sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Coitado...

Leitor deste blog, identificando-se como Fuleco da Silva, posta comentário sobre a nota em que pergunto por que tanto ódio ao PT. E exalta o ministro Joaquim Barbosa, dizendo-o independente e com saber jurídico reconhecido. Quando li o comentário imaginei que se tratava do mascote da Copa de 2014 mas, na verdade, trata-se de leitor que se esconde no anonimato para dizer o que não tem coragem de assumir com o próprio nome. Nunca questionei a competência do ministro Barbosa que, certamente, é a mesma dos seus colegas do STF. E creio que nenhum ministro tem o rabo preso com o PT ou qualquer outro partido, como disse o "Fuleco". O que acho é que o julgamento perdeu a isenção ao sofrer a influência da chamada Grande Imprensa que, ao invés de se limitar a noticiar os fatos, fez uma verdadeira campanha para a condenação dos réus, especialmente os ligados do PT. Sobre o fato de o ministro Joaquim Barbosa ser aplaudido onde chega e os ministros Lewandowski e Toffoli serem vaiados, como diz o "Fuleco", isso revela apenas que infelizmente tem muita gente que não usa a cabeça, não raciocina, preferindo pensar com a cabeça dos que controlam a mídia, que condenou os réus por antecipação. E estigmatizou os ministros que agiram com isenção.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Por que o ódio?

O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel,pediu a prisão imediata dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão, mas a questão só será definida pela Corte na próxima semana. Alguns ministros, no entanto, defendem uma definição para a questão da prisão só no próximo ano, após o ajuste das penas, a análise dos recursos e o transitado em julgado. O novo ministro Teori Zvascki, que tomou posse nesta quinta-feira na vaga aberta com a aposentadoria do ministro Cezar Peluso, já deverá participar do julgamento dos recursos, apesar das pressões externas para mantê-lo distante do julgamento da ação 470 e que, inclusive, impediram que ele assumisse a cadeira em pleno processo. Uma nova polêmica vai ser aberta com a disposição do STF de cassar o mandato dos três deputados condenados: João Paulo Cunha, Valdemar da Costa Neto e Pedro Henry. O presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia, afirmou que, de acordo com a Constituição, "só a Câmara pode determinar a perda do mandato de um deputado". Agora, uma perguntinha inocente: por que o procurador Roberto Gurgel e o ministro Joaquim Barbosa tem tanto ódio do PT? Será que é porque foi o PT, através do presidente Lula, que os nomeou, respectivamente, para a PGR e para o STF?

Pisou na bola

O novo treinador da seleção brasileira de futebol, Felipe Scolari, já pisou na bola em sua primeira entrevista como substituto de Mano Menezes. Ao tentar justificar como naturais as pressões sobre os jogadores, ele disse uma frase infeliz:"Não quer pressão, então vai trabalhar no Banco do Brasil". Com uma só frase ele ofendeu o principal banco oficial do país e os bancários, o que provocou indignação e reação imediata do estabelecimento oficial de crédito e do sindicato dos bancários. Começou mal. Ele vai precisar segurar a língua, para não falar mais besteiras, e mostrar serviço para não arranjar mais antipatias.

Guantânamo

A base militar norte-americana de Guantânamo, em Cuba, onde estão presos 166 acusados de terrorismo, deverá mesmo ser desativada, com a transferência dos prisioneiros para prisões nos Estados Unidos. O anúncio foi feito pela senadora democrata Dianne Feinstein. O presidente Barack Obama já havia prometido o fechamento daquela base, onde surgiram muitas denúncias sobre torturas de presos, mas a sua intenção foi barrada pelos republicanos. Agora, porém, parece que a base finalmente será desativada, o que provavelmente contribuir para melhorar as relações entre os Estados Unidos e Havana.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caiu a máscara

A condenação do ex-deputado Roberto Jefferson a sete anos de prisão semiaberta, pelo Supremo Tribunal Federal, é a mais clara evidência de que o julgamento do chamado mensalão teve caráter político, direcionado para atingir o PT e, de tabela, o ex-presidente Lula. Réu confesso, Jefferson foi considerado colaborador pelo ministro Joaquim Barbosa por ter denunciado o suposto esquema e, por isso, foi beneficiado. Ele próprio, porém, rejeita a pecha de delator. E afirmou que recebeu R$ 4 milhões não para votar no governo mas como resultado de um acordo de campanha com o PT. O advogado dele, depois de negar a suposta compra de votos, informou que vai pedir a sua absolvição, porque "deputado não pode ser processado por votar. A constituição - acrescentou - diz que os votos são invioláveis por questões civis e criminais". Enquanto o relator Joaquim Barbosa dizia que se deve a Jefferson o processo do mensalão, o revisor Ricardo Lewandowski afirmava que não houve nenhuma colaboração, já que o próprio Jefferson nega a delação.E considerou a sua condenação como "uma espécie de indulto eminentemente político".

