Cadê a liberdade?

Enquanto os órgãos de imprensa e os organismos da classe dos jornalistas gritam a plenos pulmões para garantir a liberdade de manifestação de pensamento, fundamental para a consolidação da democracia em nosso país, algumas pessoas lamentavelmente trafegam na contra-mão tentando amordaçar quem as critica, esquecidas talvez de que o tempo da censura e da ditadura já passou. Na próxima quinta-feira, dia 28, estou sendo ouvido em audiência de instrução e julgamento na 1a. Vara do Juizado Especial Criminal de Belém, em virtude de uma queixa-crime feita contra mim pelo Sr. José Prado de Souza, ex-presidente da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazonia (Casf). Meu crime: ter criticado a sua administração em três artigos publicados pelo jornal "O Liberal". Ele me acusa de difamação, calunia e injuria por ter dito que após muitos anos à frente da Casf ele já a administrava como se fosse sua propriedade particular e que a sua administração foi um desastre. Parece que o que mais o irritou, no entanto, foi tê-lo chamado de "Dom Prado". Nunca ouvi dizer que os imperadores Pedro I e Pedro II tenham se ofendido por serem chamados de Dom Pedro. Se presidentes, governadores, prefeitos, parlamentares, etc, pocessassem todo jornalista que os critica a Justiça não teria tempo para mais nada: só trabalharia nesses processos. Bem, mas vamos lá...