domingo, 24 de julho de 2011

Pipas

Quando criança e até na adolescência eu curtia muito empinar papagio, curica ou jamanta. Hoje me surpreendo com as crianças falando em empinar pipas. Parece que houve uma lavagem cerebral e a nova geração não sabe que as pipas de hoje são os papagaios de ontem. Até no noticiário local usa-se a expressão pipa, o que, por certo, contribuiu para essa mudança. É a força dos meios de comunicação, particularmente da televisão, que impôs ao Norte e Nordeste os usos,  costumes e expressões do Sudeste, gradativamente matando a cultura destas regiões. Os motoristas de caminhonetes também passaram a ser chamados aqui de "perueiros".  Em São Luis, no carnaval, sumiram os "corsos" e surgiram as escolas de samba, uma cópia muito pobre das originais, do Rio de Janeiro. .Os blocos ainda resistem mas os "sujos" também desapareceram. Não vamos mais a festas, mas a "baladas". E muitas expressões típicas vão desaparecendo: já nem mais se chama o efeminado de "qualira", mas de gay.  E a cultura do Maranhão  vai desaparecendo, só restando o bumba-meu-boi. Até quando?

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