terça-feira, 18 de março de 2014
Pura cascata
Um dos mais importantes e sérios jornalistas do país, Alberto Dines, fez severas críticas à revista “Veja” pela matéria de capa com José Dirceu na cadeia. Dines, que durante muitos anos foi editor-chefe do “Jornal do Brasil” (trabalhei com ele nessa época quando o JB ainda funcionava na avenida Rio Branco) classificou a reportagem de “um torpe atentado ao pudor e à ética jornalística”. Em artigo publicado no “Observatório de Imprensa”, Dines afirma que “para comprovar a ilegalidade das regalias que gozaria o ex-ministro José Dirceu no Complexo da Papuda, Veja cometeu ilegalidade ainda maior. Detentos não podem ser fotografados ou constrangidos, o ato configura abuso de poder, invasão da privacidade e, principalmente, um torpe atentado ao pudor e à ética jornalística. Um bom advogado poderia até incriminar os responsáveis por formação de quadrilha ao confirmar-se que o autor da peça (o editor Rodrigo Rangel) não entrou na penitenciária e que alguém pagou uma boa grana aos funcionários pelas fotos e as, digamos, "informações". Mais adiante, depois de dizer que a matéria não é reportagem, ele afirma que tudo “é pura cascata: altas doses de rancor combinadas a igual quantidade de velhacaria em oito páginas artificialmente esticadas e marombadas. As duas únicas fotos de Dirceu (na capa e na abertura), feitas certamente com microcâmera, não comprovam regalia alguma”. Alberto Dines faz coro à onda de indignação, dentro dos próprios círculos jornalísticos, com a reportagem de capa da última de edição da “Veja” que, certamente por isso, não viu sua matéria repercutida pela chamada Grande Imprensa, como habitualmente acontece. Sua fúria contra o PT ultrapassou todos os limites. Por essas e por outras é que a revista está nos seus estertores.
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