terça-feira, 24 de setembro de 2013

Na lata

No discurso de abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira, em Nova Iorque, a Presidenta Dilma Roussef criticou "na lata" o presidente Barack Obama pela espionagem americana no Brasil. Depois de dizer que "isso fere o Direito Internacional", a Presidenta brasileira afirmou: "Estamos diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e civis". Dilma exigiu explicações e garantias de que essa prática não se repetirá. Ela criticou ainda o argumento dos Estados Unidos de que a espionagem no Brasil faz parte do seu esquema de combate ao terrorismo. "Não se sustenta o argumento de que a interceptação se destina a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil sabe proteger-se", enfatizou. Na oportunidade, Dilma informou que o governo brasileiro está envidando esforços "para se proteger de violações". O presidente Barack Obama, que falou em seguida, se fez de cego, surdo e mudo, como se a Presidente brasileira não estivesse se referindo a ele. O discurso de Dilma, que foi elogiado pelo jornalista Gleen Greenwald, autor das denúncias de espionagem, repercutiu em todo o mundo. O jornal britânico "The Guardian" disse que a lider brasileira deu voz a "um grito de guerra global contra o que ela retratou como o presunçoso poder do aparato de segurança americano". Lembrou ainda que os Estados Unidos já foram muitas vezes criticados na ONU, "mas o que fez a denúncia de Roussef ainda mais dolorosa diplomaticamente foi o fato de que ela foi feita em nome de um Estado grande, cada vez mais poderoso e historicamente muito amigável". O jornal argentino "Clarin" destacou uma frase de Dilma, em que ela diz: "O ciberespaço não pode ser usado como uma arma de guerra". O único que não gostou do discurso de Dilma foi o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, do PMDB, que considerou a fala da Presidenta "decepcionante", "fraca" e "ridicula". Tal como o seu conterrâneo Roberto Freire, o ódio ao PT obliterou a sua visão, o seu ouvido e a sua inteligência.

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