sábado, 20 de dezembro de 2014
Virou piada
O deputado Carlos Sampaio, do PSDB, perdeu o senso do ridículo e parece que não tem o que fazer na Câmara Federal: ele gasta o tempo bolando maneiras de atingir a presidenta Dilma Roussef, usando e abusando do direito de recorrer à Justiça. Desta vez, porém, ele se superou e se transformou em piada nas redes sociais: no momento da diplomação da Presidenta, no Tribunal Superior Eleitoral, Sampaio ingressou com uma nova ação pedindo que, ao invés de Dilma, o TSE diplomasse o candidato derrotado Aécio Neves como Presidente da República. Será que a derrota nas urnas em outubro passado afetou o miolo do principal escudeiro do candidato tucano?
Já se perdeu a conta de quantas ações ele moveu contra a Presidenta, sobretudo no período da campanha eleitoral, acreditando talvez que os magistrados estejam à sua disposição para apreciar seus arrazoados. Além de pedir à Justiça Eleitoral a diplomação de Aécio, o deputado Sampaio também entrou com outra ação pedindo a cassação do mandato de Dilma, desta vez alegando abuso do poder econômico. Alguém precisa dizer a esse moço que a Presidenta foi reeleita e, portanto, vai governar o país nos próximos quatro anos, porque essa é a vontade de mais de 54 milhões de brasileiros. E mais: se não se convencer disso ele vai acabar adoecendo. De raiva.
O mesmo parlamentar, que está se tornando uma figura folclórica no Congresso, também apresentou um relatório paralelo sobre os trabalhos da CPMI da Petrobrás, inconformado com o relatório oficial do relator Marco Maia. No seu relatório extra-oficial, que tem o principal objetivo de atingir a presidenta Dilma, Sampaio pede o indiciamento, entre outros, do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra. O parlamentar tucano, ao incluir o nome do ex-presidente do seu partido, tenta sugerir isenção mas, na verdade, acabou fazendo outra piada de muito mau gosto, pois todo mundo sabe que Guerra está morto. E morto não pode ser investigado ou indiciado. Sampaio, pelo visto, quer brincar com coisa séria.
O que o deputado tucano pretende, na verdade, com as ações e o relatório, é manter-se em evidência na mídia, com possível aspiração a vôos mais altos nas próximas eleições, porque ele sabe que suas investidas não terão as conseqüências que deseja. O negócio dele é fazer ruído, com a inestimável ajuda da imprensa oposicionista, que deu mais destaque ao seu relatório paralelo do que ao relatório oficial da CPMI. E enquanto ele tiver essa cobertura vai entulhando a Justiça de ações, sempre contra o governo, o que lhe garante um espaço cativo na mídia. Aécio que se cuide, pois hoje Sampaio tem mais evidência do que ele.
Enquanto isso Dilma amplia a sua aprovação pelo povo. Pesquisa Ibope/CNI, realizada neste inicio de dezembro – em pleno massacre midiático por conta da Operação Lava-Jato – revelou que ela subiu mais alguns pontos na aprovação popular, apesar de todo o bombardeio de que vem sendo alvo. A nova pesquisa demonstra que apesar do esforço, sobretudo na televisão, para enlamear a Presidenta e fragilizar o governo, a grande imprensa não consegue mais fazer a cabeça da maioria da população. As pessoas que pensam e não perderam a capacidade de raciocinar não se deixam mais influenciar pela grande mídia que, a cada dia que passa, vai perdendo credibilidade à medida em que os fatos a desmentem.
O exemplo mais recente foi o reconhecimento de que a construção do porto de Mariel, em Cuba, pelo governo brasileiro, com financiamento do BNDES, foi um golaço da presidenta Dilma. Com o reatamento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, anunciado pelos presidentes Barack Obama e Raul Castro, respectivamente, o porto de Mariel ganhou grande importância estratégica para o Brasil. Recorde-se que a construção desse porto foi um dos motes preferidos do então candidato Aécio Neves, com a ressonância da mídia, para criticar a candidata do PT durante a campanha, acusando-a de gastar lá fora um dinheiro que poderia ser investido aqui. Ocorre que o porto foi construído por uma empresa brasileira com a maior parte do material empregado fabricado em território nacional. E ele será de fundamental importância para as exportações brasileiras.
Considerando que o reatamento das relações entre Cuba e os Estados Unidos acabou confirmando o acerto da decisão da presidenta Dilma em construir o porto de Mariel, o que deixou mal os tucanos que a criticaram por isso, não será surpresa se o deputado Carlos Sampaio ingressar com uma ação na ONU para anular a decisão dos dois presidentes. Afinal, ele não consegue suportar nada que possa produzir efeito positivo para a Presidenta. E corre o risco de pirar.
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