pelo wikiliks não deixa dúvidas quanto ao interesse dos Estados Unidos pela nossa economia, particularmente pelo nosso petróleo. A queda de Dilma e a ascensão do tucano Aécio Neves seria, no momento, o melhor caminho para que os americanos alcançassem nossas riquezas petrolíferas, mais precisamente o pré-sal. Até o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso o Brasil vivia na coleira norte-americana, seguindo rigorosamente o seu receituário, que incluía a submissão ao FMI, o desmonte do patrimônio nacional, através das privatizações, e a entrega das nossas riquezas petrolíferas às grandes empresas americanas que exploram petróleo. Chegaram a tentar mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax de modo a facilitar a sua privatização. A eleição de Lula, no entanto, mudou esse panorama. A partir do seu governo o Brasil deixou de ser subserviente e andar a reboque da grande nação do Norte, assumiu uma atitude de independência e ganhou o respeito do mundo. Desde então os americanos tentam “recuperar” a sua “colônia”. Os entreguistas tucanos daquela época, no entanto, continuam agindo com esse objetivo, contando com o apoio escancarado da grande mídia. Além do esforço desesperado para tomar o governo a qualquer preço, usando todos os recursos para defenestrar a presidenta Dilma Roussef do Palácio do Planalto, eles tentam também entregar o nosso petróleo ao capital estrangeiro pelas vias legais. O senador José Serra (PSDB), por exemplo, propôs no Congresso a retirada da Petrobrás do pré-sal com o argumento cínico de que a medida “é patriótica”. Embora a proposta seja nitidamente entreguista, o senador Roberto Requião, do PMDB, foi o único membro do Congresso a denunciar da tribuna do Senado o atentado que o projeto representa à nossa soberania. A Operação Lava-Jato, da maneira como vem sendo conduzida pelo juiz Sergio Moro e a tentativa de fragilizar a Petrobrás, desvalorizando-a por conta da corrupção de meia dúzia de funcionários, faz parte desse processo. Estão acumpliciados nessa operação os principais veículos de comunicação do país, o ex-presidente FHC, o senador Aécio Neves e alguns dos seus acólitos. Os outros oposicionistas que seguem a liderança de Aécio nessa cruzada para derrubar Dilma são inocentes úteis, abestados que não atentam para o fato de que estão sendo usados como instrumentos para atingir objetivos que não enxergam. O jornalista Mauro Santayana revelou, em recente artigo, os riscos que a nossa soberania está correndo com os prejuízos causados ao programa nacional de defesa, com a paralização dos trabalhos de construção de navios, submarinos, mísseis, etc. Recorde-se que no final do governo FHC tentou-se entregar aos Estados Unidos, mediante um contrato humilhante de arrendamento, a base espacial de Alcântara, no Maranhão. Entre outras cláusulas, o contrato estabelecia que nenhuma autoridade brasileira poderia entrar em Alcântara sem autorização do governo norte-americano. E mais: o dinheiro pago pelo arrendamento somente poderia ser empregado no setor indicado pelos próprios americanos. Ou seja: a base seria uma nova Guantânamo encravada no Nordeste. Graças ao deputado Waldir Pires, do PT baiano, que segurou o processo na Câmara dos Deputados até a eleição e posse de Lula, o desejo de FHC foi frustrado. E ninguém nunca mais falou no assunto. Por aí já é possível ter-se uma pálida idéia do perigo que representaria para a nossa soberania a presença de Aécio no Palácio do Planalto. Infelizmente muitos brasileiros, influenciados pela mídia golpista, ainda não atentaram para isso. O que ele quer na verdade é o poder, para atrelar novamente o Brasil aos Estados Unidos. Afinal, que propostas concretas ele tem para o nosso país? Em quatro anos de mandato como senador ele não apresentou nenhum projeto para melhorar alguma coisa no Brasil? Ele não faz outra coisa a não ser tramar a queda da presidenta Dilma Roussef porque sabe que dificilmente conquistará o Planalto pelo voto. Na democracia, no entanto, o poder se conquista pelo voto. Afora o voto popular só pelo golpe. Ele sabe disso, mas demagógica e cinicamente se diz democrata.

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