sábado, 27 de abril de 2013
Desdobramentos
O vice-presidente Michel Temer decidiu atuar como bombeiro para apagar o incêndio que irrompeu nas relações entre o Judiciário e o Legislativo, por conta da PEC 33 que reduz os poderes do Supremo Tribunal Federal, mas a tarefa não parece muito fácil e tudo indica que haverá desdobramentos na semana que se inicia na próxima segunda-feira. Além de declarações de figuras que estão direta ou indiretamente ligadas ao problema, surgiram outras opiniões que, de certo modo, revelam um sentimento que cresce em determinados setores do país. Um famoso colunista, por exemplo, conhecido por suas posições direitistas, já sugeriu em sua coluna que o STF convoque as Forças Armadas para obrigar o Legislativo a cumprir suas decisões. Isso tem um nome: GOLPE. E o mais surpreendente é que essas mesmas figuras falam em democracia sem a menor cerimonia. A verdade é que a PEC 33, que submete algumas decisões do Supremo ao Congresso Nacional, reflete os anseios de expressivo setor da sociedade, que vê um comportamento ditatorial do STF. Atuando como se fosse o poder maior do país, a Corte Suprema se julga investido de poder para interferir até no funcionamento dos demais poderes. E, diga-se de passagem, dos três poderes da República é o único cujos membros não foram escolhidos pelo voto popular. Há muito que o Supremo vem atropelando o Poder Legislativo, assumindo suas atribuições e até ditando regras. A PEC 33 tem o objetivo justamente de por um ponto final nisso, não tendo nada de inconstitucional. E se o Congresso Nacional continuar de cócoras, sem defender com firmeza o seu papel no contexto da República, o país passará a ser efetivamente administrado pelo STF - ou mais precisamente por alguns dos seus integrantes - que dirá o que os outros poderes podem ou não podem fazer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Michel Temmer, bombeiro?
Esse cara se agachou e não solicitou nada em troca, como a retirada da interferência na tramitação do projeto que altera a constituição de novos partidos.
Estamos, realmente...
Postar um comentário