terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dia D

A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira, em clima agitado,  a proposta do governo fixando o salário mínimo em R$ 545. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, esteve lá para dizer aos deputados que um aumento maior do que aquele valor pode provocar um descontrole fiscal nas contas públicas e pressionar a inflação. Apesar da advertência, tem parlamentar defendendo um mínimo de R$ 560, que é a proposta das centrais sindicais, e R$ 600, a proposta dos tucanos. O líder do DEM, o baiano ACM Neto, com uma arrogância maior do que o seu tamanho, disse: "Entendemos que o valor de R$ 560 é compatível com o orçamento, pode ser pago. Cortando despesas inúteis e avaliando com maior realismo as receitas, dá para pagar R$ 15 a mais".
Nesse mesmo diapasão, num visível teatro para a platéia, o deputado tucano Paulo Abi-Ackel, de Minas, disse: " O PSDB tem sua proposta. Além dela, tem a receita derivada de estudos técnicos importantes, nos quais constam que é absolutamente possível  pagar o salário de R$ 600 - e a ressalva - desde que reorganizada a economia, refeito o orçamento e estimados corretamente os cálculos relativos à Previdência".É visível o discurso para o público, sem qualquer preocupação com os problemas econômicos em jogo.
O raciocínio é lógico:  seria ótimo para todo mundo se o salário mínimo fosse elevado para R$ 1 mil. Se o governo pudesse dar um aumento superior a R$ 545 é claro que daria, pois isso seria muito bom para a sua popularidade. Se não o faz certamente não é por maldade, birra ou disposição para prejudicar o trabalhador  mas porque tem o dever de manter a economia forte e a inflação controlada. E sabe as implicações de uma decisão eleitoreira.

Um comentário:

Unknown disse...

A proposta do PSDB é uma piada.