quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Surpresa

O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do Mensalão, surpreendeu todo mundo nesta quinta-feira ao contrapor-se ao voto do relator Joaquim Barbosa e votar pela absolvição de todos os crimes imputados ao deputado João Paulo Cunha, acusado de corrupção passiva, peculato, etc. Nas manchetes desta quinta-feira os jornalões, sempre afinados quanto ao enfoque, disseram que Lewandowski confirmara o desvio de verbas públicas e pedira a condenação dos réus. Quero ver as manchetes desta sexta-feira que, certamente, deverão ironizar o voto do revisor, que não tomou a direção por eles esperada, e destacar a réplica do ministro Joaquim Barbosa. Sim, porque o relator prometeu para segunda-feira responder aos argumentos do revisor que, por sua vez, pediu direito à tréplica, inicialmente negada pelo presidente Ayres Brito. Na minha ignorância em ciências jurídicas, já que não sou advogado, tive minha atenção despertada para dois pontos: primeiro, o revisor afirmou que não há nenhuma prova dos crimes imputados a João Paulo Cunha, ao contrário do que disse o relator; e, segundo, não entendo por que Barbosa se julgou ofendido e precisa responder aos argumentos de Lewandowiski. Isto porque imaginava que bastaria a cada um manifestar seus argumentos e dar o seu voto, deixando aos demais aceitar ou não a argumentação de cada um. A reação do ministro Barbosa me parece que está mais para advogado de acusação do que relator. Se ele for responder a todos os ministros que contrariarem o seu voto esse julgamento vai se estender até o próximo ano.

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