domingo, 14 de dezembro de 2014

Dois pesos e...

A Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 600 milhões de empresas acusadas de formação de cartel para fraudar licitações de trens em São Paulo, nos governos tucanos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alkmin. A Policia Federal, que investiga o cartel, tem o nome de todos os envolvidos, incluindo figuras de destaque do PSDB, mas a grande imprensa oposicionista, além de noticiar o fato com discrição, não cita o nome de ninguém. A televisão se limita a dizer que o esquema de propinas se desenvolveu de 1998 a 2008, nos governos controlados pelo PSDB, mas também não cita o nome de nenhum dos governadores. Quanta diferença com o noticiário sobre a Petrobrás! Enquanto divulga discretamente a corrupção no metrô paulista, porque envolve tucanos de alta plumagem, a mesma imprensa escandaliza o noticiário sobre a Operação Lava-Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobrás. E com a denúncia da ex-gerente Venina Fonsêca, de que havia alertado a presidente da empresa, Graça Foster, sobre as irregularidades, a Petrobrás voltou a ocupar grandes espaços na mídia comprometida. A oposição, que havia se aquietado depois da aprovação das contas da campanha da presidenta Dilma Roussef, voltou a se assanhar, com as suas lideranças pedindo a demissão de Graça Foster. E até o senador tucano Álvaro Dias, que estava meio escondido após o surgimento do seu nome na Lava-Jato, deitou falação. Mesmo se sentindo protegidos pela facciosidade da grande mídia, que divulga com parcimônia o escândalo da corrupção no metrô paulista sem citar o nome dos envolvidos, não deixa de ser surpreendente o comportamento dos tucanos quando se mostram indignados com os escândalos na Petrobrás a abrem fogo contra o governo. Fazendo-se de cegos, surdos e mudos quanto à corrupção nos trens de São Paulo, eles fingem que o seu partido não tem nada com isso e, cinicamente, se revezam em críticas ao governo e à empresa de petróleo. Resta saber se manterão essa postura quando forem divulgados os nomes dos políticos envolvidos com a corrupção na Petrobrás e, também, com o esquema de propinas no metrô paulista, porque o que se diz extra-oficialmente é que tem gente de todos os partidos mergulhado no problema até o pescoço.

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