Desperdício

O governador Sergio Cabral, que tanto reclama a falta de dinheiro, bem que poderia usar na educação e saúde o dinheiro (R$ 873 mil) gasto na manifestação promovida terça-feira no Rio contra o projeto de lei que redistribuiu os royalties do petróleo.

Nas alturas

A mídia política inflou tanto o ego do ministro Joaquim Barbosa, incensando-o ao ponto de considerá-lo herói, que ele agora paira no ar, acima de tudo e de todos, imaginando-se com poderes excepcionais. Ainda esta semana, na primeira reunião do Conselho Nacional de Justiça sob a sua presidência, aventou a possibilidade de extinção da Justiça Militar dos Estados. Já tem muita gente preocupada, temerosa de que ele possa aventar, também, a possibilidade de extinção das Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Egoismo

Financiada pelo governo de Sergio Cabral e por prefeituras da Baixada Fluminense foi realizada nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, uma manifestação denominada de "Veta, Dilma", com o objetivo de pressionar a Presidenta a vetar o projeto de lei 2565, que redistribuiu os royalties do petróleo, já aprovado pela Câmara e Senado. Só o governo do Rio gastou R$783 mil na manifestação. Segundo a Policia Militar, a manifestação reuniu cerca de 200 mil pessoas, mas muitas delas não sabiam o objetivo do ato. Luan Feliciano, de 18 anos, que empunhava uma bandeira, disse que não sabia ao certo do que se tratava, enquanto a dona de casa Patricia, de Macaé, disse que só sabia que era alguma coisa que afetava a saúde e a educação do seu município. "Pergunta ali ao prefeito", ela pediu ao repórter do "Jornal do Brasil". Ela, Luan e muitos outros foram transportados em ônibus fretados pelas prefeituras. A Presidenta Dilma Roussef, que tem até a próxima sexta-feira para vetar ou não o projeto, disse que os royalties devem ser usados de forma responsável para tornar o Brasil melhor, mais desenvolvido e com mais oportunidades para os brasileiros, um sinal de que não pretende vetá-lo. O projeto redistribuiu os royalties do petróleo, de modo a beneficiar também municípios não produtores em todo o Brasil, o que é muito justo. O governador Sergio Cabral disse que o projeto vai inviabilizar o Rio, que deixará de receber alguns bilhões de royalties. E antes do petróleo, o Rio não vivia? Querer impedir a redistribuição dos royalties é puro egoismo. Afinal, o Brasil não é apenas o Rio, Espírito Santo, etc.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Viagem

Meus amigos, estou viajando há uma semana, mas sempre que possível, graças ao milagre da Internet, tentarei atualizar o blog. Quando voltar pretendo contar o que vi e ouvi nas minhas andanças. Conto com a paciência e compreensão de todos vocês.

Qual justiça?

A record divulgou neste domingo, no programa "Domingo Espetacular", uma grande reportagem sobre as falhas da Justiça, que deixou em liberdade alguns criminosos. Aliás, ouve-se com muita frequência que "a policia prende e a Justiça solta". Parentes das vítimas gritavam a sua decepção e um deles chegou a dizer que só acreditava na Justiça de Deus. Diante da excelente reportagem, que causou indignação entre os telespectadores, cabe uma pergunta: qual Justiça devemos acreditar? A que deixa assassinos em liberdade, apesar das provas até em vídeos, ou a que condena sem provas, estribada apenas em ilações, quem não matou ninguém?

