quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Renúncia
Em carta dirigida ao presidente da Câmara Federal, Henrique Alves, o deputado Eduardo Azeredo renunciou nesta quarta-feira ao seu mandato. Ele é a principal figura do chamado mensalão tucano, acusado de peculato e lavagem de dinheiro pelo desvio de recursos públicos para a sua campanha de reeleição quando era governador de Minas Gerais. A renúncia teria o objetivo de permitir que ele escape do julgamento do Supremo Tribunal Federal pois, como parlamentar, tinha direito a foro privilegiado. Para ele o STF sempre condena. Agora vai depender do relator do processo no Supremo, ministro Luis Roberto Barroso, a transferência do julgamento para a primeira instância da Justiça. O ex-governador mineiro disse, entre outras coisas em sua carta-renúncia, que foi vítima de “hedionda inquisição” promovida pelo Ministério Público, que pediu para ele 22 anos de prisão. A certa altura da sua carta, Azeredo diz, textualmente: "Quem assume a atividade política se sujeita a, repentinamente, encarar situações dramáticas e até impensáveis, ditadas pelas mudanças de conjuntura e por ataques, pressões e interesses de adversários. As versões dadas aos fatos, sem cerimônia, estraçalham a vida pessoal como num atropelamento inesperado na travessia de uma rua. Não importa o que a pessoa é e o que já fez em favor da sociedade e dos ideais que escolheu servir.É assim que me sinto hoje! Uma tragédia desabou sobre mim e a minha família, arrasando o meu nome e a minha reputação”. É exatamente assim mesmo que também se sentem os condenados no julgamento do chamado mensalão petista, especialmente o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoíno. Azeredo conclui sua carta-renúncia, dizendo: “Mas de que adianta mais eu alegar que não sou culpado? O que posso é reafirmar que estou pronto a responder em qualquer foro às acusações que me fazem. Não vou, porém, me sujeitar à execração pública por ser um membro da Câmara dos Deputados e estar sujeito a pressões políticas. Esta sanha não quer que eu prevaleça a ponderação da Justiça, mas, sim, ver, pendurado e balançando no cadafalso, o corpo de alguém exemplado para satisfazer os mais baixos apetites em ano de eleição." O senador mineiro Aécio Neves, também do PSDB, procurou minimizar a renúncia dizendo que o ato de Azeredo foi pessoal e de foro íntima, sem qualquer pressão do partido. O ex-governador, no entanto, parece que se sentiu abandonado pelo PSDB.
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