sexta-feira, 10 de junho de 2011
Profissão: bandido
"Bandido tem ética. Todas as profissões tem ética". A infeliz e esdrúxula declaração foi feita pelo advogado Jeferson Badan para justificar a negativa do seu cliente, o assaltante Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, em revelar a identidade do seu parceiro no assalto que culminou com a morte do estudante universitário Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, no dia 18 de maio último, no campus da Universidade de São Paulo. Acompanhado do advogado o bandido se apresentou quinta-feira à policia, onde confessou o crime e, depois, deixou sorridente a delegacia para responder ao inquérito em liberdade. Ele contou detalhes do crime, mas disse que quem fez os disparos que matou o estudante foi o seu parceiro, cuja identidade se recusou a revelar. O presidente da OAB paulista, Luiz Durso, considerou infeliz a declaração do colega, que deverá ser advertido por isso. Na verdade, ao entender que bandido é profissão - e por isso também tem ética - o Dr. Badan se nivelou aos criminosos e, portanto deveria também ser tratado como tal. Como não sou advogado não consigo entender uma legislação que assegura a liberdade a um criminoso que confessa o crime, enquanto, em contra-partida, mantém preso um homem que raspava o tronco de uma árvore para fazer chá para a mulher doente. Também não tenho noticia de ninguém que tenha sido preso por derrubar uma árvore. Talvez porque raspar um tronco é mais grave do que derrubar a árvore ou matar uma pessoa. Ah, ia esquecendo: o homem preso por raspar o tronco foi libertado dias depois, graças à pressão da imprensa.
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Um comentário:
Com tantos exemplos, principalmente dos homens públicos, seja na esfera do executivo, seja do judiciário, seja do legislativo, acho que vamos ouvir e ver afirmações ainda piores que esta. A banalização já tomou conta da vida brasileira.
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