Fuleiro

A Fifa decidiu batizar de "Fuleco" o tatu-bola mascote da Copa do Mundo no Brasil em 2014. A decisão foi tomada com base em 1 milhão e 700 mil votos dados ao nome "Fuleco" numa votação promovida pela Fifa entre os brasileiros. Num país de 200 milhões de habitantes apenas 1 milhão e 700 mil decidem o nome do mascote da Copa. Enquanto isso, depois da demissão de Mano Menezes a nossa seleção continua sem técnico. A demissão de Mano, aliás, não surpreendeu a ninguém, porque a sua atuação à frente da equipe canarinha foi muito fraca. Dizem que o novo treinador poderá ser o Felipão, mas eu ainda preferiria o Dunga, que foi injustiçado pela Globo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Melhorou

Parece que Mano Menezes começou a acertar a montagem da nossa seleção de futebol. Apesar do empate de 1 x 1 com a Colombia, certamente uma das melhores equipes da atualidade, a seleção brasileira esteve muito bem e só não venceu o jogo, mesmo com a forte marcação dos colombianos, por falta de sorte: houve até bola na trave e um pênalte perdido, supreendentemente, por Neymar. Mesmo empatando, essa seleção se mostrou infinitamente melhor do que aquela que venceu de goleada algumas seleções fraquinhas, como a China, por exemplo. Parece que Mano encontrou, finalmente, o caminho, só faltando mesmo convocar o Fred. E olhem que sou vascaíno.

Heróis

A coluna "Painel do Leitor", da "Folha", publicou nesta quinta-feira carta do leitor José Padilha, de São Paulo, dizendo o seguinte:" José Dirceu e José Genoíno são homens de grande valor, como poucos entre nós. Não se intimidaram diante da tirania e da opressão e lutaram por todos nós. Portanto, não é justo que, no país da impunidade, nossos poucos heróis sejam tratados dessa maneira". A propósito, cabe uma perguntinha: Enquanto Dirceu e Genoíno colocavam a vida em risco, lutando contra a ditadura militar, onde estavam os que agora os condenam?

Isso era óbvio

A "Folha/UOL" publicou esta semana, discretamente, a seguinte noticia, praticamente ignorada pela chamada Grande Imprensa e, como consequência, pelo grande público. O alemão Clauss Roxin, autor da "Teoria do Dominio do Fato", criticou no Rio o Supremo Tribunal Federal pelo mau uso da sua teoria. A seguir a íntegra da notícia: "Participação no comando do mensalão tem de ser provada, alertou Claus Roxin há duas semanas em seminário no Rio de Janeiro Jurista alemão repreende STF pelo mau uso de sua “Teoria do Domínio de Fato” CRISTINA GRILLO DENISE MENCHEN DO RIO, na Folha/UOL Insatisfeito com a jurisprudência alemã –que até meados dos anos 1960 via como participante, e não como autor de um crime, aquele que ocupando posição de comando dava a ordem para a execução de um delito–, o jurista alemão Claus Roxin, 81, decidiu estudar o tema. Aprimorou a teoria do domínio do fato, segundo a qual autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização e faz o planejamento estratégico para que ele aconteça. Nas últimas semanas, sua teoria foi citada por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão. Foi um dos fundamentos usados por Joaquim Barbosa na condenação do ex-ministro José Dirceu. Roxin diz que essa decisão precisa ser provada, não basta que haja indícios de que ela possa ter ocorrido. “Quem ocupa posição de comando tem que ter, de fato, emitido a ordem. E isso deve ser provado”, diz Roxin. Ele esteve no Rio há duas semanas participando de seminário sobre direito penal. Folha – O que o levou ao estudo da teoria do domínio do fato? Claus Roxin - O que me perturbava eram os crimes do nacional socialismo. Achava que quem ocupa posição dentro de um chamado aparato organizado de poder e dá o comando para que se execute um delito, tem de responder como autor e não só como partícipe, como queria a doutrina da época. Na época, a jurisprudência alemã ignorou minha teoria. Mas conseguimos alguns êxitos. Na Argentina, o processo contra a junta militar de Videla [Jorge Rafael Videla, presidente da Junta Militar que governou o país de 1976 a 1981] aplicou a teoria, considerando culpados os comandantes da junta pelo desaparecimento de pessoas. Está no estatuto do Tribunal Penal Internacional e no equivalente ao STJ alemão, que a adotou para julgar crimes na Alemanha Oriental. A Corte Suprema do Peru também usou a teoria para julgar Fujimori [presidente entre 1990 e 2000]. - É possível usar a teoria para fundamentar a condenação de um acusado supondo sua participação apenas pelo fato de sua posição hierárquica? Não, em absoluto. A pessoa que ocupa a posição no topo de uma organização tem também que ter comandado esse fato, emitido uma ordem. Isso seria um mau uso. O dever de conhecer os atos de um subordinado não implica em co-responsabilidade? A posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato. O mero ter que saber não basta. Essa construção ["dever de saber"] é do direito anglo-saxão e não a considero correta. No caso do Fujimori, por exemplo, foi importante ter provas de que ele controlou os sequestros e homicídios realizados. - A opinião pública pede punições severas no mensalão. A pressão da opinião pública pode influenciar o juiz? Na Alemanha temos o mesmo problema. É interessante saber que aqui também há o clamor por condenações severas, mesmo sem provas suficientes. O problema é que isso não corresponde ao direito. O juiz não tem que ficar ao lado da opinião pública. PS do Vio mundo: Conversei há pouco com um importante jurista que me lembrou que o ministro Ricardo Lewandowski já tinha alertado o Plenário do STF, durante a condenação de José Dirceu, de que o pensamento de Claus Roxin estava sendo distorcido. “Agora, o próprio Roxin desautorizou o Supremo”, frisou. Conceição Lemes" Pergunto: E agora? O que dirá o ministro Barbosa, que usou e abusou dessa teoria?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Conciliação?

