sábado, 25 de janeiro de 2014

Ainda o "rolezinho"

A pesquisa Datafolha, que revelou que mais de 80% dos paulistanos são contra os “rolezinhos” nos shoppings, parece que não teve nenhum significado para aqueles que continuam insistindo em “preconceito”, “racismo” e agora, também, “apartheid”. O senador Cristovam Buarque, do PDT, entrou no bloco dos que olham esse movimento por esta ótica. E, em artigo publicado neste sábado, diz que “graças à internet, os rolezinhos desnudam o sistema de apartação implícita, sem leis”. Prossegue: “Quem não quiser conviver com os shoppings ou com as redes sociais deverá mudar de planeta ou viajar para o passado”. E acrescenta: “Daqui para frente, os shoppings existirão e terão um papel positivo no conforto social, mas a “guerrilha cibernética” é uma realidade com a qual vamos conviver. Ou assume-se a segregação explícita, ou promove-se a miscigenação social”. O senador pedetista esquece que a segregação social implícita existe no mundo inteiro, inclusive em países considerados exemplos de democracia como os Estados Unidos, mas não se pode acusar os shoppings de “apartheid” apenas porque buscam defender-se diante da ameaça representada por centenas de pessoas – sejam jovens ou adultos, pretos, brancos, amarelos ou azuis, pobres ou ricos – que chegam em bandos organizados. Até antes de alguém inventar essa história de “rolezinhos”, todas as pessoas, de qualquer raça ou condição social, sempre tiveram acesso aos shoppings, fazendo o seu “rolezinho” individual sem qualquer problema. Percebe-se, sem muita dificuldade, que querem fazer dos “rolezinhos” o mesmo que fizeram com as manifestações de rua do ano passado. Infelizmente.

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