sábado, 28 de janeiro de 2012

A crise do Judiciário

Os presidentes de todos os Tribunais de Justiça do país divulgaram carta de apoio às liminares dos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que esvaziaram os poderes do Conselho Nacional de Justiça para investigar magistrados. Ninguém se surpreendeu, porque integrantes dos tribunais estão entre os alvos das investigações do CNJ. Segundo eles, estão querendo hostilizar o Judiciário.
Para o  ministro Gilmar Mendes, porém,  também do STF e presidente do CNJ de 2008 a 2010, a crise do Judiciário tem sua origem em setores da magistratura que confundem autonomia com soberania. "Imagino que alguns magistrados estejam fazendo essa confusão, de que os tribunais são entidades soberanas. Confundem autonomia com soberania", disse o ministro Gilmar Mendes. Por sua vez, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Rio de Janeiro, Wadih Damous, disse que "o Judiciário está precisando de um banho de democracia e transparência", acrescentando que "a luz do sol não chega ao seu interior". Na sua opinião, o que o país precisa "é de um CNJ com poderes para punir juizes corruptos e não um ógão praticamente inútil, como querem transformá-lo as associações de magistrados". Enquanto isso o JB-On line continua alienado  em seus editoriais, como o deste sábado, onde diz: "Se os êrros do Judiciário existem , que sejam corrigidos, mas não há necessidade de se expor a instituição da forma como vem ocorrendo". Ora, o que está em discussão não são os êrros do Judiciário, ou seja, da instituição, mas os deslizes de magistrados. A imprensa, ao denunciar os fatos,  está apenas cumprindo o papel que a democracia lhe destina, como faz, por exemplo, quando denuncía corrupção no Executivo e no Legislativo.  E ainda bem que vivemos numa democracia.

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