quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Perseguições

Seguindo o exemplo do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, que condenou os réus do chamado mensalão com base em notícias de jornais (justamente pela ausência de provas estribou-se na “teoria do domínio do fato”), o Ministério Público do Distrito Federal, através de duas procuradoras, pediu à Justiça providências contra supostas regalias concedidas a José Dirceu e Delúbio Soares, ambos cumprindo a pena no presídio da Papuda, em Brasilia. Com base em reportagem do jornal “O Globo”, as procuradoras citam uma feijoada ocorrida dentro da prisão como privilégio e pedem que os condenados sejam transferidos para um presídio federal, porque tais regalias estariam provocando descontentamento entre os demais presos, com a possibilidade de uma rebelião. As procuradoras não procuraram investigar a veracidade das informações, estribando-se unicamente no noticiário do jornal, informações, aliás, que foram desmentidas pelo advogado Alexandre Queiroz, presidente da Comissão de Ciências Criminais da Ordem dos Advogados do Brasil, que visitou todas as dependências da Papuda e não constatou nenhuma das regalias denunciadas. "Não vi nenhum privilégio lá” – disse o advogado, acrescentando: “Eles tomam banho de sol com outros presos, estão inseridos dentro da massa carcerária".Sobre o pedido feito pelo Ministério Público à Vara de Execuções Penais (VEP) do DF, para que acabasse o "tratamento diferenciado" aos condenados da AP 470, o presidente da comissão disse: “Pode ser que o MP tenha alguma informação que a gente não tem". Quanto à feijoada denunciada pela revista “Veja”, a que teria direito aos finais de semana o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Alexandre afirmou: "Não tive conhecimento”. E sobre o uso de eletrodomésticos, também citado pela imprensa, Queiroz informou que há cantinas em cada ala da penitenciária e que os presos têm direito a usar alguns aparelhos para prepararem a comida. O fato é que a perseguição, especialmente ao ex-ministro José Dirceu, por parte do ministro Joaquim Barbosa e do juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (mantendo-o, inclusive, em regime fechado e impedindo que ele trabalhe) já se tornou tão escandalosa, com a cumplicidade da chamada Grande Imprensa, que estão ficando insustentáveis e contribuindo para o descrédito da Justiça. Agora eu pergunto: para aplacar o ódio desses dois magistrados e dos jornais e revistas que participam das perseguições não seria mais humano pedir para os condenados a pena de morte??

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