sábado, 13 de julho de 2013
Direita em ação
Em artigo publicado no "Jornal do Brasil", o teólogo e escritor Leonardo Boff fez um alerta para a infiltração da direita nas manifestações registradas no país e o risco que isso representa para a nossa democracia. Sob o título de "Contra as tramóias da direita, sustentar Dilma Roussef", o conhecido escritor defende a necessidade de se fortalecer o Governo Dilma. E começa dizendo: " É notório que a direita brasileira, especialmente aquela articulação de forças que sempre ocupou o poder de Estado e o tratou como propriedade privada (patrimonialismo), apoiada pela mídia privada e familiar, está se aproveitando das manifestações massivas nas ruas para manipular esta energia a seu favor. A estratégia é fazer sangrar mais e mais a Presidenta Dilma e desmoralizar o PT e, assim, criar uma atmosfera que lhe permita voltar ao lugar que por via democrática perderam". E prossegue:"Se por um lado não podemos nos privar de críticas ao governo do PT, mas críticas construtivas, por outro não podemos ingenuamente permitir que as transformações político-sociais alcançadas nos últimos 10 anos sejam desmoralizadas e, se puderem, desmontadas por parte das elites conservadoras. Estas visam ganhar o imaginário dos manifestantes para a sua causa, que é inimiga de uma democracia participativa de cariz popular". Depois de lembrar que a vitória do capitalismo sobre o socialismo no leste europeu promoveu a debilidade da sociedade civil para abrir caminho às privatizações, disse que "o Brasil, sob a hegemonia do PSDB, se alinhou ao que se achava o marco mais moderno e eficaz da política mundial. E protagonizou vasta privatização de bens públicos que foram maléficos ao interesse geral". Mais adiante, Boff diz:"Se devemos criticar a nossa classe política por ser corrupta e o Estado por ser ainda, em grande parte, refém da macroeconomia neoliberal, devemos fazê-lo com critério e senso de medida. Caso contrário, levaremos água para o moinho da direita. A mídia privada e familiar está empenhada fervorosamente nesta empreitada da volta ao velho status quo". Após alertar que as massas devem estar atentas para as manobras destinadas a mudar o rumo das manifestações, o teólogo conclui:" Cabe reforçar o governo Dilma, cobrar-lhe, sim, reformas políticas profundas, evitar a conciliação entre forças em tensão e a oposição para, juntas novamente, esvaziarem o clamor das ruas e manterem o status quo que prolongue benefícios compartilhados".
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