Esquentando

Quase dois anos nos separam das eleições presidenciais do próximo ano, mas a campanha praticamente já começou, com os principais atores do cenário político trocando farpas e a chamada Grande Imprensa dando suporte, oferecendo maior espaço para todos os que, por motivos os mais diversos, criticam o ex-presidente Lula e a Presidenta Dilma. Respondendo ao ex-presidente Fernando Henrique, que a chamou de ingrata por negar a herança deixada por seu governo, a Presidenta reafirmou nesta quarta-feira que não herdou nada da gestão tucana. Por sua vez, o ex-ministro Ciro Gomes, depois de dizer que "Lula está perdidão, descobrindo que não é Deus", disse que Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina Silva, virtuais candidatos ao Planalto em 2014, têm condições para serem presidentes mas não tem propostas. Ao falar sobre o candidato tucano, que recentemente elogiou a política de privatizações do ex-presidente FHC, Ciro perguntou o que Aécio, se eleito, fará com a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa econômica, já que essas três instituições estavam na lista para serem privatizadas no final do governo tucano, o que só não aconteceu devido a vitória de Lula. E por falar em Lula, nesta quarta-feira, ao discursar na cerimonia em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ele criticou a chamada Grande Imprensa, que sempre o critica, e disse que ao invés de reclamar por falta de espaço nos jornais os sindicatos deveriam organizar a sua própria mídia. E lembrou uma conversa que teve com o velho Octávio Frias de Oliveira, da "Folha de São Paulo", que lhe disse: "Lula, os do andar de cima não vão deixar voce chegar lá. Eles vão sempre trabalhar para você ficar no andar de baixo". Lula acrescentou, dizendo que eles, os petistas, não apenas chegaram ao andar de cima como já mostraram que sabem morar lá. Como é fácil perceber, a briga pelo Planalto já está esquentando, com cada um usando os argumentos e as armas que possuem. Recomendo a leitura do artigo do professor Gilson Caroni, publicado pelo "Jornal do Brasil On Line" e cujos trechos publico mais adiante.

Vítima ou algoz?

Alguma coisa parece errada na decisão de autoridades nos casos de meninas estupradas. Ao que parece, as mulheres continuam sendo vergonhosamente tratadas como se fosse um ser inferior. Ou o mundo está ficando louco. Nas ilhas Maldivas uma jovem de 15 anos, estuprada pelo padrasto, foi condenada a receber 100 chibatadas "por manter relações sexuais sem ser casada", conforme as leis islâmicas. E no Brasil, mais precisamente em Niteroi, o pai da menina com quem o padre Edmilson Correia mantinha relações sexuais foi indiciado, acusado de extorquir o sacerdote com o vídeo da transa. O pai da jovem denunciou à policia o abuso do padre em novembro do ano passado, mas como não houve nenhuma providência decidiu gravar o vídeo para fazer a denúncia publicamente, através da imprensa. E agora foi indiciado porque o sacerdote, evidentemente buscando defender-se, o acusou de extorsão. E o seu advogado, Roberto Vitagliano, depois de tentar justificar a tara do padre com a frase bíblica de que "a carne é fraca", ainda teve coragem de dizer que ele foi seduzido, sendo a verdadeira vítima de tudo isso. Pode?

Sanção militar

O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou os países que participam da reunião do P5+1 (Estados Unidos, China, França, Inglaterra, Russia e Alemanha), no Cazaquistão, que tentam encontrar uma solução diplomática para a suposta ameaça representada pelo programa nuclear iraniano. O premier israelense não acredita que a negociação via diplomática interrompa o enriquecimento de urânio e, por isso, pediu à comunidade internacional para que ameace o Irã com sanções militares. Como as frequentes ameaças de Israel, de atacar as instalações nucleares iranianas, não surtiram efeito, Netanyahu quer agora que essas ameaças sejam feitas pelas grandes potências, na esperança talvez de que os iranianos recuem em seu programa nuclear, embora eles continuem reafirmando suas finalidades pacíficas. Embora enfrente resistência dentro do próprio país, já que nem todos os israelenses concordam com a guerra, membros destacados do governo de Israel continuam alimentando a idéia do ataque ao Irã, sem importar-se com as inevitáveis consequências de uma ação militar. Tomara que o bom senso prevaleça.

Tentação do golpe

O "Jornal do Brasil" on line publica nesta quarta-feira interessante artigo do professor e sociólogo Gilson Caroni Filho, no qual adverte para as manobras golpistas em andamento no país. Ele começa perguntando: "Como realizar uma tarefa desmedida, a retomada da agenda neoliberal, se na direita nada há que não seja um imenso vazio? A sua ideologia, incapaz de se reciclar, continua se apoiando em um pensamento econômico que, além do fracasso retumbante, exige para sua implantação a derrocada das mínimas condições democráticas vigentes". Mais adiante diz: "Para operar a demolição do país é necessário modificar profundamente a estrutura de poder no Brasil. E não nos iludamos. O protagonismo do Judiciário, traduzido em confronto permanente com o Legislativo e outras instâncias da organização republicana, nomeadamente, o Poder Executivo, é peça central de uma onda golpista que tende a se acirrar em 2013". O professor Gilson diz ainda que "é à luz da perda de importância dos partidos conservadores, em especial do PSDB, que se estabelece a proeminência das corporações midiáticas e de um STF por elas pautado.Não deve ser motivo de surpresa que os membros dos dois campos (midiático e jurídico) se vejam empenhados em mudar as regras formais do jogo político, inaugurando uma série de eventos dramáticos com o objetivo último de deslegitimar o governo eleito pelo povo". Ele prossegue afirmando que "seria preciso que a imprensa, o sistema educacional, as lideranças empresariais e intelectuais apoiassem a ideia democrática como única forma que legaliza e legitima o conflito. Nada mais incompatível com a prática e o discurso que caracterizam a falange neoliberal brasileira, forjada a ferro e fogo em uma formação autoritária secular que considera a negociação de interesses opostos como fator impeditivo para a adoção das medidas necessárias solicitadas pelo mercado. Estamos diante de atores que, como sabemos há muito tempo, não recuam de medidas mais radicais para a execução das tarefas a que se propõem: o desmonte do Estado e o aniquilamento da cidadania". E destaca: "A maior presença, dia a dia, do Poder Judiciário reconstitucionalizando o direito ordinário à luz dos editoriais (estatutos) da mídia corporativa não é um episódio isolado, uma carta encomendada apenas para o julgamento da Ação Penal 470. A nova direita brasileira, cega e surda, arrogante e displicente, irá às últimas consequências para o cumprimento de suas metas. Nem que para isso tenha que levar à desmoralização o seu próprio braço parlamentar. Não há limites para o golpismo. Se desta vez o estamento militar opera nos marcos da legalidade, não há problemas. Que se troquem as fardas por togas dóceis. A margem de manobra é mínima, mas a tentação é grande". O professor Gilson Caroni Filho conclui seu artigo, dizendo:"A tarefa mais urgente, pois, é continuar mobilizando a vontade nacional, atuando em todos os movimentos sociais organizados. É preciso deflagrar uma campanha orgânica de desmistificação do noticiário envolvendo questões legais. Ao país interessa um Poder Judiciário que , como guardião da Constituição federal, dinamize os instrumentos processuais constitucionais previstos para garantir o funcionamento da democracia. E isso significa evitar que o Estado volte a ser atropelado pela insanidade dos golpistas, ficando sem condições para cumprir e fazer cumprir as leis".

