quinta-feira, 20 de junho de 2013
Seriedade
As manifestações de protesto, que estão virando uma rotina nas ruas do país como se fosse um programa de lazer - não fora a estúpida e criminosa violência com que as passeatas terminam - estão perdendo a sua seriedade justamente pela banalização. Apesar do esforço de alguns líderes oposicionistas e setores da midia em dar um tom mais grave ao movimento, as manifestações já estão começando a virar piada. Algumas lojas de confecções de São Paulo colocaram em suas vitrines manequins com máscaras de Guy Walkens segurando cartazes com frases como esta: "A farra acabou". E já se viu numa passeata um manifestante exibindo um cartaz que dizia: "Não é por R$ 0,20, mas pelo gol do Taiti". Nas redes sociais, no entanto, continuam fazendo convocações para, entre outras coisas, comparecerem a determinada hora em determinado local e, também, para colocarem lençóis brancos ou toalhas brancas nas janelas como sinal de apoio e, até, para deixarem o wi-fi sem senha nas regiões por onde a passeata passará a fim de facilitar a comunicação e "ajudar as pessoas a se organizarem". Os mentores dessas convocações já estão inclusive pedindo ao povo para que se reúna diante da casa do governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro. O texto no facebook diz: "Se nossos governantes não ouvem os nossos apelos das ruas gritaremos em suas janelas". Não descarto a possibilidade de algum maluco usar as redes sociais para pedir que as pessoas compareçam peladas às passeatas e tenham seu pedido atendido por outros malucos. Por outro lado, a mania de imitação faz com que se organizem manifestações em pequenas cidades pelo interior do país, onde se procura imitar até mesmo a violência nos grandes centros mostrada pela TV, incluindo a tentativa de invasão de prédios públicos. O mais grave de tudo isso é que alguns jornais estrangeiros, como o "Financial Times" de Londres, por exemplo, estão aproveitando os acontecimentos para desqualificar o Brasil como nação em ascensão. O jornal inglês disse, em editorial, que "acabou a fantasia brasileira". A certa altura, diz o periódico britânico que "o glorioso novo pais propagado pelo governo seria uma fantasia". Chega a afirmar até que há uma tendência, entre os investidores, para acreditar que "o modelo brasileiro chegou ao seu limite". Os incomodados com o crescimento do Brasil devem estar festejando.
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