domingo, 30 de setembro de 2012
Falta seriedade
A credibilidade de um veículo de comunicação de massa está íntimamente ligada à isenção e seriedade com que trata o noticiário. Infelizmente no Brasil, hoje, são raros os veículos que se enquadram nesse conceito. Um dos mais lidos e respeitados jornais do país, a "Folha de São Paulo", está perdendo essa posição precisamente por afastar-se dessa linha, evidenciando um escandaloso engajamento político. A posição política e econômica, natural em qualquer empresa jornalística, saltou do editorial para as páginas e praticamente tomou conta de todo o jornal. E hoje só um cego não vê que a "Folha" está empenhada na campanha de José Serra à prefeitura paulista, reflexo da sua evidente plumagem tucana e do seu furioso anti-lulismo. O comprometimento do jornal chegou a tal ponto que sua editoria já distorce, inclusive, de maneira grosseira, os textos para favorecer o candidato tucano na corrida eleitoral. Prova disso é que recentemente o jornal publicou matéria sobre o candidato petista Fernando Haddad com a seguinte manchete: "Haddad diz que associá-lo a José Dirceu é degradante". A manchete provocou grande repercussão, não apenas em São Paulo, mas em todo o país. Só que Haddad nunca disse isso. A própria ombudsman da "Folha",Suzana Singer, faz o desmentido e critica o jornal, conforme artigo publicado domingo passado: "Quem lesse só os títulos concluiria - diz a ombudsman - que o candidato petista, num momento confessional, admitiu algo que estava entalado na garganta. Não era isso. A campanha de Fernando Haddad tinha tentado proibir na Justiça Eleitoral uma propaganda de José Serra que afirmava que votar no adversário implica trazer de volta José Dirceu, Delúbio Soares e Paulo Maluf". E continua: "Os advogados da campanha petista argumentaram que o anúncio era degradante porque promove uma indevida associação entre Fernando Haddad e pessoas envolvidas em processos criminais e ações de improbidade administrativa. A frase que virou manchete foi pinçada da medida judicial e editada como se fosse uma declaração do ex-ministro da Educação". E nem mesmo o texto da medida judicial cita o nome de José Dirceu. O professor Flavio Luiz Yarshell, da USP, ainda segundo a ombudsman, destacou:"Haddad não disse isso e não cabe ao jornal fazer esse tipo de presunção". Lamentável, portanto, que um jornal da tradição e do prestígio da "Folha" utilize tais artifícios para atender seus interesses políticos, em detrimento do interesse do leitor. Depois disso, ficou muito difícil acreditar nesse grande jornal paulista.
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Um comentário:
Desde que o Lula assumiu pela peimeira vez, a Folha tratou de publicar, diariamente, colunas destratando o Governo. Houve edições em que nada menos de tres ou quatro colunistas desfilavam ódio e ressentimento contra o petista. Cheguei a ser quase insultado pelo decano rep[orter de lá, o Sr. Clóvis Rossi que, deselegantemente, tentou ensinar-me que hoje em dia a imprensa tem que ser polêmica, como se poemica retratasse sempre a imparcialidade, o fato.
Hoje, considero a Folha o pior jornal diário do Brasil. Em igual condições, coloco o jornal O Liberal de Belém, que segue como um cúmplice interesseiro ao que manda a Rede Globo-mãe.
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