sábado, 15 de setembro de 2012
Guerra santa lá
A violência no mundo, já tão absurda com as guerras do Iraque e Afeganistão e rebeliões no Egito, Líbia e Síria, agora foi agravada com os protestos islâmicos que se alastraram por 19 países da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático, causando até sexta-feira oito mortos, entre eles o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens. Os alvos dos protestos são as embaixadas americanas e tem como motivação um filme barato,intitulado "A inocência dos muçulmanos", com críticas e ironias ao profeta Maomé. O filme foi feito pelo judeu-americano Sam Bacile, corretor imobiliário de 54 anos, para quem "o islamismo é uma religião do ódio". A organização terrorista Al Quaeda divulgou nota pedindo que os muçulmanos intensifiquem os ataques às embaixadas americanas em todo o mundo. Em princípio parece exagero tanta violência por causa de um filme vagabundo, mas tudo leva a crer que o filmete serviu apenas como estopim para provocar a explosão de ressentimentos anti-americanos acumulados e represados ao longo de décadas. Além de servir de bandeira para o terrorismo, que aproveita o fato para estimular o ódio e intensificar os ataques, o filme também criou um problemão para o presidente Barack Obama justo quando tenta, com alguma dificuldade, conquistar um segundo mandato. De tendências aparentemente pacifistas, Obama terá de endurecer a posição americana, do contrário perderá espaço precioso para o adversário Mitt Romney, que não hesita em cutucar os brios dos seus compatriotas, ao mesmo tempo em que acusa o atual presidente de "frouxo". Ou seja, o bomba caiu no colo de Obama às vésperas das eleições presidenciais americanas. E pode comprometer a sua reeleição.
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2 comentários:
Caro Ribamar,
Se os americanos elegerem o Mitt Romney (que é "assim" com o Bibi linha duríssima - até estudaram juntos) e o Paul Ryan (com o Tea Party a tiracolo), vamos ver o escorpião picando o sapo, isto é, os Estados Unidos, no meio da travessia dessa crise econômica. Essa mistura vai ficar mais apimentada ainda se o ultraneocon John Bolton vier mesmo a ser o Secretário de Estado no Governo Romney. Bolton, que é Conselheiro da Campanha de Romney e cujo discurso é um só - Delenda est Iran - recentemente andou escrevendo um artigo (que foi comentado por um colaborador da Forbes - http://www.forbes.com/sites/markadomanis/2012/06/12/ambassador-john-boltons-curious-plan-for-worldwide-chaos-and-conflict ) onde preconiza um relacionamento duríssimo com a China e com a Rússia, praticamente querendo uma nova Guerra Fria. Ora, uma reedição da Guerra Fria - em uma momento tão conturbado e complexo quanto o que o mundo vive hoje - poderá muito bem desembocar numa Terceira Guerra Mundial se os Estados Unidos/Israel decidirem mesmo quebrar o Irã (lá de cima, apenas com aviação e mísseis). No curso da História, muita coisa considerada impossível aconteceu de repente, em pouco tempo: como exemplos, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, o grande e extraordinário estadista Mandela saindo da prisão após 27 anos p/se tornar Presidente, a implosão da União Soviética (com o fim do comunismo lá, o que era simplesmente impensável), a queda do Muro de Berlim, a ascensão rápida de uma China pobre para ser a segunda economia do mundo e a segunda maior superpotência militar, a Crise Econômica de 2008 (só Noriel Roubini a anteviu) que perdura até hoje e vai continuar perdurando ainda por muito tempo, pois os banqueiros internacionais foram longe demais com as suas pirâmides e deritivativos financeiros, o 11 de Setembro (quem diria que a América inexpugnável pudesse sofrer um ataque assim) e por aí vai. . . É, os americanos vão ter mesmo que ter muito juízo na hora de votar.
Caro Ribamar:
Arrume aí em cima: no lugar de "deritivativos" derivativos e Nouriel, ao invés de Noriel.
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