domingo, 1 de dezembro de 2013

Sinais alarmantes

Sob o título de “Sinais alarmantes” o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou artigo neste domingo em que aplaude a prisão dos petistas condenados no chamado mensalão, elogia o ministro Joaquim Barbosa e condena, sem tremer as bochechas, o uso do dinheiro público para comprar apoio político, convencido talvez de que o povo brasileiro é desmemoriado. Ele começa dizendo que “finalmente fez-se justiça no caso do mensalão”. Mais adiante critica José Dirceu e José Genoino por erguerem os punhos fechados quando foram presos, afirmando que ele “gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas usaram – no para construir a “nova sociedade”. Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para perpetuar-se no poder”. É surpreendente a cara de pau do ex-presidente que, como todo mundo sabe, comprou a aprovação da emenda da reeleição justo para perpetuar-se no poder, ajudado pelo conivente silêncio da mídia. FHC prossegue lembrando que “a condenação pelos crimes do mensalão se deu em plena vigência do Estado de Direito, em um momento no qual o Executivo é exercido pelo Partido dos Trabalhadores, cujo governo indicou a maioria dos ministros do Supremo”. É verdade. Graças aos governos de Lula e Dilma vivemos a democracia plena, onde as CPIs funcionam normalmente, a Policia Federal tem autonomia pata investigar o que for necessário e todas as instituições, inclusive o Poder Judiciário, funcionam livremente. O mesmo não se pode dizer do seu governo, quando as CPIs eram sufocadas no nascedouro e trocava-se o diretor geral da PF todas as vezes em que as investigações chegavam perto do Planalto. Em seguida, FHC classifica de “idéia esdrúxula” a versão de que “a estabilização da economia se deveu ao governo do PT”. Na verdade isso não tem nada de esdrúxulo. Basta ver os números. FHC deixou o governo em 2002 com o PIB em torno de US$ 500 bilhões, uma inflação der 12,5%, uma dívida externa de US$ 165 bilhões e reservas internacionais de US$ 36 bilhões, enquanto no governo Lula o PIB chegou a US$ 2,6 trilhões, a inflação caiu para 4,7%, a dívida externa também caiu para US$ 79,1 bilhões e as reservas internacionais subiram para US$ 353 bilhões. E depois de chamar Lula de “mago do ilusionismo”, diz que há uma “cortina de mentiras” que alimenta “o amplo processo de alienação que envolve a sociedade brasileira. São muitos os responsáveis por ela, não só os petistas”. Nesse aspecto ele tem razão: são muitos os responsáveis por esse processo de alienação, principalmente ele próprio e a mídia que o apoia. FHC volta a falar no julgamento do mensalão, temendo que a “onda moralizante” desencadeada no STF, segundo ele, possa dar marcha a ré quando o ministro Joaquim Barbosa deixar a sua presidência, o que se constitui um insulto velado aos demais ministros da Corte Suprema, em especial ao próximo presidente, ministro Ricardo Lewandowski. O ex-presidente teve ainda a cara de pau de dizer que cada ato da presidente Dilma é “multiplicado pelos meios de comunicação”, enquanto os “berros da oposição não encontram eco”. Todo mundo sabe que é justamente o contrário. Os berros da oposição só não encontram eco no meio do povo, já cansado de tanto engodo. Não sei como alguém que fez o pior governo em toda a história do nosso país tem coragem de vir a público dizer tais coisas. Vale a pena transcrever uma frase do jornalista Mauro Santayana, constante do livro “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória: “O que temos de ficar atentos é que FHC não é só FHC. É todo um grupo, um conjunto de interesses contra a nação brasileira. E que agora está mudando o discurso”.

Um comentário:

Fernando Henrique Barbosa disse...

Ha Ha Ha
Fala isso para os cultos e entendidos em política!... que chafurdam (ôpa Joaquim Barbosa) no Facebook, a maior estupidez digital, transformada que foi pelos jovens e desinformados/semianalfabetos brasileiros.