sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Contra-mão
O Judiciário parece que resolveu andar na contra-mão do esforço do governo federal, com o corte de gastos, para enfrentar a crise econômica mundial. O STF não gostou da sua proposta de reajuste de salários ter sido cortada da proposta orçamentária do governo federal para o próximo ano, encaminhada quarta-feira última ao Congresso Nacional. Segundo a proposta do STF o salário dos ministros em 2012 passarão para R$ 30 mil, ao mesmo tempo em que reajustam os salários dos servidores em 56%. A equipe econômica do Planalto considerou a proposta impraticável por tres motivos: 1 - Vai onerar os cofres públicos; 2 - vai provocar um efeito cascata; 3 - vai aumentar a pressão dos servidores dos demais poderes, que não foram contemplados, por um reajuste igual. Além disso, vai provocar um impacto de R$ 7,7 bilhões nas contas do país. As entidades de classe dos magistrados e Ministério Público acompanharam a posição do presidente do Supremo,acentuando o estremecimento nas relações entre os dois poderes, o que foi destacado pela imprensa. A presidente Dilma Roussef, diante disso, mandou nova mensagem ao Congresso restaurando a proposta do Judiciário, mas enfatizando a necessidade dos poderes compartilharem a responsabilidade no enfrentamento dos problemas econômicos do país. Ela deixou a bola, então, com o Congresso Nacional que, se aprovar a proposta do Judiciário vai ter, também, de indicar as fontes de recursos. Nos círculos políticos não foi bem recebida a proposta do Judiciário. Esse negocio, ao que tudo indica, ainda vai render.
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