Mais mentiras

Os dois jornais paraenses - Diário do Pará e O Liberal - finalmente publicaram nesta terça-feira uma notícia sobre o problema da Capaf, mas na versão da própria Capaf,  completamente distorcida da verdade.  Depois de informarem  que expirava neste dia o prazo dado pela Previc para implantação do novo  Plano, publicaram  declarações da diretora de benefícios da instituição, Sonia Lisboa, afirmando que a Capaf poderá ser extinta e se isso acontecer "serão suspensos os processos na Justiça e ficará a critério do Banco a continuidade do pagamento dos aposentados e pensionistas". Escandalosa mentira, pois a Justiça já sentenciou o Basa a pagar mensalmente os benefícios, independente da Capaf existir ou não. Outra pérola dela: "Com o encolhimento das aposentadorias e o aumento da expectativa de vida dos funcionários do Banco os valores pagos pela Capaf deixaram de representar um complemento e passaram a ser uma parcela importante do rendimento dos associados, o que representou, ao longo dos anos, prejuizos financeiros para o Fundo, que agora amarga uma dívida bilionária". Ela não disse, porém,  que o que de fato faliu a Capaf foi o não recolhimento, por parte do Basa, ao longo de mais de 20 anos, da sua contribuição, o que somou cerca de R$ 600 milhões,  e a incompetência ou má fé dos seus dirigentes, que malbarataram o fruto da contribuição dos assolciados. O Banco, como entendeu a propria Justiça, é o principal responsável, pois além de não recolher a sua parte ainda é quem nomeia a diretoria da Capaf. Ao finalizar suas declarações, Sonia fala em uma nova data para a solução do problema, ao dizer que "se até o dia 30 de setembro o problema não for solucionado, a Capaf vai sofrer uma intervenção que pode acabar com as aposentadorias complementares". Depois de informar que já havia sido registrada uma adesão de 62%, a reportagem termina lembrando que ainda havia tempo para quem quisesse aderir. A matéria fez jus ao dinheiro pago pelo Banco.