terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Oposição?
Reeleito pela terceira vez para presidir o Equador, Rafael Correa parece disposto a empenhar-se, neste terceiro mandato, para criar uma legislação destinada à imprensa do seu país. A exemplo dos seus colegas Cristina Kirschner, da Argentina, e Chavez, da Venezuela, o presidente equatoriano estaria propenso a criar uma legislação capaz de conter os excessos da imprensa boliviana. No Brasil a presidenta Dilma Roussef não deixou transparecer, até agora, nenhuma intenção de fazer alguma coisa também para conter os excessos da chamada Grande Imprensa, mas dentro dos partidos que dão sustentação ao governo, o PT e o PMDB, cresce o movimento para aprovar no Congresso uma regulamentação para as atividades da mídia. Esses fatos estão sendo interpretados por especialistas como resultado de uma campanha em curso na América Latina para estatizar a imprensa, retirando-a das mãos da iniciativa privada. Há também quem acredite numa tentativa para restaurar-se a censura. É claro que há exagero nessas interpretações, porque o mundo hoje não oferece clima para medidas discricionárias - e nem teriam a aprovação da população - mas é evidente que os governos buscam a criação de mecanismos para proteger-se de campanhas claramente oposicionistas, que evidenciam interesses políticos camuflados. Ao estudar a questão, o professor Marcelo Coutinho, da Universidade do Rio de Janeiro, afirmou que "como no Brasil, na Venezuela e no Equador a oposição está no poder, quem assumiu o papel de se opor aos governantes foi a própria imprensa". Ele confirma, assim, o que já disse a própria vice-presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ). Mas esse não é o papel da imprensa. Assim, cabe a pergunta: se a imprensa age como oposição não será lícito que os governos a tratem como tal?
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