Sem sigilo

Em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, nesta segunda-feira, a ministra Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça, falou sobre a ação que a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) move junto ao Supremo Tribunal Federal para reduzir os poderes do CNJ. Ela disse que a AMB "quer que os juizes corruptos sejam investigados sigilosamente, secretamente", mas entende que não pode ser assim, porque "o mundo mudou, ficou transparente com a internet, facebook, etc. Até o mundo árabe caiu. Os juizes não podem mais ser julgados secretamente", acrescentou. A ministra defendeu o endurecimento das penas para magistrados corruptos, pois atualmente as penalidades vão da advertência à aposentadoria compulsória, com os salários preservados. "Aposentadoria não pode ser punição para ninguém", ela afirmou. Na verdade, como eles continuam percebendo normalmente os salários, a pena parece mais um prêmio. A ministra revelou ainda que hoje existem mais de 3.200 juizes respondendo a processo disciplinar. A Justiça, pelo visto, está precisando tirar a venda dos olhos.