Escândalo

Justo no momento em que o Papa Bento XVI decide renunciar ao Pontificado, desgostoso, segundo especialistas, com as intrigas, brigas pelo poder e os escândalos sexuais dentro da Igreja, explode no Rio um novo escândalo, agora envolvendo um padre da Arquidiocese de Niterói. O padre Edmilson Correia foi preso e indiciado sob suspeito de estupro de uma menina de 10 anos. Ele também é acusado de vir mantendo relações sexuais há anos com duas jovens hoje com 15 e 19 anos. Uma foto do padre nu, beijando uma jovem dentro da arquidiocese, foi publicada pelos jornais. O sacerdote, segundo as notícias, foi filmado pelo pai de uma das jovens com as quais mantinha relações sexuais. A Arquidiocese já determinou a suspensão "temporária" do padre que, no entanto, vai responder a inquérito na policia. O seu advogado de defesa, Roberto Vitagliano, disse, à guisa de justificativa para o comportamento do sacerdote: "A carne é fraca!". Diante de tantos escândalos envolvendo padres em todo o mundo arrisco uma pergunta: por que a igreja não acaba com o celibato? Pelo menos eles poderiam se casar e, também, frequentar motéis, ao invés de transar dentro das instalações religiosas.

Será?

Graças a um acordo entre as lideranças, a Câmara Federal deve votar nesta quarta-feira o requerimento de urgência para a votação do projeto que extingue os 14º e 15º salários dos deputados e senadores. O projeto, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann, atual ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, já foi aprovado pelo Senado. O salário de um deputado federal é de R$ 26.723,13 e se o projeto for realmente aprovado eles vão perder mais de R$ 50 mil. Na verdade perderão financeiramente mas ganharão moralmente, porque a vantagem, embora legal, sem dúvida é imoral, já que o trabalhador só percebe o 13º salário. De qualquer modo, a decisão já ajuda a restaurar um pouco a credibilidade do Congresso.

Programa nuclear

Estimulada pelos israelenses que, volta e meia, ameaçam um ataque ao Irã, teve inicio nesta terça-feira uma reunião no Cazaquistão com o objetivo de encontrar uma solução para a questão do programa nuclear iraniano. Além do representante do Irã participam do encontro os representantes dos países do chamado P5+1: Estados Unidos, Russia, China, Inglaterra, França e Alemanha. Embora o governo iraniano insista em afirmar que o seu programa nuclear tem fins pacíficos, esses países desconfiam que a sua finalidade seria mesmo a construção da bomba atômica. E por isso levantaram uma série de sanções contra o país dos aiatolás. Na verdade,por trás de tudo isso está o governo de Israel, que se convenceu de que o programa é uma ameaça à sua segurança e, portanto, ameaça atacar as instalações nucleares iranianas caso a questão não seja solucionada pela diplomacia. Os israelenses não admitem que o Irã possua a bomba atômica e temem que a demora na solução do problema dará aos iranianos tempo para concluir o projeto. Especialistas isentos, no entanto, não acreditam que os iranianos pretendam destruir os judeus, como alegam os líderes israelenses. E como prova disso informam que no Irã existe uma grande colonia judaica, que desfruta de plena liberdade inclusive para seus cultos, em suas sinagogas, possuindo até cemitério particular. E dizem mais: na opinião deles quem efetivamente corre risco é o Irã, porque Israel possui cerca de 300 ogivas nucleares. Só nos resta, portanto, torcer para que o bom senso prevaleça e essas armas nunca sejam usadas, do contrário se confirmarão as profecias quanto à terceira guerra mundial.

UFA

A prefeitura do Rio de Janeiro colocou nesta terça-feira em experiência, pela primeira vez, nas ruas da cidade, o que denominou de Unidade Fornecedora de Alívio (UFA) o que, na verdade,é um mictório público semelhante aos usados em Londres e em Amsterdã. A prefeitura, segundo a imprensa carioca, atende a um pedido do cartunista Ziraldo que, durante o carnaval, reclamou da falta de mictórios públicos. Afora a gozação, típica do carioca, o mictório público também chega no momento em que a televisão coloca no ar uma campanha contra o hábito de urinar na rua. Lembram-se da letra da musiquinha? "Tá com vontade de fazer xixi, não faz aqui".

Torcedor

Um jovem de 17 anos, torcedor do Corinthians, apresentou-se na tarde desta segunda-feira à Vara da Infância e da Juventude, em São Paulo, confessando-se autor do disparo do sinalizador que, na quarta-feira passada, durante o jogo do seu time com o São José da Bolívia, em Oruro, matou o adolescente Kevin Beltran, de 14 anos. No domingo ele já havia dado entrevista ao "Fantástico", da Globo, assumindo a autoria, mas explicou que o disparo foi acidental, pois não sabia manejar direito o equipamento. Está arrependido e pediu perdão à familia do garoto morto. Após o seu depoimento foi liberado, já que é menor de idade. Resta saber agora como ficará a situação dos 12 torcedores que estão presos na Bolívia, suspeitos do disparo, já recolhidos ao presídio. Esse lamentável episódio deve motivar providências urgentes das autoridades no sentido de proibir os torcedores de levarem para o campo de futebol qualquer coisa que possa representar risco, como sinalizadores, fogos de artifício, latas de cerveja ou refrigerante, etc. Acho que só bandeiras devem ser permitidas, e assim mesmo sem a vara.

Falta do que fazer

Acho que esse pessoal que andou protestando, em diversas cidades, contra a presença da blogueira cubana Yoani Sanchez no Brasil não tem o que fazer. Fiquei impressionado com a ferocidade dessa gente, exibida pela televisão, como se a moça tivesse cometido algum crime hediondo. Só vagabundos mesmo, sem ter nada para fazer, deixam suas casas ou seus serviços para protestos inócuos, sem nenhum sentido. Ou, então, são movidos pelo desejo de aparecer na televisão. Afinal, o que essa moça fez? Teve a coragem de opor-se ao regime de Fidel Castro, que se perpetua agora no poder através do irmão Raul. E ela também luta contra o embargo dos Estados Unidos a Cuba. Ou seja, seu crime é defender o seu país contra a ditadura e contra a opressão americana.

