terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Carta dos bispos
Treze bispos do Maranhão divulgaram uma “carta aberta ao povo de Deus” convocando os fiéis para uma “caminhada silenciosa” em defesa da vida em São Luis, no próximo dia 2 de fevereiro, e criticando severamente o governo de Roseana Sarney. Depois de abordar a violência que culminou com o assassinato de detentos na penitenciária de Pedrinhas e a morte da menina Ana Clara, queimada num ônibus, os bispos dizem na carta que “a nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.A agressão está presente na expulsão do homem do campo; na concentração das terras nas mãos de poucos; nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades; nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema, no trabalho escravo; no extermínio dos jovens; na auto-destruição pelas drogas; na prostituição e exploração sexual; no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas; no uso predatório da natureza”. E continua:”Esta cultura da violência, aliada à morosidade da Justiça e à ausência de políticas públicas, resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. O nosso sistema prisional não reeduca estes jovens. Ao contrário, a penitenciária transformou-se em uma universidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na sua maioria ainda mais frustradas que veem na vida do crime a única saída para o seu futuro.”. E acrescentam: “Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose.É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil.” Os bispos concluem, na carta, dizendo, que “não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos! “
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