sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Palavras, só palavras

Uma frase do meu velho amigo  Sidou, que se posicionou contra a criação dos novos Estados no Pará,  ganhou destaque no blog do Mocorongo: "Não se promove o desenvolvimento com a divisão da escassez". A frase de efeito,  me desculpe o caro amigo, é bonita,  mas não diz nada. Eu pergunto: E a soma da escassez promove o desenvolvimento? O que se observa, na verdade, nessa luta sobre a divisão territorial do Pará, são  apenas frases de efeito, como aquela, sem dúvida impactante: "Ninguém divide o Pará". Essa frase, obviamente, mexe com os  brios dos paraenses que moram em Belém mas não dos paraenses que vivem nos confins do Estado. O próprio govenador Simão Jatene afirmou, em entrevista ao jornal "Folha de São Paulo": "O Brasil não precisa de mais Estados". E acrescentou: "As pessoas não estão querendo um Estado A, B ou C. O que elas querem é mais saneamento, mais educação e mais saúde e isso é uma demanda legítima". Ele sabe. É exatamente isso o que querem os paraenses que vivem nos recantos mais distantes, onde os políticos só aparecem de quatro em quatro anos, mas precisamente porque o governador Jatene não faz o que eles precisam, embora consciente das suas necessidades,  é que buscaram uma alernativa de solução na criação dos novos Estados. Se eles estivessem felizes com as ações do governo certamente não desejariam outro. Então, à falta de melhores argumentos, palavras, frases bonitas soltas ao vento que não resolvem nada...

Um comentário:

Francisco Sidou disse...

Caro Riba,
Você precisa cuidar-se para não ficar ranzinza como o Tio Patinhas ou vaidoso como Narciso, "aquele que acha feio tudo que não é espelho", como canta Caetano em sua belíssima SAMPA. Na verdade, Riba, a grande maioria do povo paraense identificou claramente as "pegadas" de políticos oportunistas por trás daquele indecoroso mapa da divisão, deixando a escassez para a maioria da população e levando com as riquezas naturais também a nossa identidade cultural. Você será sempre bem-vindo ao Pará, caro Riba, mas procure respeitar a decisão soberana do povo paraense. Em tempo: nossa modesta frase também ganhou destaque em quase todos os blogs de Belém, não só no Mocorongo, mas também no Espaço Aberto, no Blog do Barata e no Blog do CJK.