O que é feio

O leitor anônimo deste blog, que postou comentário na nota "Nova Vitória", voltou à questão da decisão da Justiça do Trabalho sobre a CASF, dizendo que tem todo o direito de manifestar sua estranheza e que não é nem dirigente da CASF e muito menos aspone, conforme deduzi. Sem dúvida, caro anônimo, voce tem todo o direito de estranhar a decisão, mas, convenhamos: estranho mesmo é um trabalhador estranhar uma decisão que lhe é favorável. Voce também disse que como o blog é meu não sou obrigado a publicar comentários com os quais não concordo. É fato, mas como sou democrata e não sou o dono da verdade, acho de fundamental importância dar espaço a opiniões contrárias às minhas, de modo a que os leitores possam tirar suas próprias conclusões. E, finalmente, você disse que "é feio ficar conjecturando". Não, meu amigo, feio mesmo é esconder-se no anonimato para dizer o que, certamente, não tem coragem de assumir com o próprio nome. E, aceitando a sua sugestão, dou o assunto por encerrado.

A renúncia

Embora tenha justificado a sua decisão de renunciar ao Pontificado com a falta de vigor físico, por conta da idade avançada, o Papa Bento XVI parece que não conseguiu convencer a maioria dos fiéis, em especial jornalistas e especialistas em Vaticano. Na imprensa do mundo inteiro surgiram especulações sobre o que seriam os verdadeiros motivos da renúncia: intrigas nos corredores do Vaticano, luta pelo poder e até homossexualidade na cúpula da igreja. Segundo essas especulações, Bento XVI teria ficado desgostoso com tudo isso e, então, decidido renunciar. A possibilidade, na verdade, existe, já que a história da Igreja Católica é marcada por intrigas, brigas pelo poder, crimes, etc, o que proporcionou material para muitos livros e até filmes. Talvez nunca chegaremos a saber os verdadeiros motivos da renúncia, mas as atenções se voltam agora para a eleição do novo Pontífice e, sobretudo, para a nova situação que será criada na Igreja com a existência de praticamente dois papas. Na sua última oração do Ângelus neste sábado, na praça de São Pedro, para mais de 50 mil fiéis, Bento XVI fez suas despedidas, já que deixará o cargo no próximo dia 28, dizendo que a partir de agora irá se dedicar mais à meditação e à oração. Destacou, no entanto, que "isso não significa abandonar a Igreja". A pergunta agora é: será que o novo Papa se sentirá confortável administrando a Igreja com outro Papa na sombra? Até que ponto Bento XVI, embora sem o poder, poderá influenciar o novo papado. Para alguns observadores, tudo dependerá do novo Pontífice. O fato é que, depois dos escândalos que sacudiram a estrutura milenar da Igreja Católica, estamos presenciando hoje o início de um novo capítulo em sua história.

Campanha

A campanha eleitoral pela Presidência da República praticamente já começou. As farpas trocadas esta semana pelos ex-presidentes Fernando Henrique e Lula e pelos senadores Aécio Neves e Lindhberg Farias são um pálido retrato do que vem por aí. Os tucanos, cansados das sucessivas derrotas, decidiram partir para o ataque e, pelo visto, prometem uma campanha agressiva. Os petistas e peemedebistas, por sua vez, parecem dispostos a dançar de acordo com a música. Embora cerca de dois anos ainda nos separem das eleições presidenciais, marcadas para outubro de 2014, os três maiores partidos do país já se mobilizam para ocupar espaço. O candidato tucano Aécio Neves e o ex-presidente Lula prometem percorrer o país, já neste ano, para levar suas mensagens aos brasileiros de todos os rincões. Os tucanos tem a vantagem do apoio escancarado da chamada Grande Imprensa, mas a eleição de Dilma Roussef e de Fernando Haddad, para a Presidência da República e Prefeitura de São Paulo, respectivamente, demonstrou que esse apoio, hoje, já não produz muito efeito. As ações sociais do governo, em especial o Bolsa Familia e agora o Brasil Sem Miséria, já anulam a influência antes poderosa da mídia. E embora o pleito ainda esteja distante para permitir um prognóstico, todo mundo sabe que se as eleições fossem hoje a presidenta Dilma seria reeleita sem maiores dificuldades, segundo atestam as próprias pesquisas de intenção de votos. Se esse quadro, portanto, perdurar até 2014 o prognóstico não será difícil.

Muito estranho

Um leitor deste blog não gostou da decisão da Justiça do Trabalho do Maranhão que proibiu a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazonia (CASF)de reajustar, exorbitantemente, as mensalidades do plano de saúde por faixa etária. E chegou até a ironizar, em comentário postado na nota "Outa Vitória", a decisão, dizendo que "isso só acontece no Maranhão". Como ele não se identificou, assinando o comentário como "Anônimo", deduzo que se trata de dirigente da CASF ou algum dos seus aspones com polpudos salários. Não há outra explicação.

Intolerância

O mundo avançou muito em tecnologia nos últimos dois mil anos mas, infelizmente, continua muito atrasado moralmente. E um dos sinais desse atraso é a intolerância religiosa que, lamentavelmente, ainda faz morada no Brasil. As recentes agressões nas redes sociais à cantora Paula Fernandes, por ter se declarado espírita, são um triste exemplo disso. Embora a Bíblia seja a mesma, o Evangelho seja o mesmo, Deus seja o mesmo e o Cristo seja o mesmo para todos os cristãos, as divisões no Cristianismo resultantes de interpretações equivocadas do Velho Testamento, que deram margem ao surgimento de inúmeras igrejas, acabaram produzindo fanáticos intolerantes que, felizmente, não têm mais clima para a repetição dos assassinatos registrados pela história, como os perpetrados pela Inquisição e o massacre que ficou conhecido como "a noite de São Bartolomeu". Falam muito em Jesus, mas em nenhum momento em toda a sua curta vida de 33 anos ele falou ou deu exemplo de intolerância. Muito pelo contrário, passou a vida falando em perdão e amor ao próximo. E deixou a recomendação que - uma pena! - nem mesmo muitos dos que se dizem cristãos obedecem: "Amai-vos uns aos outros".

Que bom

Um anonimo estranhou, em comentário postado na nota "Outra Vitória", que a Justiça do Trabalho tivesse decidido sobre o plano de saúde. E acrescentou: "Isso só acontece no Maranhão". Ainda bem que acontece pelo menos no Maranhão. Que bom!