Aproveitando a Semana Nacional de Conciliação o Banco da Amazônia e a Capaf (Caixa de Aposentadoria Complementar do Basa)apresentaram proposta de acordo a todos os aposentados e pensionistas do Banco que possuem ações na Justiça. A audiência de conciliação, no TRT do Maranhão, foi realizada nesta terça-feira e todos os reclamantes rejeitaram a proposta, assessorados pelo Sindicato dos Bancários do Maranhão. Motivo: descobriu-se que tudo não passava de uma armadilha para que os velhinhos migrassem para o novo plano saldado da Capaf. Ou seja, a dupla Basa/Capaf na verdade não queria acordo mas, simplesmente, ampliar a adesão ao novo plano. Não deu certo. Agora, uma perguntinha inocente: se é o Basa que, por decisão judicial, está pagando os salários de aposentados e pensionistas, por que a Capaf continua descontando a contribuição?

Sem Deus

A pedido da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão o Ministério Público Federal entrou com uma ação pedindo que as novas cédulas do Real sejam impressas sem a expressão "Deus seja louvado". O procurador Jefferson Aparecido Dias argumentou que "a manutenção da expressão configura uma predileção pelas religiões adoradoras de Deus como divindade suprema". Em primeiro lugar, todas as religiões adoram Deus como divindade suprema, apenas mudando a denominação conforme a língua e a cultura de cada um. Para os ingleses e americanos é God; para os franceses Dieu; para os árabes Allah; para os hebreus Jeová, etc, etc. Em segundo lugar, será que não tem coisa mais importante para ocupar o tempo desse procurador e do MInistério Público?

Pena de morte

A julgar pelas manchetes, noticiário e comentários festivos, se dependesse da chamada Grande Imprensa os réus do chamado mensalão não seriam condenados à prisão, mas à morte. O colunista Josias de Souza chegou, inclusive, a achar as penas pequenas. E o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, quer a prisão imediata dos condenados. O comportamento feroz desse pessoal, no entanto, com relação aos réus do mensalão, não parece arroubo de honestidade nem fruto do desejo de punir corruptos mas, simplesmente, resultado de um inexplicável ódio contra o PT e os petistas, incluindo Lula, que tornou o Brasil respeitado em todo o mundo. Se pudessem provavelmente fuzilariam todos, à guisa de combate à corrupção. Gostaria de ver como se comportariam se a compra de votos para a reeleição de FHC fosse a julgamento do Supremo. E como se comportarão quando for julgado o mensalão mineiro. Em tempo: o ministro Joaquim Barbosa, que já impõe sua vontade no STF antes mesmo de assumir oficialmente o seu comando, toma posse na presidência do Supremo na próxima segunda-feira, dia 19, quando o atual presidente Ayres Brito se aposenta. Ele convidou pessoalmente a presidenta Dilma Roussef e os presidentes da Câmara e Senado para a cerimonia e disse, em entrevista, que seu estilo "terá muita clareza, simplicidade e transparência". Então, tá.

