Briga de palavras

O polêmico ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, que já havia se manifestado contra a   criação de quatro novos Tribunais Regionais Federais, criticou asperamente a Câmara dos Deputados pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional. Em meio a tensa reunião com os presidentes das três associações nacionais de magistrados, em seu gabinete, disse que a criação dos tribunais foi feita "na surdina" e de forma "sorrateira", apostando ainda que as sedes desses tribunais serão construidas em "resorts e grandes praias".  E depois de dizer que "houve mais interesse político do que técnico" na aprovação da PEC, afirmou que a criação de novos tribunais foi boa para a advocacia, pois cria empregos para os advogados. A reação dos advogados foi imediata. Em nota divulgada nesta terça-feira o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil repudiou as declarações do presidente do STF, considerando-as "inexatas, impertinentes e ofensivas à valorosa classe dos advogados". E informou ainda que a PEC, ao contrário do que disse o ministro Barbosa,  tramita no Congresso Nacional desde 2002. Enquanto isso, na Argentina a presidenta Cristina Kirschner anunciou uma profunda reforma no judiciário. As mudanças, entre outras coisas, limitam o uso de liminares contra o Estado e reduzem o poder dos juizes. A reforma também ampliará o Conselho Judicial de 13 para 19 membros, os quais  serão eleitos pelo voto popular. Agora só falta o polêmico ministro Barbosa manifestar-se sobre a reforma argentina.