Terror

A médica Virginia Soares, chefe da UTI do Hospital Evangélico do Paraná, está sendo acusada por seus colegas, enfermeiros e funcionários de matar os pacientes do SUS ali internados. Entre outras coisas ela é acusada de diminuir os níveis de oxigênio, desligar aparelhos e abandonar pacientes que sofrem parada cardíaca, devido à baixa remuneração da equipe médica. Ela criou inclusive a sigla SPP, que significa "Se parar, parou", para orientar o procedimento no caso de paradas cardíacas de pacientes do SUS. Segundo depoimentos de enfermeiros, quando alguém alertava sobre a ocorrência de uma parada cardíaca, ela gritava "SPP". E as enfermeiras debandavam, deixando lo paciente morrer sem assistência. A ex-fisioterapeuta Eliane Campelo disse que viu a médica desligando respiradouros para que os pacientes morressem mais depressa. O delegado Marcos Michelotto, que conduz as investigações, afastou a tese da eutanásia e disse acreditar que existam outros médicos envolvidos. Essa história parece filme de terror.

Comparação

Ao responder ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que criticou as comparações feitas pelos petistas nas comemorações dos 10 anos do PT no Governo, afirmando que "comparação é coisa de criança", o ex-presidente Lula disse que FHC fica nervoso todas as vezes em que faz comparação. Disse que está disposto s fazer comparação inclusive sobre corrupção no governo de ambos, afirmando: "Duvido que tenha na história do país alguém que criou mais instrumentos de combate à corrupção do que nós". Sobre o discurso do senador Aécio Neves, candidato tucano ao Palácio do Planalto, disse que a resposta do PT "será a reeleição da presidenta Dilma em 2014". Ainda sobre o discurso do senador mineiro da tribuna do Senado, em que confirmou a sua candidatura à Presidência da República, o senador Lindbergh Farias disse: "Em meia hora de discurso em nenhum momento Vossa Excelência citou o povo, pessoas, gente, emprego ou inclusão social". E acrescentou: "Vossa Excelencia não apresentou um discurso competitivo para quem se candidata à presidência". Pelo visto isso é apenas um ligeiro aperitivo para a campanha das eleições presidenciais do próximo ano. Vai sair fumaça.

Outra vitória

A 3ª Vara do Trabalho de São Luís determinou, na terça-feira (19/02), ao julgar ação movida pelo Sindicato dos Bancários do Maranhão, que a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) se abstenha de aumentar a mensalidade do plano de saúde de acordo com a faixa etária dos usuários. Para se ter uma ideia, a CASF impôs um aumento de quase 20% no valor dos planos de saúde dos usuários com mais de 59 anos em 2010, índice muito maior que os 6,76% autorizados pela Agência Nacional de Saúde. Enquanto isso, o percentual de aumento para os mais jovens foi de apenas 3,08%. No entendimento do SEEB-MA, a medida da CASF fere o direito fundamental da isonomia e prejudica os usuários mais idosos. “A cada ano o salário do aposentado fica menor. Se esse aumento abusivo continuasse, chegaríamos ao ponto de abrir mão do nosso plano, da nossa saúde, pois não teríamos como pagar” – afirmou um aposentado do Banco da Amazônia. Vale ressaltar que na mesma decisão, a Justiça determinou ainda que a CASF pare de cobrar a chamada “cota extra”, que majorava ainda mais o valor do plano de acordo com a idade. A CASF também foi condenada a pagar os honorários advocatícios ao SEEB-MA. Caso a CASF descumpra as determinações, estará sujeita a multas. A ação vitoriosa foi ajuizada pelo Sindicato em 30 de junho de 2010.

Palestra

A jornalista paraense Anete Ferreira, há muito radicada em Portugal, fará nesta quinta-feira uma palestra em homenagem aos 397 anos da fundação de Belém na embaixada do Brasil em Lisboa. A palestra, sobre o tema "Belém do Pará, Forte, Ver-o-Peso e Mangueiras", será iniciada às 18 horas no auditório da embaixada, na estrada das Laranjeiras, Sete Rios, Lisboa. Em minha recente viagem a Portugal eu e Anete, velha amiga, jantamos em Braga, em companhia de nossos familiares lá residentes.

Quem é o diabo?

Em entrevista a uma emissora de televisão a bela cantora Paula Fernandes declarou-se espírita, afirmando, entre ouras coisas, que "eu sinto que não estou sozinha, não componho sozinha". Surpreendentemente isso foi o suficiente para despertar a ira de fanáticos, que passaram a agredi-la nas redes sociais. Um deles postou: "Agora descobri a porta que eu mesma tinha aberto para satanás. Destruí o DVD que tinha dela". Outro escreveu: "Peguei o DVD dela, arranhei e joguei fora". Coitados! São dignos de pena. Se não respeitam a liberdade de opção religiosa dos outros como ousam falar em Deus? Aliás, falam mais no diabo que, por sinal, sequer existe. Mas se existisse, quem é que está agindo como satanás?

Oposição?

Reeleito pela terceira vez para presidir o Equador, Rafael Correa parece disposto a empenhar-se, neste terceiro mandato, para criar uma legislação destinada à imprensa do seu país. A exemplo dos seus colegas Cristina Kirschner, da Argentina, e Chavez, da Venezuela, o presidente equatoriano estaria propenso a criar uma legislação capaz de conter os excessos da imprensa boliviana. No Brasil a presidenta Dilma Roussef não deixou transparecer, até agora, nenhuma intenção de fazer alguma coisa também para conter os excessos da chamada Grande Imprensa, mas dentro dos partidos que dão sustentação ao governo, o PT e o PMDB, cresce o movimento para aprovar no Congresso uma regulamentação para as atividades da mídia. Esses fatos estão sendo interpretados por especialistas como resultado de uma campanha em curso na América Latina para estatizar a imprensa, retirando-a das mãos da iniciativa privada. Há também quem acredite numa tentativa para restaurar-se a censura. É claro que há exagero nessas interpretações, porque o mundo hoje não oferece clima para medidas discricionárias - e nem teriam a aprovação da população - mas é evidente que os governos buscam a criação de mecanismos para proteger-se de campanhas claramente oposicionistas, que evidenciam interesses políticos camuflados. Ao estudar a questão, o professor Marcelo Coutinho, da Universidade do Rio de Janeiro, afirmou que "como no Brasil, na Venezuela e no Equador a oposição está no poder, quem assumiu o papel de se opor aos governantes foi a própria imprensa". Ele confirma, assim, o que já disse a própria vice-presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ). Mas esse não é o papel da imprensa. Assim, cabe a pergunta: se a imprensa age como oposição não será lícito que os governos a tratem como tal?