domingo, 11 de novembro de 2012

Nem tão herói

Em cartas à "Folha de São Paulo", publicadas na coluna "Painel do Leitor", leitores fazem críticas à atuação do ministro Joaquim Barbosa no julgamento do chamado mensalão, no Supremo Tribunal Federal. Um deles disse: "Lamentável a atuação do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal por suas manifestações iradas contra os que ousam votar diferentemente do relator do mensalão. Preocupante o fato de que ele assumirá a presidência da Suprema Corte. Será a ditadura do Barbosa? A propósito, qual a posição daqueles que tanto criticaram o ex-presidente Lula por ter sido atendido no Hospital Sirio-Libanês diante do tratamento do ministro Barbosa na Alemanha?" Outro leitor diz: "Dosimetria é o tema da moda. Deveria ser usado também para o cálculo da fala do ministro Joaquim Barbosa. Parece-me que o pedestal subiu-lhe às canelas. E de um ministro combativo, que se tornou voz popular, corre o risco de ser engolido por sua própria fala numa Corte onde metáforas e adjetivos rebuscados são usados à exaustão. Só posso dizer: o peixe morre pela boca". De fato, diante da sua atuação prepotente no julgamento do mensalão a presença do ministro Joaquim Barbosa na presidência do STF é, realmente, preocupante. Se ele não admite ser contrariado como ministro, o que fará como presidente? Essa é uma pergunta que muitos se fazem hoje.

Frase mágica

Viajava de ônibus pela rodovia BR-316 quando um caminhão em velocidade nos ultrapassou. Na trazeira dele estava escrita uma frase que, como por encanto, apagou o conceito de irresponsável que os passageiros fizeram do motorista: "Não é pressa. É saudade!"

Ainda a violência

A violência continua fazendo muitas vítimas em São Paulo. Neste final de semana foram mais de 10 mortos. Soube-se agora, segundo a "Folha de São Paulo", que a Policia Federal havia avisado o governo paulista, em junho, de que a organização criminosa PCC aumentaria os ataques a policiais, informação baseada na intercepção de telefonemas dos líderes do crime. Parece, no entanto, que o governo de Alkmin não deu muita importância ao aviso porque só este ano 92 policiais já foram mortos em São Paulo. A Promotoria quer agora a transferência de toda a cúpula do PCC para presídios federais em outros Estados, porque acredita que o governo paulista não consegue isolar os chefes do crime. Pegou mal para o governador...

Malandragem

Os malandros estão em toda parte. No Texas, Estados Unidos, Jalonta Freeman comprou um tablet por 200 dólares num posto de gasolina e descobriu, minutos depois, que o iPad não passava de um espelho. Ela colocava combustível no seu carro quando parou outro veículo do lado e um sujeito lhe ofereceu o tablet. Ela achou uma pechincha e comprou, mas quando abriu o pacote só havia um espelho. O pacote, segundo ela, tinha até a etiqueta da Apple, fabricante do tablet. O malandro, evidentemente, sumiu. É bom lembrar: cuidado com as pechinchas...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cadialina

O médico baiano José Soares Menezes receitou o uso de "cadialina" a uma mulher de 100 quilos, Adriana Santos, de 33 anos, que queria emagrecer. Quando ela perguntou onde encontrar o "remédio" o médico sugeriu que procurasse um ferreiro. Ele receitou seis cadeados: um na boca; um na geladeira; um no armário; um no freezer; um no congelador e outro no cofre. Por causa desse estranho remédio o criativo e debochado médico foi afastado da Fundação onde trabalha e vai responder a uma investigação pelo Conselho Regional de Medicina. Afinal, brincadeira tem hora...

