sábado, 17 de setembro de 2011

Estremecimento

As relações entre o Judiciário e o Executivo ficaram estremecidas desde que o Planalto, preocupado com a crise econômica mundial, cortou da proposta orçamentária  para o próximo ano, enviada ao Congresso Nacional,  os recursos solicitados pelo Supremo Tribunal Federal para fazer frente ao reajuste de salários dos ministros e servidores, no montante de R$ 7,7 bilhões. A presidente Dilma Roussef, diante da reação do presidente do STF, ministro Cezar Peluzo, mandou nova mensagem ao Congresso restaurando os recursos reivindicados pelo Judiciário, mas deixou o corte a critério dos parlamentares. Os argumentos da presidenta sobre a necessidade de cortar gastos para enfrentar a crise econômica, que pode afetar o Brasil caso o governo não tome medidas preventivas, parece que não sensibilizou o presidente do Supremo, que já acena com a possibilidade de recorrer ao próprio Judiciário - ou seja, a eles mesmos - caso a verba seja mesmo cortada. O presidente do STF não parece  preocupado sobre de onde o Governo vai tirar o dinheiro para atender às suas reinvindicações. Isso lembra a questão da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Rondonia, uma extensa área de terras fronteiriças às guianas e à Venezuela entregues, por decisão do STF, a meia dúzia de indios.  Por decisão do Supremo todos os moradores não-indios da área foram obrigados a deixar o lugar, o que destruiu a vida de muita gente, segundo recente reportagem do JN no Ar, da Globo. A decisão do STF também jogou no colo do governo o problema do reassentamento dos agricultores retirados da área. Conclusão: o Supremo decide e o Executivo que se vire para cumprir a decisão.

Um comentário:

Osvaldo Alencar disse...

Desde menino que ouço sobre advogados de porta de cadeia. É desnecessário aqui qualquer explicação sobre a expressão. De uns tempos para cá, ouve-se sobre a compra de juízes sobre a emissão de alvarás de soltura, habeas corpus e outros documentos elaborados nas caladas ou mal publicadas noites. Finalmente, hoje em dia, não há pessoa bem informada que não admita serem até os maiores julgadores do País passíveis de "agrados", "bufunfa", tim-tim...
Quem vai confiar num membro do STF que manda soltar um Salvatore Cacciola num domingo, sabendo que o bandido tem dupla nacionalidade? Quem pode admitir que um magistrado da mais alta Corte da Justiça, mande soltar um assassino como o médico estuprador Roger Abdel Massih, sabendo que, além de milionário, o safadão também tem dupla nacionalidade? Os espertalhões bandidos se mandaram. Os espertalhões donos das chaves da cadeia, não menos desonestos, estão por aí, acrescendo suas fontes de receitas desonestamente, porque aos menos providos resta o choro da desgraça.