Novo presidente

O Banco da Amazônia tem novo presidente desde ontem, segunda-feira. Formado em Ciências Sociais, Valmir Pedro Rossi, que substituiu Abdias Junior, tem 55 anos e é funcionário do Banco do Brasil. O Sindicato dos Bancários do Pará lhe endereçou carta com uma série de reivindicações mas, estranhamente, esqueceu dos aposentados e pensionistas. Na correspondência não falou, nem de raspão, no problema da Capaf e na situação dos que não aderiram aos planos recém-implantados à sua revelia, e muito menos na questão do não pagamento da primeira parcela do 13º salário aos velhinhos. Enquanto isso, o Sindicato dos Bancários do Maranhão já entrou com ação na Justiça pedindo o imediato pagamento dessa parcela. A propósito, respondendo à indagação de um leitor deste blog, caso a Justiça decida favoravelmente ao pagamento imediato a decisão só valerá para os signatários da ação.

Morreu Almir

Faleceu na manhã desta terça-feira em Belém, aos 80 anos de idade, o ex-governador Almir Gabriel. Ele governou o Pará por dois mandatos. Almir Gabriel era médico e tinha problemas pulmonares porque fumava muito. Seu corpo será sepultado no municipio de Castanhal. Ele era filiado ao PSDB e fez o atual governador Simão Jatene, que também está no seu segundo mandato.

Não de novo

Reunidos na manhã desta segunda-feira, no auditório do Sindicato dos Bancários do Estado do Maranhão, aposentados e pensionistas do Banco da Amazônia tomaram conhecimento das notas publicadas pelo ex-presidente Abdias Junior, no apagar das luzes da sua triste gestão, comunicando a implantação dos Planos Saldado de Benefício Definido e Misto de Benefícios Saldados, com vigência desde primeiro de janeiro deste ano. Na oportunidade, o assessor jurídico do sindicato, Dr. Antonio Nunes, explicou que esse fato não afeta quem não aderiu a esses planos, que tem seus direitos assegurados pela Justiça do Trabalho. Diante disso, os aposentados e pensionistas maranhenses mantiveram a decisão de NÃO migrar para esses planos, conscientes de que a adesão significa entrega desses direitos. Por outro lado, o sindicato do Maranhão também já entrou com uma ação na Justiça para assegurar o pagamento da primeira parcela do 13º salário aos aposentados e pensionistas que não migraram para os novos planos, já que, ao contrário dos outros, eles mais uma vez foram preteridos, num gesto odiento de retaliação justamente por não terem aderido. Espera-se que o novo presidente do Basa, Pedro Rossi, que assumiu o cargo nesta segunda-feira, não prossiga na infeliz perseguição iniciada pelo Abdias.

Para inglês ver

Não são apenas brasileiros desavisados que se deixam influenciar pelas notícias tendenciosas da chamada Grande Imprensa. Até o tradicional jornal inglês "The Economist" se deixou conduzir pelo noticiário passional. Em artigo publicado nesta sexta-feira o jornal inglês ataca, de modo muito agressivo, a política brasileira e a eleição do senador Renan Calheiros para a presidência do Senado. Não cita, porém - a exemplo dos seus congêneres brasileiros - nenhum caso de corrupção do novo presidente do Senado, limitando-se a dizer que ele enfrenta muitas acusações. É a mesma linguagem dos nativos. Na verdade, indiretamente acusa o povo brasileiro de não saber votar. E cita a campanha feita pela internet, onde são recolhidas assinaturas para o impeachment de Renan. Fico impressionado com a ingenuidade de pessoas, algumas aparentemente inteligentes, que se prestam a fazer o jogo do grupo interessado em derrubar Calheiros - o que não significa nenhuma preocupação com o dinheiro público - e que organizou essa campanha que, obviamente, não foi espontânea. Eu não integro nenhum partido político, não sou funcionário do Senado e nem conheço Renan Calheiros, mas gostaria que, ao invés de noticias no condicional, fossem declarados os casos efetivos de corrupção do senador alagoano, para que eu possa engrossar o coro dos que desejam a sua queda. Sem isso, não me deixo influenciar por interesses que não os do povo brasileiro. Agora, eu pergunto: qual o interesse do jornal britânico em imiscuir-se na política brasileira? Por que eles não se preocupam com o problema interno do seu país, onde, volta e meia, estoura um escândalo de corrupção? Ou será que eles são modelos de honestidade?

Desrespeito

Duas estagiárias do Senado, entre elas uma sobrinha do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, foram demitidas por desrespeito ao presidente da Casa, senador Renan Calheiros. Elas postaram na rede social a foto de um rato encontrado na gráfica do Senado com a seguinte legenda: "E a gente achou que o único problema aqui era o Renan Calheiros". Laura Meirelles, a estagiária colega de Ariadina Barbosa, sobrinha do ministro do STF, disse, ao ser procurada pela imprensa: "Decidimos fazer em forma de protesto, até porque o lugar está cheio de ratos de verdade". È claro que mereciam ser demitidas. E deveriam ser ouvidas pela polícia para revelarem os nomes dos ratos de verdade que conhecem e que estariam roubando o Senado, para que não sejam cúmplices. O ministro Barbosa se recusou a comentar o fato.

Susto

Um meteoro de cerca de 10 toneladas caiu nesta sexta-feira num lago congelado a oeste da Sibéria, na Russia, causando mais de mil feridos, dos quais 48 em estado grave. O meteoro atingiu uma área de 100 mil metros quadrados, danificando cerca de três mil prédios na cidade de Chelyabinsk, a cerca de 1.500 quilômetros de Moscou. A maioria dos feridos foi atingida por estilhaços de vidro. Segundo astrônomos, a explosão liberou energia correspondente a uma bomba atômica. Algumas pessoas conseguiram filmar a passagem do meteoro, uma bola de fogo que deixou um enorme rastro de fumaça. Parecia uma cena de filme de ficção. De acordo com os astrônomos, a queda desse meteoro não tem nenhuma relação com o asteróide que deveria passar nesta sexta-feira a cerca de 27 mil quilômetros da Terra. De qualquer modo, os russos da região atingida passaram por um grande susto.

Um fino

Um asteróide de 45 metros de comprimento e pesando 130 mil toneladas vai passar nesta sexta-feira a 27 mil e 700 quilômetros da Terra. Em termos cósmicos o asteróide, denominado de 2012 DA14, vai tirar um fino do nosso planeta. A passagem nessa distância, que corresponde a um décimo da distância da Terra a Lua, ocorrerá às 17,30 horas. Os astrônomos garantem que não há perigo de colisão e que a proximidade também não causará nenhum prejuízo à Terra, não afetando nem mesmo as comunicações. Ainda bem. Apesar das declarações tranquilizadoras dos astrônomos, inclusive da NASA, tem muita gente já falando em fim do mundo. Tenho a impressão de que esse pessoal deseja que o mundo acabe, pois todo ano eles anunciam o fim do nosso planeta. Um dia - quem sabe? - daqui a alguns bilhões de anos, vão acabar acertando...

