Outro massacre

Através do seu porta-voz Jihad Maqdisi o governo sirio nega, cinicamente, o massacre de quase 100 pessoas, inclusive 32 crianças, em Hula, provincia de Homs, registrado esta semana.Ele culpa os terroristas, mas os próprios observadores da ONU constataram a ação das forças governamentais. O secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, condenou o massacre e pediu ao ditador sirio Bashar Al-Assad o fim imediato do uso de armamento pesado. Ou seja, armamento leve pode. É lamentável ver-se um organismo da importância da ONU, que deveria efetivamente promover a paz mundial, ser desrespeitado, inclusive pelos Estados Unidos, que só respeitam suas resoluções quando atendem a seus interesses. Não deixa de ser surpreendente, também, a constatação do uso de dois pesos e duas medidas, tanto pela ONU como pelas grandes potências. Nos casos do Iraque e da Libia as ações militares contra os ditadores foram violentas e rapidas, enquanto no caso da Siria as Nações Unidas e as grandes potências se limitam a "pedir" a Assad para que pare com os massacres. Mais de 10 mil pessoas já foram mortas na Siria desde o inicio dos conflitos, em março de 2011. Parece brincadeira de mau gosto.