domingo, 26 de junho de 2011
Nada mudou
Aproveitei o feriadão e passei quatro dias isolado se tudo e de todos no interior, acompanhado naturalmente dos meus livros. Foram quatro dias sem ouvir rádio, sem ver televisão, sem ligações no celular e sem acesso à internet. Ao retornar ao mundo real neste domingo, vejo que nada mudou nestes quatro dias. Prosseguem os conflitos na Libia e na Siria; explosões continuam matando no Afeganistão e no Iraque; judeus e palestinos prosseguem em sua guerra milenar; o futebol continua atraindo milhares de torcedores aos estádios; Neymar e Ganso mantém o destaque na mídia; velhos temas continuam sendo discutidos nos círculos políticos; e os homossexuais fazem uma passeata com cerca de três milhões de pessoas em São Paulo. Na parada gay deste domingo houve prisões pelo uso de drogas, mais de 100 atendimentos médicos por embriaguês e overdose e até a presença de indios do Xingu, que aproveitaram o embalo para encaixar um protesto contra a construção da usina de Belo Monte. A novidade talvez tenha sido o casamento coletivo de 12 casais gays no auditório da Faculdade de Direito de São Paulo, com direito a tudo: bolo, véu e grinalda, troca de alianças, choros de emoção e até beijo na boca. Quem tivesse passado bem mais do que quatro dias isolado do mundo, provavelmente se surpreenderia não apenas com o casamento coletivo mas, principalmente, com a força dos gays, que mobilizam milhões de pessoas para defenderem a sua opção sexual. Convenhamos, é muito gay. E, ao que parece, o número cresce a cada parada. Quem não deve ter gostado nada disso foi o deputado Jair Bolsonaro que, inclusive, foi motivo de criticas, representado por um boneco gigante amordaçado.
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