Gurgel na mira

Surgiu um movimento no Senado com o objetivo de votar o impeachment do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, acusado da prática de ações ilegais. O movimento é liderado pelo senador Fernando Collor e tem o apoio do PT e do PMDB, o que significa que pode levar o Procurador a provar um pouco do próprio remédio. Gurgel, como se recorda, tem tido no Ministério Público um comportamento mais político do que jurídico, com prejuízos para os dois partidos, que decidiram por um freio nas ações dele. Os tucanos já chiaram. O senador Aloysio Ferreira, líder do PSDB na Câmara Alta, disse nesta quinta-feira que petistas e peemedebistas querem retaliar o procurador por conta do julgamento do mensalão e da denúncia contra o senador Renan Calheiros. A posição de todos, portanto, se justifica plenamente: do PT e PMDB, certamente porque Gurgel atuou visivelmente de maneira política, para atingir seus membros, e dos tucanos porque o procurador, também de modo visível, faz o seu jogo. Assim, como os seus defensores estão em desvantagem numérica, tudo leva a crer que o procurador vai ter problemas.

Renúncia

No próximo dia 28 o Papa Bento 16 deixa o cargo de comandante da Igreja Católica e se recolhe ao mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, que tem 12 quartos e foi, até recentemente, residência das freiras beneditinas. A renúncia do Papa, anunciada esta semana, repercutiu em todo o mundo e provocou comentários os mais variados. Embora ele tenha justificado o seu gesto com o peso da idade, que segundo ele o deixou fisicamente incapacitado para administrar a Igreja, surgiram alguns comentários segundo os quais sua decisão teria sido provocada por uma guerra intestina, entre conservadores e progressistas, na cúpula do Vaticano. Como a Igreja sempre foi cercada de segredos, dificilmente a verdade virá à tona, mas a atenção agora se volta para a escolha do novo papa. E ninguém sabe ainda como será chamado Joseph Ratzinger que, a partir do dia 28, pretende esconder-se do mundo, segundo disse. E que papel passará a exercer dentro da Igreja. Conselheiro? Consultor? De qualquer modo, a sua renúncia foi um gesto de extrema coragem e desprendimento, no momento em que muitos brigam pelo poder.

Esclarecendo

O competente e combativo bancário Madison Paz Souza envia-nos, a propósito de duas publicações do ex-presidente do Basa, Abdias Junior, sobre o problema da Capaf, o seguinte esclarecimento: “A IMPLANTAÇÃO DOS PLANOS SALDADOS DA CAPAF” Prezados, Diante das publicações do Banco a respeito da implantação dos planos saldados da CAPAF, eis as minhas avaliações a quem interessar possa. De antemão, considero que as duas publicações divulgadas pelo Abidias, na última sexta-feira NÃO ALTERAM EM NADA, o estado das coisas, sob o aspecto jurídico presente e mais relevante que nos diz respeito ou seja, a Ação Civil Pública da AABA contra o BASA e CAPAF, ainda da lavra do saudoso Dr. Maia, estruturara sob forte densidade técnico-jurídica, já vitoriosa em duas instâncias. Enquanto segue em apelo dos demandados às demais instâncias que compõem a estrutura judiciária brasileira, o processo em questão impulsionou as medidas agora adotadas pelo “demissionário” Abidias: a publicação de duas matérias com objetivos diferenciados que são: 1. Na primeira, intitulada FATO RELEVANTE, Abidias resolveu, já tardiamente, comunicar ao Mercado, que comprometeu o patrimônio do banco no pagamento de custas da chamada solução CAPAF. O retardamento com que agiu é, talvez descuidadamente confessado quando só agora em 08 de fevereiro comunica decisões da PREVIC, datadas de AGOSTE DE 2010 e OUTUBRO DE 2012. Até aí, tudo bem porquanto, ao mercado, o que importa informar é quanto ao comprometimento do patrimônio da estatal Banco da Amazônia no processo de solução da CAPAF. Crítico é informar ao mercado dados imprecisos e incompletos. Não informa o total dos recursos comprometidos, mas somente o complemento desses valores. Prestemos atenção na íntegra dessa comunicação: “O impacto no Patrimônio Líquido do Banco da Amazônia com a implantação dos planos saldados será de “aproximadamente” R$435,8 milhões, deduzidas as PROVISÕES JÁ REGISTRADAS, em considerar qualquer efeito tributário”. Isso merece ser denunciado a quem de direito , talvez ao Ministério Publico Federal e possivelmente ao próprio mercado, através de publicação conjunta da AEBA, AABA, Sindicato do Maranhão e outras entidades comprometidas com a defesa dos interesses dos participantes da CAPAF. Para desviar a atenção dos investidores menos avisados, informa ainda que abriu prazo para adesões ao Prev Amazônia, um novo plano que teve a sua implantação autorizada pela PREVIC desde 06/08/2010, há exatos dois anos e meio, tempo durante o qual utilizou o retardamento na implantação como “combustível” na política de incentivar o apartheid entre ativos e aposentados do Banco, iniciado na era Valladares e continuado nas eras Mâncio e Abdias. 2. Na segunda publicação intitulada PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO DA CAPAF (me parece que foi uma divulgação interna corpore) apenas confirma o meu ponto de vista, já arguido em muitas outras postagens que assinei nas mídias sociais (O Mocorongo e Opinião-AEBA) ou seja: que por interesses gêmeos, BASA/CAPAF e PREVIC implantariam os planos saldados a qualquer custo e com qualquer número de aderentes por plano, indiferentes à longevidade que eles possam ter e, principalmente ao custo que demandará dos participantes. Assim é que, mesmo considerando o crescimento espúrio dos 52% citados no Relatório da Administração do BASA/2012 (O PRAZO DE ADESÃO, COFESSA o BANCO, SE ENCERROU EM 09/10/12), por conta do assédio impiedosamente imposto aos aposentados e pensionistas pelo setor de Atendimento da CAPAF (à frente o Sr. Edgar) sob o surdo consentimento do Interventor, verdade é que NINGUÉM SABE qual o percentual de adesões em cada um dos dois planos saldados. É factível supor que desses 52% de adesões, o total vinculado ao “Plano Misto de Benefícios Saldados” (destinado aos egressos do AMAZONVIDA) seja, na pior das hipóteses duas vezes o número de adesões ao “Plano Saldado de Benefício Definido” (o BD), tendo em vista o nível de rejeição de um e outro dos grupos aos citados planos saldados. Grosso modo, deveremos ter um “Plano Misto de Benefícios Saldados”, similar do Amazonvida com um total, mais generoso que seja, situado em torno de uma fração desconhecida daquelas adesões obtidas pelo Amazonvida a quando da sua implantação em 2001, algo que não chegou a 30% do do total de participantes da CAPAF. O número exato das adesões aos novos planos sandados é “segredo de estado” do BASA/CAPF & PREVIC, mantido a “sete chaves” para esconder dos aderentes a inevitável explosão do custo do plano, depois de fechado o 1º exercício civil, quando será definido o Plano de Custeio para o exercício seguinte e os percentuais de contribuição dos participantes, na forma do que dispõe a LC109/2001. Lembremo-nos ainda que ao assinarem o Termo de Adesão aos Planos Saldados, os aderentes deram ao Banco, uma “carta de alforria” em relação ao que lhe obriga a LC-109 (contribuir paritariamente na cobertura dos déficits técnicos dos planos da CAPAF). Em meio a cláusulas ardilosamente truncadas há expressamente aquela em que o ADERENTE SE RESPONSABILIZA PELOS DÉFICITS FUTUROS DA CAPAF, sem qualquer referência à solidariedade do BASA. Uma cláusula ululante diante das obrigações estatuídas pela LC-109/2001 aos participantes e patrocinadores diante dos déficits apurados nos Planos de Previdência Privada. A esse respeito, não esqueçamos que a lei transige diante dos acordos pacificamente firmados entre as partes envolvidas. Com base nesse princípio, o BASA está automaticamente isento da responsabilidade de contribuir paritariamente para a cobertura de déficits futuros nos planos da CAPAF. Quem viver verá. De tudo, senhores, o mais importante é observar que, objetivamente, a implantação dos Planos Saldados nada tem a ver com o processo da AABA. São processos afins, contudo jamais conexos ou interdependentes. Cada um seguirá seus trâmites como seguiriam se demandados em épocas distintas e não coincidentes. A correlação que BASA/CAPAF & PREVIC (esta por trás dos panos) buscam estabelecer entre os dois processos tem o tolo condão de servir como instrumento de pavor aos menos avisados, sustentado nas insinuações dos seus vassalos (Bancário Sensato e similares) nas quais, sub-repticiamente, prega que a justiça brasileira seria jogo de cartas marcadas e que a Sentença que condenou o Banco ao pagamento dos benefícios dos participantes do BD (por serem eles compromissados no âmago da relação de trabalha firmado pelo BASA e seus empregados) não prosperará no TST e STF. Sem prejuízo das minhas avaliações, não podemos perder o foco de que qualquer das decisões que os participantes do BD ou do Amazonvida da CAPAF tomem em relação aos planos saldados envolve riscos. Aos que aderirem aos planos saldados, a incerteza quanto aos custos que em futuro breve terão que pagar por um plano com baixíssimos números de adesões (veja-se que o “Plano Misto de Benefícios Saldados”, que certamente catalisou a maior fatia das adesões totais, agrega somente parte dos menos de 30% das adesões obtidas a quando da criação do Amazonvida, em 2001 - repito). Aos que, sendo do BD, não migrarem, a dependência dos julgamentos da ação da AEBA nas duas derradeiras instâncias às quais recorrerão BASA/CAPAF). De resto senhores, entendo que as publicações promovidas pelo Abidias visam: A primeira, cumprir extemporaneamente a obrigação de comunicar ao mercado e aos acionistas do BASA um fato efetivamente relevante: a dilapidação do Patrimônio do Banco para cobrir responsabilidades de gestão não honradas e que o levaram a deixar de cumprir as suas obrigações inerentes a sua condição de patrocinador da CAPAF; A 2ª, deixar como legado pós “renuncia”, o derradeiro lance de pavor aos participantes do BD e AMAZONVIDA menos avisados. Como entendo, repito: a implantação dos planos saldados nada tem a ver com o processo da AABA. Em qualquer tribunal, nenhum Juiz decidirá os recursos do BASA levando em conta senão o mérito da questão (sobejamente esgotados desde a 1ª Instância). Jamais o farão levando em conta que “o BASA e o Governo Federal ofereceram alternativas de salvação aos participantes do BD”, como espera o vassalo mor do BASA/CAPAF & PREVIC, aquele conhecido “Bancário Sensato”, o mesmo que ao flutuar do humor, também se assina como Esse Cara Sou Eu, João Almeida e outros codinomes mais). Desculpem a prolixidade (tão abominada pelos puristas da linguagem escrita, pelos candidatos aos silogeus das letras ou simplesmente pelos preguiçosos), mas acho que em determinadas situações não há porque se poupar nem mesmo redundâncias úteis ao entendimento dos menos avisados. Aos que desistirem de ler o texto até o final, as minhas desculpas."

