quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pavão

O deputado Chico Vigilante, também indignado com a atitude do ministro Gilmar Mendes, publicou artigo em que diz, entre outras coisas, que o ministro não sabe o que é solidariedade. Ele começa dizendo: “As declarações do ministro Gilmar Mendes sugerindo que o Ministério Público investigue as doações feitas por cidadãos brasileiros aos sites de arrecadação de fundos para o pagamento das multas impostas a José Genoino e a Delúbio Soares, não me surpreende, apesar de me enojar”. Prossegue Vigilante afirmando que “o ministro Gilmar Mendes, acusado de sonegação fiscal e desfalque no IDP, Instituto Brasiliense de Direito Público, fundado por ele e outros juristas em 1998, não pode mesmo entender o que representa a palavra e o sentimento de solidariedade despertado em brasileiros que percebem a farsa que representou este julgamento, montado como um palco para entrar na história e denegrir o PT”. Mais adiante, diz o parlamentar petista: “E não se pode dizer que as acusações de falcatruas contra Gilmar Mendes foram montadas por uma parte da imprensa. À época dos escândalos revistas de grande circulação nacional, com linhas editoriais opostas e conhecidas dos brasileiros, como Carta Capital e Veja, divulgaram amplamente os fatos e eles passaram anos luz de distância do que deveria constar do currículo de um ministro do STF.Em acusação formalizada na Justiça em 12 de agosto de 2010 – e que passou a tramitar em segredo de Justiça em abril de 2011 –, seu sócio no IDP, o ex-procurador-geral da República Inocêncio Mártires Coelho, demonstra que Gilmar fez retiradas ilegais e desfalcou o caixa do Instituto, sonegou impostos e exigiu “pedágio dos outros sócios para servir, como ministro do STF, de ‘garoto propaganda’ da instituição educacional. Tudo ao arrepio da Lei Orgânica da Magistratura, que veda aos juízes o exercício de outra atividade a não ser a de professor”. E conclui: “Gilmar deveria pelo menos saber qual é o papel de um ministro do STF. Assim como outros de seus pares que instituíram no Brasil a figura do ministro pavão, aquele que adora luzes e câmeras e dá entrevista sobre tudo e sobre todos, ao contrário da postura séria e distanciada dos ministros das cortes supremas de grandes países democráticos do mundo”.

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