sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ainda a greve

Após 31 dias de paralisação os bancários do Banco da Amazonia se viram obrigados a manter a greve nesta sexta-feira porque não houve acordo na audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho, realizada na quinta-feira. As duas partes acordaram apenas quanto ao reajuste de 9% nos salários e piso salarial de R$ 1.523,00, mas não houve acordo, entre outras coisas,  sobre o valor da participação do Banco no plano de saúde. O Basa recusou a proposta do TST para implementação de um plano de saúde que em seis meses reduzisse o valor pago atualmente pelos funcionários. "O Basa não quer acordo e não se mostra inclinado a oferecer uma proposta mais justa para os trabalhadores", disse Germano Alves, um dos líderes do movimento grevista. A ministra Maria Cristina Peduzzi, vice-presidente do TST, que presidiu a audiência, sorteou o ministro Fernando Eizo Ono para ser o relator do dissídio coletivo. De todos os bancos, o Basa foi o único que não quis acordo. O Banco do Nordeste do Brasil, cujos funcionários também estavam em greve, aceitou um reajuste de 12% (maior do que o proposto pelo Basa) e quase todas as reivindicações dos trabalhadores que, por isso, já retornaram ao trabalho. Nunca, em toda a sua história, o Banco da Amazônia viveu dias tão negros.

3 comentários:

Anônimo disse...

O BASA sempre foi assim na hora dos dissídios. Lembro que passamos anos praticamente sem representatividade em Brasília porque um diretor cujo padrinho era muito malvisto no Planalto passou muitos anos enviando representantes pífios, apenas para se esconder. Com isso, nossos salários foram ficando defasados.
Ontem (28/10/20012), recebi uma carta da CAPAF datada de 27/09/2011 tratando da revisão dos benefícios dos aposentados. Como estou enquadrado nessas providências, aposentado que estou desde 10/05/1994, fui praticamente intimado a fornecer cópia dos extratos de pagamentos emitidos pelo INSS. Como ninguém recebe tais documentos, sugerem que me dirija a um posto daquele Órgão e solicite uma declaração de renda mensal relativa ao período informado acima, e que deverá ser entregue à CAPAF, pasmem, até o dia 20/10/2011. No início da carta, fala a Diretora Sofia L. Cardoso, que de aordo com o Regulamento do Plano de Benefícios Previdenciais (BD) a CAPAF tem por objetivo suplementar as "prestações" da Previdência Oficial aos seus participantes e qualquer alteração na renda mensal daquele Instituto acarreta alteração no benefício supletivo pago pela CAPAF.
Alerta ainda a CAPAF, que o não atendimento da solicitação implicará na suspensão dos benefícios pagos por ela.
Muito estranho vir agora a CAPAF ensinar o que todo mundo sabe: caso aumente a pensão, a despesa da Entidade diminue...
E aonde vou buscar legitimidade para afirmar que sou obrigado a aumentar meus benefícios recebidos do INSS?
Quer dizer que depois de tudo que o BASA/CAPAF fizeram e continuam fazendo nos últimos anos, ainda sou obrigado a reduzir suas despesas?
Goataria de receber esclarecimentos de quem entenda do assunto mais do que eu e mais do que a CAPAF.
Fica didícil entender que o aposentado do BASA tenha que produzir alternativas para que a CAPAF e o BASA reduzam suas despesas assumidas por sobre a cabeça de quem já deu muito pela Instituição e vem sofrendo com os constantes atos de terrorismo divulgados pela insidiosa Entidade previdenciária.
O aumento que será (?) propiciado pela revisão é muito pequeno para cada pensionista mas o total dos valores servem muito bem à sabedoria do Patrocinador.

Por quê ficaria eu sem o beneficio SUPLETIVO pago caso não apresente o que é solicitado? Ora, os benefícios do INSS e da CAPAF já fiz jus há muitos anos, desde quando entrei para o Banco em 1964.
E agora José?

Anônimo disse...

A VERDEIRA RAZÃO DA GREVE QUE A GRANDE MÍDIA NÃO MOSTRA! (1)