Adeus, Abdias,

No próximo dia 18 o novo presidente do Banco da Amazonia, Valmir Pedro Rossi, assume o cargo em cerimonia em Belém. Junto com ele também assumirão os novos diretores José Roberto de Lima e Nilvo Reinaldo Fries, que substituirão Gilvandro Negrão Silva e Eduardo José Cunha nas diretorias Comercial e de Distribuição e de Análise e Reestruturação. Rossi, que era gerente regional do Banco do Brasil para a América Latina, substitui Abdias José de Sousa Junior, que ocupava o cargo desde 2007. Os decretos com a exoneração dos antigos dirigentes e com a nomeação da nova cúpula do Basa foram publicados no Diário Oficial da União da última sexta-feira, dia 8. A noticia da exoneração de Abdias foi recebida com festas pelo funcionalismo do Banco, em especial pelos aposentados e pensionistas, que durante a sua gestão foram vítimas de um cruel processo de perseguição. Como a exoneração dele aconteceu na sexta-feira de carnaval, o pessoal do Basa aproveitou para fazer um festejo só. Houve até foguetório. "Já vai tarde", era a frase mais ouvida entre os aposentados e pensionistas. Agora é torcer para que o novo presidente seja, pelo menos, humano, de modo a oferecer novo tratamento aos velhos servidores do Banco. E só nos resta dizer: Adeus, Abdias, de triste memória!

Surpresa

O novo presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves, surpreendeu todo mundo nesta quarta-feira, sobretudo os seus colegas da Mesa diretora, ao visitar o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, e declarar que vai cumprir a decisão do STF e cassar o mandato dos seus colegas. "Não há hipótese de não cumprir a decisão do Supremo", disse, acrescentando que fará um "processo rápido" para cassar os mandatos. Alves contrariou tudo o que dissera antes da sua eleição, quando afirmou que a cassação de mandatos era uma prerrogativa constitucional da própria Câmara. A nova posição do novo presidente da Câmara, que aparece nas fotos levantando o polegar junto com o ministro Barbosa, caiu como uma bomba no Parlamento, especialmente entre os novos integrantes da Mesa, que já haviam firmado posição contra a cassação. Um parlamentar comentou:"Acho que ele foi pedir a bênção do presidente do STF,pois foi a primeira autoridade que ele visitou tão logo assumiu a presidência da Câmara". Assim, ao contrário do que anteriormente se pensava, não haverá nenhuma queda-de-braço entre o Legislativo e o Judiciário, por causa do mensalão. E tudo ficará na santa paz com a Câmara se agachando.

