Ainda o terror

Aposentados e pensionistas do Banco da Amazonia realizaram, em todo o país onde o Banco tem agência,  manifestações de protesto contra o não pagamento da primeira parcela do 13º salário e a ameaça de não pagamento dos proventos deste mes de março. Em Belem os manifestantes se reuniram em frente do prédio sede do Basa, na Praça da República, ao mesmo tempo em que a diretoria do Banco fazia uma festa de carnaval para as funcionárias como homenagem pelo Dia Internacional da Mulher. Em declarações ao jornal "O Liberal", o secretário executivo do Banco, Alcir Erse, disse sem a menor cerimonia que o fundo da Caixa de Aposentadoria Complementar (Capaf), que atende aos aposentados e pensionistas até o ano de 2000, não existe, "o dinheiro acabou e não há previsão de pagamento". Segundo ele, só estão recebendo normalmente  os que se aposentaram depois de 2000. E disse mais: que só existe uma alternativa para solucionar o problema, que é a adesão de no mínimo 95% dos aposentados e pensionistas ao novo Plano de Constribuição Definida, o que levará o Banco a disponibilizar R$ 860 milhões para normalizar o pagamento. O secretário execujtivo só não explicou o estranho mecanismo que só permite o pagamento dos que se aposentaram depois de 2000, já que os outros contribuiram igualmente a vida toda para a Capaf. E também não disse que os R$ 860 milhões que o Basa pretende disponibilizar, caso haja adesão ao novo plano, é exatamente o valor que o Banco deve de contribuições à Capaf.
A verdade, nua e crua, é que o Banco e a Capaf continuam o seu terrorismo com o objetivo de obrigarem os aposentados e pensionistas a aderirem ao novo plano, que é notoriamente prejudicial aos interesses da categoria, pois aumenta o percentual da contribuição e exige que aqueles que possuem ações judiciais contra o Banco desistam delas. Pelo visto, só a Justiça pode obrigá-los a pagar o que devem aos aposentados e pensionistas. E até que saia a decisão, como os velhinhos sobreviverão? E se um deles morrer quem  vai  pagar por isso?