Populismo

O ex-ministro José Dirceu entregou nesta terça-feira seu passaporte ao Supremo Tribunal Federal, embora o prazo só termine na terça-feira, cumprindo determinação do ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão. Com o objetivo de impedir qualquer tentativa de fuga dos condenados no julgamento do mensalão, o ministro determinou ainda que os nomes dos 25 réus sejam incluídos na lista de "procurados e impedidos" da Policia Federal nos aeroportos. Dirceu classificou a decisão do ministro de "puro populismo jurídico e violação dos direitos dos réus ainda não condenados, pois o julgamento ainda não terminou". Chamou a medida de "exagerada". O relator, que não admite ser contrariado nem pelos seus colegas do STF, não está gostando nada das críticas de Dirceu, que alega estar exercendo o direito à liberdade de expressão vigente em nossa democracia.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

bate-boca

O ministro Joaquim Barbosa, que não admite ser contrariado, voltou a bater boca com seus colegas na retomada do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira. A certa altura de uma discussão o ministro Marco Aurélio Melo chegou a dizer, dirigindo-se ao ministro Barbosa, que sorria: "Não sorria que a coisa é séria. O deboche não cabe no Supremo". E acrescentou: "Não admito que V.Exa. suponha que todos aqui neste plenário sejam salafrários". Relator do processo do chamado mensalão o ministro Barbosa determinou nesta quarta-feira que a Policia Federal recolha o passaporte dos 25 réus, para impedir que eles fujam do país. Agora pergunta-se: se Dirceu e Genoíno não fugiram do país nem quando corriam risco de vida, durante a ditadura militar, será que fugiriam agora?

Obama reeleito

O presidente Barack Obama foi reeleito nos Estados Unidos para mais um mandato de quatro anos, como queria o mundo, menos a direita israelense. Ele foi reeleito com 303 votos do colégio eleitoral, contra 206 dados a Mitt Romney. Os votos dos hispânicos foram decisivo para sua reeleição. No seu discurso,em meio às comemorações em todo o país, ele garantiu que "o melhor ainda está por vir". E enquanto ele recebia cumprimentos dos chefes de Estado do mundo inteiro, inclusive da Presidenta Dilma Roussef, a direita israelense esperneava. Os deputados direitistas do partido Likud se declararam decepcionados. Um deles disse: "Obama não é bom para Israel". O deputado Dany Daron chegou a dizer que "não se pode confiar em Obama". O mundo, no entanto, respirou aliviado, pois temia o recrudescimento da guerra fria e até a eclosão da terceira guerra mundial, se Romney fosse eleito, com o seu possível apoio a um ataque israelense ao Irã. O lamentável é que na mesma eleição os habitantes do Colorado e de Washington aprovaram a legalização do uso recreativo da maconha, contrariando posição do governo federal, que considera a droga de alto risco e sem teor medicinal. Agora é torcer para que Obama cumpra as promessas pacifistas de retirada das tropas do Iraque e do Afeganistão e o fechamento da base de Guantânamo, em Cuba. E contribua para a efetiva consolidação da paz em nosso planeta.

Justiça??

Dizia-se antigamente que "decisão judicial não se discute: cumpre-se". Hoje virou rotina questionar-se decisões judiciais, especialmente da Corte Suprema, talvez porque poucos se convencem de que as decisões realmente fazem justiça. Em Roraima questiona-se a decisão do Supremo Tribunal Federal que assegurou a um reduzido número de índios a propriedade de uma vasta extensão de terras na região denominada de Raposa Terra do Sol, onde muita gente que produzia arroz foi obrigada a deixar a área e hoje vive em dificuldades. Existe uma preocupação de que essas terras possam servir de corredor para a entrada de estrangeiros na Amazonia, onde a ameaça de internacionalização é antiga. Também se questiona a decisão do STF que aboliu a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista, ao contrário das outras profissões. E agora se questiona as condenações sem provas dos réus do chamado mensalão, estribadas apenas na "teoria do domínio total". O ex-ministro José Dirceu disse no Acre que os ministros do STF "sucumbiram às pressões da imprensa no julgamento do mensalão", opinião compartilhada por muita gente, inclusive juristas. Ao falar no 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, no Acre, Dirceu defendeu a restauração da exigência do diploma para jornalistas e a regulação da mídia. Por causa disso certamente vai continuar sendo o alvo predileto da chamada Grande Imprensa.