Carta desabafo de uma bancária á Rede Globo

De Tereza Roberto

Carta à Direção Globo de Jornalismo

Sr. Carlos Henrique Schroder,

É com grande insatisfação que escrevo aqui em nome de quase 500 mil bancários existentes no Brasil.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estamos indignados com o tratamento que os telejornais da Central Globo de Jornalismo, subordinada a sua Direção Geral de Jornalismo e Esportes (DGJE), estão dando a nossa greve.
Todos os dias suas reportagens altamente parciais (sempre do lado dos banqueiros, o capital de vocês) mostram nossa greve prejudicando clientes, idosos, etc. O que vocês não mostram é o quanto nós somos prejudicados o ano inteiro.
Sr. Carlos Henrique Schroder, aos 16 anos, quando entrei para a faculdade de jornalismo, eu achava que poderia mudar o mundo.
Aos 20, quando acabei a faculdade, percebi que o mundo é que havia me mudado.
Decidi ser bancária, que por sinal é uma profissão muito digna, talvez até mais digna d o que aquela profissão que me fez passar quatro anos na universidade.
Sr. Carlos, nós, bancários, trabalhamos feito robôs. Em minha agência somos 24 funcionários e temos que atender em média 500 clientes por dia, em seis horas de trabalho, sendo no máximo 15 minutos para atender cada cliente, o que matematicamente torna-se uma conta impossível.
Nesses 15 minutos que temos para atender os clientes, em vez de resolver os problemas deles, temos que oferecer produtos que eles não precisam. Temos que empurrar seguros de vida a universitários; temos que vender (com muita dor no coração) títulos de capitalização e colocar cheque especial na conta de idosos que só ganham um salário mínimo. Fazemos empréstimos com juros absurdos para aposentados do INSS que não sabem nem ler. Fazemos tudo isso porque somos obrigados pela instituição capitalista que paga nosso minguado salário.
Trabalhamos de seis a oito horas contratuais fazendo tudo o que podem os para gara ntir o lucro da nossa empresa, sem contar as horas extras e também as horas “bestas” (fora do ponto eletrônico).
Em quantos e quantos meses já perdemos boa parte do nosso salário para pagar diferenças de caixa provocadas por dias de pico onde não conseguimos nem almoçar? Isso sem contar que só temos 15 minutos para engolir a comida e escovar os dentes!!! Em quantos e quantos dias deixamos de beber um copo de água sequer, ou mesmo deixamos de ir ao banheiro para necessidades lógicas?
Sr. Carlos, o Banco em que eu trabalho (BB) teve um lucro de mais de 6 bilhões só no primeiro semestre deste ano. O Itaú lucrou mais de 7 bilhões e o Bradesco mais de cinco.

Anônimo disse...

A VERDADEIRA RAZÃO DA GREVE QUE A GRANDE MÍDIA NÃO MOSTRA! (2)


Sr. Carlos, todo esse dinheiro daria para construir dezenas de escolas e hospitais em toda parte do nosso país, e o Sr. tem que concordar que o Brasil é muito carente nessas áreas.
Quantos milhões de reais os bancos não gastam todos os anos com publicidade e propaganda na sua emissor a? O Bom Dia Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil, o Jornal Nacional é patrocinado pelo Bradesco, fora os outros telejornais e os comerciais dos outros bancos que sua emissora veicula todos os dias.
Sr. Carlos, os escriturários do BB recebem R$ 1.400,00 líquidos para sustentar suas famílias. Temos um bom plano de saúde, graças a Deus, e um auxílio alimentação que dá pra abastecer uma casa, mas o Sr. Tem que concordar comigo que R$ 1.400,00 não dá pra manter o padrão que os bancários precisam para trabalhar.
Temos que nos vestir bem e ter uma boa aparência, afinal trabalhamos nas empresas que mais dão lucro no Brasil e precisamos ter uma boa apresentação.
O que nos deixa mais indignados é que seus telejornais nos mostram como vilões da sociedade, exterminadores de benefícios de velhinhos, grevistas baderneiros, como se nós não quiséssemos trabalhar,
Sr. Carlos Henrique Schroder, nós não estamos de férias, nós estamos exe rcendo um direito constitucional que nos foi dado; passamos em concurso público e nos classificamos entre milhares de pessoas. Acho que merecemos ganhar um pouco mais pelo que passamos todos os dias, o Sr. não acha?
Nossa greve não é só por nós, é principalmente pelos clientes. Os bancos têm estrutura suficiente para contratar mais funcionários, tirando assim o peso da carga que carregamos, pois cada um de nós trabalha por cerca de 10 pessoas que não existem. Com mais funcionários, os clientes ficarão menos tempo nas filas intermináveis e terão uma qualidade de atendimento muito melhor.
O que queremos é que seus telejornais e jornalistas prezem aquilo que de mais importante eu aprendi na universidade: a verdade e a ética jornalística.
Não deixem o capital se sobrepor aos valores éticos e à verdade nua e crua. Mostrem o que realmente acontece, não escondam nenhum dos lados.
Não acho correto mostrar apenas o lado ruim da g reve, pois com toda certeza do universo, Sr. Carlos, o lado negro dessa história não é a greve, não é mesmo! A greve é nossa única chance cobrar o que nos é direito.
O Sr. sabe que a economia do país teve uma inflação considerável e nosso aumento real seria de apenas 0,56%, o que é absurdamente injusto se compararmos com o lucro que nós, funcionários, proporcionamos aos bancos de 2010 para 2011.
No governo FHC passamos 8 anos sem aumento nenhum, e a inflação cresceu a cada ano. Nosso salário estagnou.
O salário mínimo cresceu mais de 400% de 2002 a 2011, enquanto nosso salário aumenta a passos miúdos. Se continuar neste ritmo, daqui a uns anos vai valer mais à pena ganhar um salário mínimo do que trabalhar em um Banco.
Bom, Sr. Carlos, acho que já falei demais. Eu não o conheço, mas sei que o Sr. tem um currículo que muito jornalista gostaria de ter e ocupa uma posição respeitável. Quero parabenizá-lo por isso. Sei também que minha indignação não vai resolver nada e sei que seus telejornais continuarão parciais por toda vida, pois isto é política da emissora e não há o que se fazer. Mas desabafei o que estava engasgado na garganta de milhares de bancários de todo o país.
Saiba que vendo o que se passa hoje na televisão brasileira, me orgulho de ter optado por sofrer um pouco sendo bancária do que ter um pouco mais de dinheiro e não dormir à noite sendo jornalista da emissora a qual o Sr. faz parte.
Grata pela atenção,
Teresa Roberta Soares
Bancária, cidadã brasileira e cliente de banco, que apóia a greve.





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