sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Pobre Brasil
Não consigo mais ler o noticiário diário sem sentir vontade de vomitar. É tanta hipocrisia, tanta insinceridade, tanta encenação, especialmente entre os políticos, que fica difícil acreditar em alguém. A julgar pela imagem projetada pelas declarações de pretendentes ao governo e pelas manchetes dos grandes jornais, o Brasil está a beira da falência. A impressão que se tem é que são raros os que estão realmente preocupados com o país e a situação do seu povo: a esmagadora maioria só quer se dar bem, não importa se para atingir seus objetivos atropelem as leis e destruam o opositor. Alguns sequer se importam com a estabilidade e a soberania do país, preferindo o caos como caminho para a conquista do poder. Parte expressiva da população, influenciada pelo noticiário da chamada Grande Imprensa, perdeu a capacidade de pensar, preferindo, por comodidade ou preguiça mental, aceitar os fatos como transmitidos pela mídia que, a cada nova manchete, vai ficando desacreditada. O povão já não consegue acreditar nem mesmo na Justiça que, depois da atuação do ministro Joaquim Barbosa, perdeu a isenção. Parece que ela levantou a pontinha da venda nos olhos para ver a quem penalizar. Há até quem acredite que se Jesus Cristo viesse agora ao Brasil, pregando o “amai-vos uns aos outros”, seria considerado subversivo, condenado pelo ministro Barbosa e conduzido à prisão sob os holofotes da mídia. E ainda sinto o estômago embrulhado...
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Afronta
A cada nova decisão do Supremo Tribunal Federal fica mais evidente a armação do julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão, para atingir o PT e, de tabela, o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Roussef. Agora foi a vez do ministro Marco Aurélio Mello revelar-se afinado com o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, nas decisões que atendem aos interesses do grupo político controlador da chamada Grande Imprensa, cujo comportamento é nitidamente anti-PT ou, mais precisamente, anti-Lula/Dilma: como relator do processo sobre o esquema de cartel e propina no metrô de São Paulo, que envolve os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alkmin, ele decidiu desmembra-lo para ser julgado separadamente, pelo Supremo e pela Justiça paulista, considerando que apenas quatro dos indiciados tem foro privilegiado - os deputados Arnaldo Jardim, Edson Aparecido, José Aníbal e Rodrigo Garcia, os três últimos ocupando atualmente secretarías do governo Alkmin. Esta decisão, embora constitucionalmente correta, contrasta com a decisão tomada pela Corte em 2012, por 9 votos a 2, aprovando parecer do ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, contrária ao desmembramento solicitado pelos advogados, embora dos 35 réus apenas quatro tivessem direito a foro privilegiado. E o ministro Marco Aurélio, que agora decide pelo desmembramento do processo envolvendo tucanos, votou contra o mesmo procedimento no caso do mensalão, atropelando a Constituição que o Supremo tem o dever de defender. Como é fácil perceber, é nítida a posição política de parte dos membros da Corte Suprema, cujo atual presidente, longe de agir como magistrado, atuou no julgamento do mensalão como instrumento dos interesses políticos do grupo que controla a Grande Imprensa. E nem se preocupou em disfarçar sua ojeriza ao petismo, o mesmo petismo que o colocou na cadeira do STF. O fato é que a sua atuação, escandalosamente passional, está contribuindo para que a Corte Suprema perca o respeito que sempre teve do povo brasileiro, o que é facilmente constatável pelas críticas ácidas postadas diariamente nas redes sociais. Um internauta chegou a perguntar: "De onde Lula tirou o Joaquim Barbosa? Das profundezas do inferno?" Até então nunca ninguém ousara criticar as decisões do Supremo que, depois do ministro Joaquim Barbosa, se tornaram uma afronta à democracia e um desrespeito à inteligência do povo brasileiro.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Férias
Logo após decretar a prisão do deputado João Paulo Cunha, condenado a 6 anos e 4 meses de reclusão no processo do chamado mensalão, o ministro Joaquim Barbosa entrou de férias e provavelmente viajará para o seu apartamento em Miami, nos Estados Unidos, que comprou através de uma empresa da qual é presidente, mesmo proibido pela Constituição Federal. Barbosa antecipou as férias, marcadas para começar no próximo dia 10, provavelmente para escapar do assédio da imprensa que, por certo, lhe pediria explicações sobre por que só não tem tempo para decidir sobre a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson. Na sua ausência a presidência do Supremo Tribunal Federal será exercida pela ministra Carmem Lúcia até o dia 19, quando será ocupada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Enquanto isso o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves, marcou para o dia 4 de fevereiro uma reunião da Mesa da Casa para tomar uma decisão sobre o destino do mandato de João Paulo Cunha. Como o Congresso Nacional se mantém de joelhos diante do ministro Barbosa, aceitando ordeiramente todas as suas intromissões embora tenha instrumentos constitucionais para freiá-lo, ninguém se surpreenderá se a Mesa da Câmara decidir pela cassação de João Paulo. E o ministro deve aproveitar as férias para treinar o samba no pé e se preparar para o carnaval quem vem por aí...
