sábado, 15 de março de 2014

Perseguição

O que será que o ex-ministro José Dirceu fez à Editora Abril para a feroz perseguição de que é vítima por parte da revista “Veja”?? O ex-ministro, condenado no julgamento do chamado mensalão e que já foi capa diversas vezes da revista, todas mostrando-o como um bandido, volta a ser capa neste final de semana com uma reportagem sobre a vida dele na cadeia. Segundo a matéria, toda estribada no “ouviu dizer” e, portanto, sem nenhuma prova, Dirceu teria muitos privilégios na Papuda, entre eles lanches do McDonald's, visitas fora de horário e acesso a um podólogo, para tratar uma unha encravada. A reportagem, na verdade, tem o objetivo de induzir a Justiça a mantê-lo em regime fechado e, até, a transferi-lo para um presídio federal de segurança máxima. Levando-se em conta as decisões do ministro Joaquim Barbosa e do seu pupilo, o juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais do DF, isso não será difícil. Afinal, o ex-ministro foi condenado sem provas, com base apenas em notícias de jornais e revistas e rumores, exatamente como a reportagem da “Veja”. Condenado pelo Supremo ao regime semiaberto, Dirceu vem sendo mantido há quatro meses em regime fechado, contrariando a decisão do colegiado, num evidente abuso de poder do ministro Barbosa. E a revista quer mantê-lo atrás das grades com informações sem identificar os autores ou apresentar provas sobre os supostos privilégios. Para se ter uma idéia do jornalismo praticado pela “Veja“ com objetivos escandalosamente políticos, basta um pequeno trecho do texto sobre Genoino, constante da mesma reportagem: "Numa conversa entreouvida por um servidor, um médico que atendia Genoino revelou ter escutado do próprio petista a admissão de que deixara de tomar alguns remédios para provocar uma arritmia cardíaca e, assim, poder pleitear a prisão domiciliar”. Vejam só: “conversa entreouvida” de “um médico, que revelou ter escutado”. Foi precisamente com esse tipo de “provas” que o ministro Barbosa condenou todo mundo. Ou seja, ele mudou não exatamente o Brasil, como disse a “Veja”, mas o conceito de Justiça. Em tempo: Dirceu completa 68 anos de idade neste domingo.

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