segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Divisão rejeitada

Confirmando as pesquisas, a criação dos Estados de Carajás e Tapajós foi rejeitada pela maioria dos eleitores paraenses no plebiscito de domingo.  A prefeita de Santarém, Maria do Carmo, do PT, decretou luto oficial no municipio, o que deverá acontecer também nas demais cidades que se beneficiariam com a divisão do Estado. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowiski, disse, em entrevista, que "o plebiscito foi um teste para a democracia participativa". Ele esqueceu de dizer, no entanto, que o plebiscito não decidia nada, porque caso a divisão fosse aprovada a criação dos dois novos Estadoa dependeria ainda de apovação do Congresso Nacional, que daria a palavra final mediante Lei Complementar, conforme a Constituição Federal de 1988. Então pergunto: para que se gastar tanto dinheiro (R$ 13,5 milhões só da Justiça Eleitoral), além da suadeira dos partidários do "Sim" e do "Não", se a aprovação das propostas pelo povo não significaria a criação dos Estados? Não seria mais prático - e mais barato - deixar com o Congresso? O plebiscito, na verdade, serviu para duas coisas: para estimular uma xenofobia imbecil e irresponsável, com inevitáveis ressentimentos, e evidenciar as gritantes desigualdades existentes no Estado. Como disse antes, não houve vencedores, pois nada mudou para ninguém: os paraenses que moram em Belém e arredores continuarão desfrutando dos benefícios deecorrentes da proximidade do poder e os paraenses que vivem nos confins do Estado continuarão penando por causa da distância. Ou seja, tudo continuará como dantes.

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