domingo, 8 de dezembro de 2013

Cara-de-pau

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o xodó da chamada Grande Imprensa, depois de ter escrito recentemente um artigo sob o título de “Sinais Alarmantes”, em que festeja a prisão dos petistas condenados no processo do chamado mensalão e faz críticas à presidente Dilma Roussef e ao ex-presidente Lula, deixou claro neste final de semana que deseja a derrota do PT a qualquer preço. “É preciso arriscar até a perda da popularidade”, ele disse. E acrescentou: “Não é que eu quero que o PSDB ganhe; quero que o Brasil avance”. Agora, eu pergunto: que popularidade? Como ele deseja o avanço do Brasil se foi o responsável por seu retrocesso ao entregar para o capital estrangeiro as principais empresas estatais do país?? Como disse o jornalista Palmério Dória, no livro “O Príncipe da Privataria”, “nos oito anos do seu reinado, com o apoio maciço da mídia, o Brasil foi a leilão”. Empresas criadas pelo nacionalista Getulio Vargas, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Vale do Rio Doce e a Eletrobrás, entre outras, foram vendidas a preço de banana, com extraordinários prejuízos para o país e seu povo. O jornalista Mauro Santayana disse: “Não se estava privatizando uma empresa e um setor. Estavam privatizando o solo brasileiro”. Alguns dos personagens do livro de Palmério Dória disseram que “a privataria foi a maior roubalheira da história”. Sobre a privatização das teles o ex-ministro e ex-tucano Bresser Pereira disse: “Só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixas e móveis”. O ex-presidente Itamar Franco chegou a dizer: “Eles querem privatizar tudo, até o Banco co Brasil, a Petrobrás, etc”. E acrescentou: “Houve um momento no governo Fernando Henrique de chegarmos a imaginar o seguinte: só falta deixar o mastro e levar a bandeira”. Com a conivência da chamada Grande Imprensa houve uma verdadeira lavagem cerebral do povo brasileiro, para quem as privatizações eram apresentadas como benéficas ao país. E a emenda da reeleição? O deputado Ronivon Santiago, do Acre, confessou ter recebido R$ 100 mil para votar favoravelmente à emenda, mas disse que outros parlamentares receberam R$ 200 mil. Abafou-se tudo, com a cumplicidade do Congresso Nacional e da mídia – inclusive os escândalos do Projeto Sivam e da pasta cor-de-rosa - e não aconteceu nada. E é exatamente esse homem que, hoje, aponta o dedo sujo para os outros e fala em avanço do Brasil. O ex-presidente Itamar Franco, ao ser indagado se não estava arrependido de ter indicado FHC para sucedê-lo, disse: “Pois é, a gente não é perfeito, né? Se fosse naquela época em que a professora colocava o menino ajoelhado no milho, acho que eu tinha de ajoelhar no milho”.

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