sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Oposição sem bandeira

A oposição no Brasil é só isso mesmo: oposição. Ou seja, é contra tudo o que se origina no governo, até mesmo contra iniciativas destinadas a melhorar a vida do povo, recuperar a economia, ampliar o sistema de saúde ou provocar a geração de novos empregos. Aos oposicionistas, em especial o líder tucano Aécio Neves, o que importa é afastar a Presidenta e conquistar o poder, a qualquer preço, mesmo sem bandeiras e sem projetos, razão porque não fazem outra coisa a não ser criticar, agredir, caluniar, ofender. Até hoje não apresentaram um único projeto de governo, uma alternativa séria e confiável capaz de substituir com vantagem o atual governo petista. Esse comportamento, aliás, não é novidade, pois Fernando Henrique quando assumiu a Presidência da República, montado no Plano Real do presidente Itamar Franco, também não tinha plano de governo e certamente por isso sua primeira providência, no comando da Nação, foi assegurar a sua permanência no poder por mais quatro anos, mediante uma emenda constitucional aprovada de maneira suspeita. A segunda providência foi vender o patrimônio nacional por meio de um processo de privatizações que nos subtraiu estatais estratégicas, importantes para a soberania do país, entre elas a mais lucrativa, a Vale do Rio Doce, um verdadeiro crime de lesa-pátria. E até hoje ninguém sabe o destino dos recursos arrecadados. Os brasileiros que se deixaram envolver emocionalmente pelos discursos incendiários de oposicionistas como Aécio e pelo noticiário tendencioso, permitindo que um ódio sem motivo prosperasse em seu coração, não perceberam ainda que os oposicionistas mais radicais não apresentaram até hoje, no Congresso, nenhuma proposta destinada a solucionar problemas e melhorar a vida do povo. Eles se dizem representantes do povo – e são, legalmente – mas na prática representam a si mesmos, os seus próprios interesses. Também não atentaram para os riscos de um impeachment, um trauma que só dará prejuízos ao país, causando instabilidade e destruindo uma imagem positiva de democracia conquistada a duras penas nos últimos anos. O combate à corrupção, aprovado por todos os brasileiros, por outro lado, não pode servir de pretexto para perseguições políticas e muito menos paralisar o país, provocando desemprego e assustando os investidores estrangeiros. Apesar do quadro pessimista pintado pela nossa mídia, porém, a imprensa internacional parece estar enxergando com mais acuidade e positividade o panorama brasileiro. O jornal espanhol “El País”, por exemplo, em editorial, fez uma análise isenta da situação do Brasil, dizendo, entre outras coisas, que“é bom lembrar que Dilma não foi acusada de corrupção por nenhuma instância judicial e que uma coisa é a responsabilidade política e outra, a penal. Usar como arma política o recurso legal que significa a destituição do chefe de Estado pelo Parlamento levaria o país perigosamente a cenários de instabilidade institucional que ele parecia ter deixado para trás ao se tornar uma potência regional e um exemplo para o mundo todo de sucesso no desenvolvimento e no combate à pobreza.” Depois de reconhecer que “o Brasil é envenenado por um debate político estéril e paralisante”, o periódico espanhol, dando uma enorme lição na imprensa brasileira quanto ao enfoque dado no noticiário e editoriais, afirma que “o que o Brasil precisa neste momento é que a justiça atue e responsabilidades sejam identificadas, que os políticos estejam à altura e que as instituições assumam seu papel. Os brasileiros não merecem nada menos que isso". Conclui-se, com base nesse editorial, que, visto à distância, sem as paixões que obliteram a visão e enegrecem corações, o Brasil continua merecendo o respeito e a confiança dos estrangeiros, o que, aliás, ficou claro na recente visita da chanceler alemã Ângela Merkell, interessada em novos investimentos em nosso país. Os maus brasileiros, no entanto, aqueles que só enxergam desgraças, como o colunista Rodrigo Constantino, da “Veja”, acreditam que estarão melhores em outros países. Constantino, que não faz muito tempo se mudou para os Estados Unidos, postou nas redes sociais uma foto segurando um cartaz em que diz que “prefere lavar privadas em Miami” a viver no Brasil. Questão de gosto não se discute. Se ele prefere limpar o cocô dos americanos a ficar no Brasil o gosto é dele. Todo mau brasileiro, aliás, como os que vivem envenenando o povo com seu ódio, deveria seguir o seu exemplo. O nosso país certamente ficará bem melhor sem eles.

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