terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sarney dois

O consagrado escritor brasileiro Humberto de Campos, o mais jovem intelectual a ingressar na Academia Brasileira de Letras, tem uma frase que adotei como leme de vida:"Posso não ser generoso, mas sei que sou justo". E precisamente por ser um feroz defensor da justiça é que volto a falar do senador José Sarney, a quem critiquei no ultimo dia de 2012 por sua declaração favorável à criação de uma lei que proíba ex-presidentes de concorrerem a cargos eletivos, já que ele é um dos beneficiários da inexistência dessa lei. Na seção da "Folha" destinada às cartas do leitor, publicada no primeiro dia deste ano de 2013, a leitora Inês Pires, de Campinas, São Paulo, disse que a melhor notícia do ano novo foi o anúncio da aposentadoria de Sarney. E disse, também, que o presidente do Senado, em 55 anos de vida política, só beneficiou o seu Estado de origem, fazendo pouco ou nada pelo povo brasileiro. Sem dúvida uma grande injustiça. Tanto como legislador quanto presidente da República Sarney tem relevantes serviços prestados ao país, não apenas à sua terra-natal, o Maranhão. O fato é que Sarney, assim como outros nordestinos de relêvo na vida do país, foi vítima da mesma chamada Grande Imprensa que já destruiu a reputação de muita gente, movida por interesses políticos ou econômicos. Acusaram-no de produzir atos secretos no Senado, numa verdadeira campanha para apeá-lo da presidência daquela Casa quando, na verdade, o grande produtor daqueles atos foi o presidente anterior, o senador Garibaldi Alves, que, no entanto, sequer foi citado. Por que? Porque o objetivo era atingir, de tabela, o então presidente Lula,tirando Sarney do comando do Senado para criar dificuldades para o governo na votação das matérias do seu interesse. E, lamentavelmente, muita gente que não gosta de usar o cérebro para pensar, se deixou influenciar pelas notícias da época. Como a leitora Inês Pires, por exemplo.

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