quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Trôco

A justiça italiana negou o pedido brasileiro de extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, que estava preso em Maranello desde fevereiro deste ano. Pizzolato havia sido condenado, no processo do chamado mensalão, por corrupção passiva, a 12 anos e 7 meses de prisão e fugiu para a Itália em setembro do ano passado. O advogado dele, Alessandro Sivelli, disse que o argumento apresentado sobre a péssima situação das cadeias brasileiras foi decisivo para a decisão da justiça italiana. O ministro Marco Aurélio Melo, do STF, considerou a decisão uma vergonha para o Brasil, enquanto o procurador geral da República, Rodrigo Janot, disse que “a estratégia da defesa de explorar alguns presídios que, na verdade, são enxovias, conseguiu um precedente muito perigoso para o Brasil”. É claro que a situação dos presídios brasileiros foi apenas um pretexto, já que as cadeias em todo o mundo não são muito diferentes. Os italianos, na verdade, apenas aproveitaram a oportunidade para dar o troco ao Brasil, que não atendeu ao pedido de extradição de Cesare Battisti, condenado por atos de terrorismo e que vive hoje em nosso país. Pizzolato, agora em liberdade na Itália, disse: “Eu não fugi do Brasil. Apenas salvei a minha vida”.

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