sexta-feira, 7 de março de 2014

Conversa

Os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, conversaram durante cerca de uma hora nesta sexta-feira, pelo telefone, sobre a questão da Ucrânia. A Casa Branca informou, através de nota, que o presidente Obama disse a Putin que “as ações da Rússia eram uma violação à soberania e integridade territorial da Ucrânia”. Também através de nota o Kremlin informou que o presidente Putin disse a Obama que “as relações dos dois países não deveriam ser prejudicadas pelos problemas na Ucrânia”. Ainda segundo a nota, o presidente russo destacou a importância das relações entre os dois países para garantir a estabilidade e segurança no mundo. “Essas relações não devem ser prejudicadas por desacordos sobre problemas internacionais, mesmo que extremamente importantes”, acrescentou. Como se recorda o presidente dos Estados Unidos, com o apoio da União Européia, ameaçou a Rússia com sanções econômicas, caso insistisse numa ação militar contra a Ucrânia. Tomara que o bom senso tenha presidido a conversa dos dois presidentes, afastando a ameaça de guerra.

terça-feira, 4 de março de 2014

Perigos

O desespero dos que pretendem tomar o poder no país, diante das perspectivas de derrota reveladas pelas pesquisas que indicam a reeleição da presidenta Dilma Roussef no primeiro turno, está conduzindo os que fazem oposição ao governo, especialmente os veículos da chamada Grande Imprensa, por um caminho extremamente perigoso. Convencidos da impossibilidade de derrotar a candidata petista pelos canais naturais proporcionados pela democracia – o voto – os oposicionistas apelam para fórmulas terroristas que ninguém pode prever onde pode desaguar. Enquanto a apresentadora do jornal do SBT, Rachel Sheherazade, convoca uma “marcha com a família” nos moldes daquela que há 50 anos culminou com o golpe militar; e extremistas e desordeiros convocam pelas redes sociais manifestações contra a Copa, inclusive com atentados aos atletas; a “Folha de São Paulo”, um dos principais jornais do Brasil e um dos mais importantes porta-vozes do grupo político e econômico que quer derrubar a presidenta Dilma, aposta no clima de instabilidade como meio de atingir seus objetivos. No seu “Blog da Cidadania”, o jornalista Eduardo Guimarães diz que “é nesse contexto que, no segundo dia útil desta semana, o jornal Folha de São Paulo publica editorial em que lamenta a perenidade da aprovação e das altas intenções de voto de que desfruta a presidente Dilma Rousseff, mas lembra que há uma luz no fim do túnel para os que disputarão com ela a Presidência da República”. Diz o editorial: “Incapazes de entusiasmar o país com um projeto de mudança, os adversários de Dilma terão de confiar nos embates de campanha e na propaganda eleitoral para conquistar terreno. Sua maior esperança, porém, reside no clima de instabilidade política que se vê em todo o país –algo que nenhum candidato controla, mas que afeta sobretudo aqueles que estão no poder”. Guimarães lembra que “essa coalização bizarra, que reúne mídia, extremistas de esquerda e de direita, não se dá conta de que se desmoralizou com a violência nos protestos. Recente pesquisa Datafolha mostra que esse movimento é cada vez mais repudiado. Mas, claro, não se sabe que nível de “instabilidade política” essa coalização entre os extremos do espectro político pode pretender”. Tais fatos, como é fácil constatar, evidenciam o desespero dos que pretendem tomar o poder a qualquer preço, mesmo que para isso promovam a desmoralização do Brasil no exterior com manifestações que sugiram, ao resto do mundo, um clima de insegurança e despreparo para a realização de grandes eventos. São esses maus brasileiros que querem ocupar o Palácio do Planalto.

Tensão afrouxada

Apesar da tensão, diante da possibilidade de uma guerra, o presidente Vladimir Putin disse nesta terça-feira que a Rússia só usará a força militar na Ucrânia como último recurso. Acrescentou que a “Rússia se reserva o direito de usar todas as opções na Ucrânia para proteger seus compatriotas que estão vivendo lá um clima de terror”. As declarações do presidente russo foram dadas durante uma entrevista coletiva em sua residência, nos arredores de Moscou. Putin garante que houve um golpe inconstitucional na Ucrânia e que o presidente deposto, Viktor Yanukovich, ainda é o líder legítimo do país, mesmo tendo sido obrigado a entregar o poder. Segundo ele, ainda não há necessidade de usar a força militar, mas afirmou que essa possibilidade existe. Para reduzir as tensões, porém, ele ordenou nesta terça-feira que as forças militares em exercício próximo da Ucrânia retornassem às suas bases. Enquanto isso os Estados Unidos, como resposta à posição russa, ameaçam, de comum acordo com a União Européia, sanções econômicas contra a Rússia. De qualquer modo, pelo menos por enquanto, as tensões entre Ocidente e Oriente se afrouxaram depois que as forças militares russas retornaram às suas bases. Tomara que os lideres das grandes potências envolvidas se conscientizem de que o mundo não é só deles...