De novo?

A seleção brasileira de futebol fez nesta quarta-feira o seu primeiro jogo sob o comando de Felipão. E perdeu para a Inglaterra de 2 x 1. Justifica-se, em parte: a equipe não teve ainda tempo para entrosar-se, ao contrário da seleção inglesa, cujos jogadores já atuam juntos há muito tempo. Mas é imperdoável a perda do pênalty que, se convertido, deixaria o jogo pelo menos empatado. Felipão precisa se conscientizar de que o tempo de Ronaldinho Gaucho já passou e, portanto, não vale a pena convocá-lo novamente para não repetir o vexame. Neymar é que bateria o pênalty, mas Ronaldinho, sempre fominha, antecipou-se e o resultado todo mundo viu pela TV. Ainda acredito em Felipão, mas se ele insistir na convocação de Ronaldinho e deixar de fora outros jogadores em melhores condições vamos assistir a um replay das burradas do Mano Menezes. E a seleção canarinha vai cair mais alguns pontinhos no ranking da Fifa. Lamentável.

Ainda o mensalão

O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, informou que mandou para o Ministério Público de Minas Gerais o depoimento do empresário Marcos Valério em que faz acusações ao ex-presidente Lula. Gurgel disse que mandou o depoimento para o MP mineiro porque Lula, não sendo mais presidente da República, não tem direito a foro privilegiado. Muito interessante: a grande maioria dos réus do chamado mensalão não tinham direito a foro privilegiado e, no entanto, foram julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Pelo visto a decisão, quanto a esse direito, depende dos humores do procurador. Ou dos seus interesses políticos.

Ainda a cassação

Ao discursar nesta segunda-feira, por ocasião da sua despedida da presidência da Câmara Federal, o deputado Marco Maia voltou a defender a prerrogativa daquela Casa em decidir sobre a cassação ou não do mandato dos deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do chamado mensalão. Entre outras coisas, ele manifestou a sua preocupação com interferências do Judiciário e "interpretações circunstanciais" do STF. Por sua vez, o novo vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas, do PT do Paraná, eleito junto com o deputado Henrique Alves para comandar aquela Casa, manifestou seu apoio à posição de Maia, afirmando que a última palavra sobre cassação de mandatos de deputados é da própria Câmara. Pelo visto essa questão ainda vai render muita discussão e notícia até o seu desfecho, que parece imprevisivel, numa aparentemente inevitável queda-de-braço entre o Congresso e o Supremo.

O que qjuerem?

Cerca de 20 pessoas, provavelmente as mesmas que tentaram lavar a rampa do Congresso em sinal de protesto contra a eleição do senador Renan Calheiros para a presidência do Senado, estiveram novamente nesta segunda-feira em frente do Parlamento Nacional para xingar o senador alagoano. E conduziam algumas faixas e cartazes, entre eles um que dizia:"Fora Renan ou Abaixo o Senado". Sinceramente, eu não sei o que esse pessoal tem na cabeça, se um cérebro do tamanho de um caroço de feijão ou cocô. Será que eles não percebem que estão servindo de instrumentos ao grupo que não consegue digerir o governo petista e utiliza qualquer pretexto para tentar atingi-lo? Afinal, por que apenas 20 pessoas nessas manifestações? Simplesmente porque a grande maioria não se deixa mais influenciar por essas manobras que, longe de revelar preocupação com a ética e a moralidade, evidenciam nítidos interesses políticos de um grupo menos comprometido com a democracía. Prova disso é que as acusações contra o senador alagoano surgiram justo na véspera das eleições para a Mesa do Senado, mesmo processo utilizado para tentar impedir a eleição do deputado Henrique Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, para a presidência da Câmara Federal, nesta segunda-feira. Um dossiê apócrifo contra Alves, com o título de "Candidato condenado no Rio Grande do Norte responde a vários processos", foi distribuído em todos os gabinetes da Câmara, o que não impediu a sua eleição para presidir aquela Casa por 271 votos. Agora são dois nordestinos comandando as duas casas do Congresso, o que incomoda um certo grupo elitista. Aparentemente querem desqualificar os políticos e a política com objetivos inconfessáveis, e muita gente ainda não se deu conta disso. A presidente Dilma Roussef, em mensagem ao Congresso, alerta para o fato de que a atividade política está sendo "vilipendiada". Há uma pista no cartaz conduzido por um dos participantes da manifestação desta segunda-feira diante do Congresso:"Abaixo o Senado". O que querem? Uma nova ditadura com o fechamento do Congresso?

Violencia

A até pouco tempo pacata São Luis do Maranhão começou a imitar o Rio de Janeiro e São Paulo no que essas duas cidades tem de pior: a violência. Segundo estatística divulgada nesta sexta-feira pela Secretaria de Segurança Pública, somente no mês de janeiro foram registrados 74 assassinatos na Grande São Luis, ou seja, mais de dois assassinatos por dia. Apenas nos últimos dois dias foram mortas seis pessoas. Afinal,o que está havendo? Será que os bandidos escorraçados daquelas duas cidades resolveram mudar-se para o Nordeste? É bem provável, pois cresceu o número de assaltos a bancos principalmente no interior do Estado. Enquanto Rio e São Paulo desenvolvem ações mais duras para combater o crime, conseguindo algum sucesso, no Norte e Nordeste a coisa está ficando feia. Alguém, no caso as autoridades governamentais, precisa fazer alguma coisa para melhorar a segurança do maranhense. E com urgência.

Deu Renan

A vitória do senador alagoano Renan Calheiros nas eleições para a presidência do Senado não foi surpresa para ninguém. Ela já estava desenhada, apesar da operação às vésperas do pleito para tirá-lo do páreo. Ele venceu por 56 votos contra 18 dados ao senador Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, que teve o apoio do PSDB. O senador amapaense Randolfe Rodrigues, do PSOL, desistiu de concorrer um dia antes, preferindo apoiar o seu colega pedetista. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, que vive de dedo duro acusando todo mundo e faz o jogo da oposição, ficou segurando no pincel. E se o Supremo arquivar a denúncia que ele fez às vésperas das eleições?

Justiça forte

Ao discursar nesta sexta-feira, por ocasião da cerimonia de reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal, o seu presidente, ministro Joaquim Barbosa, disse que "o STF é fundamental para a efetivação dos princípios democráticos e para assegurar a todos igualdade de tratamento". E destacou a "necessidade de se consolidar um judiciário neutro, pois não há democracía sem uma Justiça forte e sem juizes independentes". As palavras são muito bonitas, mas na prática a história é outra. Basta uma ligeira espiada no julgamento do mensalão, processo do qual ele foi o relator: não houve nem igualdade de tratamento e muito menos neutralidade.