terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Fascismo

Pelo andar da carruagem não é muito difícil concluir que o delator do chamado mensalão, deputado Roberto Jefferson, vai cumprir prisão domiciliar, embora pareça saudável passeando em sua possante moto pelos arredores do seu belo sítio no interior do Rio de Janeiro. Alegando "falta de tempo", o ministro Joaquim Barbosa "esqueceu" Jefferson, lembrando porém de mandar prender os petistas inclusive no feriadão da Proclamação da República. A justificativa do presidente do STF para deixar Jefferson de fora da cadeia parece que já está definida: nenhum presídio do Rio de Janeiro tem condições de garantir a ele a dieta recomendada pelo nutricionista - salmão defumado, geléia real e suco feito com água de coco. Não deixa de ser comovedora a preocupação do ministro Barbosa com a saúde do delator, preocupação que não existiu no caso de José Genoino, mesmo convalescendo de uma delicada cirurgia no coração. Por ter seu estado de saúde agravado na prisão, Genoíno cumpre hoje prisão domiciliar na casa da filha em Brasilia, mas seus companheiros José Dirceu e Delubio Soares, entre outros, estão vivendo no presídio da Papuda o que não sofreram nem na ditadura militar. Por determinação da Vara de Execuções Penais, que tem como Juiz Bruno Ribeiro - que assumiu a Vara por imposição do ministro Joaquim Barbosa - só podem ler livros durante duas horas, das 9 às 11 horas. "Nem na ditadura militar era assim - os presos da AP 470 proibidos de lerem livros. Isso é fascismo", disse o deputado José Eduardo Greenhalg. Eles foram condenados no sistema da prisão semi-aberta, mas continuam em regime fechado há mais de um mês. E neste dia de Natal terão a luz cortada a meia noite. Isso é privilégio?? Não. Como disse Greenhalg: isso é fascismo, mesmo!

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