terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval

Durante quatro dias o país praticamente estaciona para que Momo possa reinar em todos os quadrantes, período em que muita gente extravasa impulsos reprimidos ou vive efêmera ilusão de reis e rainhas. A alegria explode em meio a rítmos alucinantes, misturada a alcool e drogas, numa falsa impressão de felicidade. E enquanto muitos pulam suarentos nos blocos ou atrás dos trios elétricos, entre beijos e abraços que transpiram sensualidade, outros mergulham em profunda tristeza, chorando pelos entes queridos vítimas de acidentes ou homicídios resultantes de excessos. Até segunda-feira a Polícia Rodoviária Federal já havia registrado 3.029 acidentes com 166 mortes nas estradas federais. São as duas faces da mesma moeda. Mas nem tudo é carnaval. Muitos, mais preocupados com o futuro material,  aproveitam o feriado para intensificar os estudos que lhes permitirão conquistar  melhor posição social através de concursos públicos, enquanto outro tanto, preocupado com o futuro espiritual, concentra-se em retiros, longe do burburinho da folia, para melhor desenvolvimento do espírito. E evangélicos, católicos e espíritas trocaram o ruído barulhento do carnaval pelo silêncio das preces e estudos que os  conduzirão à paz interior, pedindo a misericórdia de Deus para aqueles que, invigilantes, não conseguiram imunizar-se contra os males da folia. E que, passada a euforia, chorarão arrependidos.

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