Fim da picada

A falta de segurança no Brasil chegou às raias do absurdo: até a própria polícia já está com medo dos bandidos. Mais de 90 policiais foram mortos nos últimos três meses em São Paulo, onde todo santo dia morre mais de 10 pessoas assassinadas. Em entrevista à televisão, sem mostrar o rosto, alguns policiais confessaram que estão com medo. Um deles chegou a dizer que antigamente tinha orgulho em vestir o uniforme da PM e hoje não coloca o uniforme nem no varal, com medo de ser identificado como policial. Não sai de casa, não vai a shopping e os filhos deixaram de ir à escola. Nesta terça-feira os dois filhos de um policial foram baleados e um deles morreu. O governo federal, através do Ministério da Justiça, e o governo de São Paulo resolveram unir-se no combate à criminalidade. Os paulistas esperam que esse casamento consiga, efetivamente, lhes restaurar a segurança há muito perdida. O interessante é que a chamada Grande Imprensa dá mais ênfase ao julgamento do mensalão do que à insegurança em São Paulo.

Seleção

A seleção brasileira de futebol continua mal na foto. De acordo com o ranking da Fifa a nossa seleção, sob o comando de Mano Menezes, passou a ocupar o 13º lugar, depois da Colombia, Russia, Croácia, Uruguai e até da Grécia. Enquanto isso os nossos hermanos argentinos estão em terceiro lugar. As vitórias sobre seleções fracas, como a da China, não chegaram a impressionar o pessoal da Fifa, como, de resto, ninguém. E corremos o risco de fazer feio justo quando a Copa acontecerá no Brasil.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Eleição nos EUA

O mundo acompanha com enorme interesse a eleição presidencial nos Estados Unidos, nesta terça-feira, consciente da importância daquele país para o destino de todos. O resultado, porém, só deverá ser conhecido na madrugada desta quarta-feira, mas em todo o planeta a torcida era pela reeleição do presidente Barack Obama.As últimas pesquisas davam conta de um empate técnico, com ligeira vantagem para Obama, mas segundo observadores o resultado é imprevisível, não apenas devido a apertada disputa como, também, diante da possibilidade de fraude. Na Pensilvânia, por exemplo, um eleitor denunciou que uma urna estava programada para dar os votos de Obama a Mitt Romney: ele votou em Obama, mas ao apertar a tecla correspondente a foto que aparecia era a de Romney. Um funcionário informou que o problema havia sido solucionado com a "recalibragem" da urna, mas não disse o que aconteceu com os votos fraudados. Se eu fosse americano também votaria em Obama, pois creio que a eleição de Romney poderá levar o mundo a uma nova situação belicista, pois ele é uma versão melhorada de Bush.

Obsessão

Os líderes do PSDB e do PPS continuam obcecados em ligar o ex-presidente Lula ao chamado mensalão. Estimulados por matéria publicada pela revista "Veja", eles entraram nesta terça-feira, na Procuradoria Geral da República, com um pedido de abertura de inquérito para apurar SE Lula teve participação no esquema do mensalão. Eles disseram, textualmente, no pedido: "Á época dos fatos existia uma intensa ligação política e pessoal entre o representado (Marcos Valério) e o ex-ministro José Dirceu, entendido como chefe da quadrilha pelo Supremo Tribunal Federal. Nesta perspectiva, indaga-se: a teoria do domínio do fato, utilizada para condenar Dirceu, não poderia ser aplicada - e com muito mais razão - ao chefe do próprio Dirceu?" Os oposicionistas também pedem ao Procurador para instar a "Veja" para que ela apresente "indícios" do envolvimento de Lula. Como é fácil perceber, no seu pedido os líderes dos dois partidos oposicionistas acabam confirmando a ausência de provas contra Dirceu e, mesmo sem querer, atribuem ao STF a responsabilidade por tê-lo condenado sem provas, baseado apenas na "teoria do domínio do fato". Dizem, ainda, que foi o STF que "entendeu" que Dirceu era o chefe da quadrilha, ou seja, que o Supremo estribou-se apenas na declaração de Roberto Jefferson, inimigo figadal de Dirceu. E como o processo do mensalão praticamente se baseou em recortes de jornais, querem que a "Veja" não forneça exatamente provas contra Lula, mas apenas "indícios". Será que alguém consegue levar tal oposição a sério??

De volta

Depois de ligeiras férias, que aproveitei para visitar Belém e algumas cidades do interior do Maranhão, estou de volta. Em Belém vi de perto a situação caótica da agência do Basa da Pedreira, onde os funcionários trabalham sob um calor infernal e todos os caixas eletrônicos estavam quebrados. O Abdias, porém, está mais preocupado em perseguir os velhinhos aposentados e pensionistas do Banco. Lamentável.