sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Cartel de trens

O ex-diretor da multinacional Siemens, Everton Rheinheimer, revelou, em depoimento, que o esquema de cartel montado para obter contratos de trem e metrô com governos tucanos em São Paulo, desde a gestão de Mario Covas (1998), pode ter pago mais de R$ 197 milhões em propina. Segundo matéria da “Folha de São Paulo”, três secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB) são citados como destinatários do suborno: o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, o secretário de Energia, José Aníbal, e o hoje secretário do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM). De acordo com o que declarou Rheinheimer a Siemens e seus parceiros pagaram 9% para fornecer trens à linha 5 do Metrô em 2000, um contrato de R$ 1,57 bilhão, em valores atualizados. O caso está nas mãos do STF, mas o juiz federal Marcelo Cavali classificou como frágeis os indícios de que eles receberam propina. Rodrigo Garcia pediu ao relator do inquérito no Supremo, ministro Marcos Aurélio, a sua exclusão do processo, sob a alegação de que não existe nenhum indicio da sua participação no esquema. Rheinheimer e o lobista Arthur Teixeira, no entanto, o apontam como o ponto de contato político do esquema. Por outro lado, surgiu um novo nome nas investigações: a Corregedoria-Geral de Administração do Estado ligou o secretário de Infraestrutura municipal, Osvaldo Spuri, ao cartel. Spuri é funcionário afastado da CPTM e foi o presidente da comissão de licitações em concorrência na qual a alemã Siemens diz ter havido formação de cartel. Ele participou de licitações na CPTM nos governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.

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