quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Dedo sujo
É surpreendente a sem cerimônia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em sua mensagem de fim de ano, fala de “patifaria política” e “corrupção”, dos outros, como se o seu governo tivesse sido um primor de retidão e honestidade. Depois de começar a sua mensagem dizendo que “o ano que termina não foi dos melhores para o país”, ele prevê, como pitonisa do pessimismo, “nuvens pesadas rondando a economia” e “inflação perigosa”. E, mais adiante, sem tremer as bochechas, afirma: “Há, entretanto, sinais alentadores: a população tomou as ruas para exigir melhor qualidade de vida, demonstrando inconformidade com a patifaria política e com a corrupção”. Para quem comprou votos de parlamentares para a aprovação da emenda da reeleição e abafou todas as investigações sobre corrupção no seu governo, inclusive impedindo a instalação de CPIs, a afirmação revela um tremendo cara-de-pau. Em sua mensagem o ex-presidente FHC disse, ainda, que “o Supremo Tribunal Federal mostrou que mesmo os poderosos têm de obedecer as leis, pagando os desvios de comportamento com o preço da liberdade”. Se o STF tivesse realmente mostrado que “os poderosos têm de obedecer as leis” ele certamente também estaria na cadeia, junto com outros tucanos de alta plumagem envolvidos no esquema de propinas do cartel de trens do metrô de São Paulo. E nem precisaria da “teoria do domínio do fato”, bastando as provas reveladas pelo livro “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória, onde se pode ver as negociatas do seu governo que a conivência da chamada Grande Imprensa escondeu. É esse homem, que quase encravou no Maranhão uma nova Guantânamo, que agora aponta o dedo sujo para os outros. Remember o senador Demóstenes Torres...
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