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Intervenção
O Maranhão está sob a ameaça de intervenção federal, como consequência da onda de violência que assola os presídios, onde em 2013 foram mortos 62 detentos, e a própria capital maranhense. A governadora Roseana Sarney respondeu nesta segunda-feira à interpelação da Procuradoria Geral da República, que pediu explicações sobre a situação do sistema prisional do Estado. Entre outras coisas, a governadora atribuiu ao ex-secretário de Administração Penitenciária, Sérgio Tamer, a culpa pela situação, acusando-o de deixar "um ambiente viciado" nos presídios. Ela também acusou o juiz-auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça, Douglas Martins, de dizer "inverdades" em seu relatório. Acusou ainda a Justiça de morosidade no julgamento dos processos dos presos. E afirmou que já investiu R$ 131 milhões no reaparelhamento das unidades prisionais do Maranhão. Depois de analisar o relatório do CNJ e a resposta da governadora Roseana Sarney o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, decidirá se pedirá ou não ao STF a intervenção no Estado do Maranhão. A coisa está ficando feia...
Entreguista
Depois que deixou o Palácio do Planalto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encontrou solução para todos os problemas do país. Em artigo publicado no domingo último nos jornais "O Globo" e "Estado de São Paulo", FHC revela que tem solução para tudo, inclusive para a Petrobrás que, segundo ele, não deveria participar dos leilões do pré-sal. Justiça seja feita: ele mantém a coerência entreguista, defendendo maior aproximação com os Estados Unidos e a ampliação das privatizações. O ex-presidente, pelo visto, ainda não desistiu do projeto de privatizar a Petrobrás e o Banco do Brasil e, também, de entregar a Base Espacial de Alcântara, no Maranhão, para os norte-americanos. Para isso está contando com a vitória de Aécio Neves.
Raivoso
Depois do "rebolation" no clube do Andaraí, onde testou sua popularidade distribuindo sorrisos e apertos de mão, o ministro Joaquim Barbosa parece que voltou mais raivoso contra os petistas. Sem tempo para decidir sobre a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, que continua passeando em sua possante moto nos arredores do seu sitio no Rio de Janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal encontrou tempo nesta segunda-feira para negar o recurso e encerrar o processo do deputado João Paulo Cunha, determinando o imediato cumprimento da sua pena de 6 anos e 4 meses de prisão. Isso significa que a qualquer momento ele decretará a prisão do deputado petista. Em dezembro último, em pronunciamento da tribuna da Câmara Federal, o deputado João Paulo Cunha desafiou o presidente do STF a dizer "o que eu desviei". Enquanto isso, dando continuidade à perseguição dos petistas, a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal determinou que o ex-deputado José Genoíno pague uma multa de R$ 468 mil por sua condenação por corrupção. E ainda dizem que não foi um julgamento político...
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Dedo sujo
É surpreendente a sem cerimônia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em sua mensagem de fim de ano, fala de “patifaria política” e “corrupção”, dos outros, como se o seu governo tivesse sido um primor de retidão e honestidade. Depois de começar a sua mensagem dizendo que “o ano que termina não foi dos melhores para o país”, ele prevê, como pitonisa do pessimismo, “nuvens pesadas rondando a economia” e “inflação perigosa”. E, mais adiante, sem tremer as bochechas, afirma: “Há, entretanto, sinais alentadores: a população tomou as ruas para exigir melhor qualidade de vida, demonstrando inconformidade com a patifaria política e com a corrupção”. Para quem comprou votos de parlamentares para a aprovação da emenda da reeleição e abafou todas as investigações sobre corrupção no seu governo, inclusive impedindo a instalação de CPIs, a afirmação revela um tremendo cara-de-pau. Em sua mensagem o ex-presidente FHC disse, ainda, que “o Supremo Tribunal Federal mostrou que mesmo os poderosos têm de obedecer as leis, pagando os desvios de comportamento com o preço da liberdade”. Se o STF tivesse realmente mostrado que “os poderosos têm de obedecer as leis” ele certamente também estaria na cadeia, junto com outros tucanos de alta plumagem envolvidos no esquema de propinas do cartel de trens do metrô de São Paulo. E nem precisaria da “teoria do domínio do fato”, bastando as provas reveladas pelo livro “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória, onde se pode ver as negociatas do seu governo que a conivência da chamada Grande Imprensa escondeu. É esse homem, que quase encravou no Maranhão uma nova Guantânamo, que agora aponta o dedo sujo para os outros. Remember o senador Demóstenes Torres...
Assinar:
Postagens (Atom)