Hora de colher

Há um antigo dito popular que reza: “Se queres conhecer o vilão, dá a ele o bastão”. Quando indicou Joaquim Barbosa para integrar os quadros do Supremo Tribunal Federal obviamente o então presidente Lula não pretendeu conhecer o vilão, mas homenagear os negros com a nomeação de um representante da raça para a mais alta corte de Justiça do país. Infelizmente, porém, não apenas Lula, mas todo o país está estarrecido diante das atitudes de um homem que, cobrindo-se com a toga de magistrado, age como déspota, tirano, todo poderoso, atropelando tudo e todos e até a própria Lei que tem o dever de cumprir. Deslumbrado com a luz dos holofotes, que o colocou até na corrida sucessória para a Presidência da República, ele não respeita ninguém, nem os outros poderes nem seus próprios colegas. A respeito dele, o jornalista Hélio Chaves escreveu, no blog “Rádio do Moreno”: "Tenho medo de homens forjados por holofotes, que surgem do nada, saem de cartolas mágicas num piscar de olhos e que, da noite para o dia são vertidos como salvadores da pátria, do mundo ou um pseudo caçador de marajás. Figuras que se transformam em seres soberbos, prepotentes, de egos inflados...” Arrogante e prepotente, ele ainda não se deu conta de que tudo é passageiro, inclusive a sua presença na presidência do STF. E depois que deixar o cargo, especialmente se efetivamente antecipar a sua aposentadoria, os holofotes se apagarão e ele voltará à escuridão de onde saiu, esquecido inclusive por aqueles que o incensaram. E, então, passará a colher o que semeou em sua breve passagem pela mais alta Corte do país.

domingo, 2 de março de 2014

Dilema

O presidente da Assembléia Legislativa do Maranhão, deputado Arnaldo Melo, poderá frustrar o plano da Governadora Roseana Sarney de eleger indiretamente o atual secretário de Infra-estrutura, Luis Fernando Silva, para sucedê-la no Palácio dos Leões. Roseana pretende concorrer ao Senado nas próximas eleições de outubro, mas como o Estado está sem vice-governador, nomeado para o Tribunal de Contas, ela teme renunciar, pois Arnaldo assumiria interinamente o governo e seria ele próprio candidato ao cargo, contando para isso com o apoio da oposição. Segundo o secretário das Cidades, Hildo Rocha, Roseana só se desincompatibilizará para disputar o Senado se houver consenso da base governista em rorno do nome de Luis Fernando. “Não havendo consenso, Roseana Sarney se manterá no comando do estado até o dia 31 de dezembro deste ano, data em que se encerra o seu mandato”, acrescentou Hildo Rocha.

Sistema em ruinas

Em sua coluna na “Folha de São Paulo”, neste domingo, o renomado jornalista Jânio de Freitas classificou como gritante insensatez o fato do ministro Joaquim Barbosa ter admitido, em alto e bom som, que elevou as penas dos réus do chamado mensalão para evitar a prescrição. “Imaginar a mais alta corte do país a fraudar os princípios básicos de aplicação de justiça, com a concordância da maioria de seus integrantes, é admitir a ruína do sistema de Justiça do país”, disse o jornalista, acentuando que a tolerância com a truculência tem sido a regra geral, inclusive na maioria do próprio Supremo. E acrescentou: “A sem-cerimônia com que o presidente excede os seus poderes e interfere, com brutalidade, nas falas de ministros, só se compara à facilidade com que lhes distribui insultos”. Por sua vez, o senador Roberto Requião, do PMDB paranaense, também criticou o presidente do STF em seu twitter, neste domingo, dizendo que “independente da lei, Joaquim Barbosa resolveu aplicar a sua vontade e não o código penal”. Mais adiante, disse o senador: “Pode ser a favor ou contra a condenação de petistas no STF, só não pode apoiar o atropelamento da lei pelos ministros e o presidente”. Requião ironizou ainda a regalia do tesoureiro do PT, Delubio Soares, preso no presídio da Papuda:"Pensei que hoje ia comer uma costela com o [senador Paulo] Paim, mas ele viajou. Me resta ir a um mercado comprar uma lata de feijoada 'regalia' do Delúbio. A lata de 430 gr de regalia do Delubio (feijoada Bordon) custa R$ 4,00. Mais ou menos o preço da comida de um preso. Feita em casa é barata", finalizou.

Politico

Em entrevista à rádio CBN, o cientista político Cláudio Couto, da Escola de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, disse que o ministro Joaquim Barbosa fez “acusações gravíssimas” aos seus colegas Luis Roberto Barroso e Teori Zavascki e, também, à presidenta Dilma Roussef e ao Senado, que os indicou e aprovou, ao afirmar que a absolvição dos réus do chamado mensalão foi “feita sob medida”. E acrescentou: "O que Barbosa fez foi acusar os dois colegas de tribunal de irem para lá com uma missão, a de desfazer o resultado desse julgamento. Seria como dizer que eles são juízes de encomenda". O cientista político disse ainda que a declaração do presidente do STF "coloca em xeque não só os dois colegas, mas acaba colocando também numa situação muito complicada a presidente da República, e, com isso, o Senado que os aprovou". Na sua opinião, "muito mais do que um posicionamento judicial, Barbosa fez um discurso político – como ele verbalizou, que era necessário 'alertar a nação' – voltado para a sociedade. Pode se dizer que, de alguma forma, o ministro jogou para a torcida". Segundo Couto, "expor à execração pública seus colegas de corte e desqualificar a natureza dessa decisão enfraquece a natureza das instituições".