quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pancadaria

A mais recentes pesquisas do Ibope e do Datafolha parece que ofereceram novo alento ao candidato tucano Aécio Neves. Segundo essas pesquisas ele subiu na intenção de votos (quatro pontos no Ibope e dois pontos no Datafolha), o que o levou a pensar que, apesar de permanecer no terceiro lugar bem distante da segunda colocada, Marina Silva, a batalha ainda não está perdida e que, portanto, teria possibilidades de chegar ao segundo turno com a presidenta Dilma Roussef. Sem dúvida é muito otimismo para quem vem patinando no mesmo lugar desde o início da campanha eleitoral. Apesar da mudança de ânimo provocada entre os tucanos, porém, poucos acreditam que Aécio ainda tenha tempo para recuperar o terreno perdido e ultrapassar a candidata do PSB que, embora registrando ligeira queda nas últimas pesquisas, parece consolidada no segundo lugar. Aparentemente o quadro eleitoral já está definido, com Dilma e Marina no segundo turno, restando, portanto, ao candidato do PSDB preparar-se para ser o fiel da balança na decisão final. Se seguir os conselhos do seu ídolo e guru Fernando Henrique Cardoso, ele deverá pender para a candidata do PSB, a quem chamou de “metamorfose ambulante”. O candidato tucano, na verdade, se pretender efetivamente apear o PT do poder, como insiste em seus discursos, terá de engolir os seus insultos a Marina e alinhar-se a ela, o que, afinal, não será tão difícil, pois além da convergência de ambos para os projetos neoliberais a aliança terá as bênçãos do ex-presidente FHC e dos formuladores da política econômica do seu governo. Resta saber, no entanto, se ele conseguirá transferir seus votos para a ex-senadora acreana depois de considerá-la amadora e sonhática. A tarefa parece muito difícil, ainda que ele consiga, com a sua língua afiada, desdizer tudo o que disse da candidata pessebista durante a campanha eleitoral. Diante do panorama eleitoral pintado pelas pesquisas, porém, que mostram Marina Silva perdendo substância e a presidenta Dilma Roussef ganhando musculatura, não está de todo descartada a possibilidade da candidata petista vencer o pleito ainda no primeiro turno, o que parece muito difícil, mas não impossível. A dificuldade maior a ser superada por ela nesta reta final da campanha será a chamada Grande Imprensa oposicionista, que não lhe dá trégua, amplificando tudo o que se revela negativo para o seu governo e pode influenciar o voto de eleitores menos avisados. Agora mesmo escandalizaram o informação do IBGE de que a desigualdade parou de crescer, como se isso fosse um fato gravíssimo. Vejam bem: parou de crescer, não caiu. Prossegue, também, a exploração diária da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás. A TV Globo, por exemplo, em seus jornais, afirmou que Costa “confessou” à Policia Federal ter recebido de propina R$ 1,5 milhão de reais para a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. E acrescentou: “O depoimento foi gravado, criptografado e guardado em cofre, para evitar vazamentos, porque corre em segredo de justiça”. Cabe, então, uma perguntinha: se o depoimento tem toda essa proteção para garantir o seu sigilo como é que a Globo soube da suposta confissão? Só existem duas alternativas para explicar a notícia: ou a Globo mentiu ou tem alguém, entre os participantes do inquérito, passando informações para a emissora. Neste último caso como fica a autoridade do Ministro da Justiça? De uma coisa ninguém tem dúvidas: com o crescimento de Dilma a Grande Mídia oposicionista também vai intensificar a campanha contra o governo dela, como uma última tentativa para impedir a sua reeleição. Os seus proprietários não conseguirão eleger o seu candidato, o tucano Aécio Neves, que foi o maior prejudicado com a morte de Eduardo Campos - antes do acidente ocupava com folga o segundo lugar – mas vão jogar todo o peso da sua influência em favor de Marina Silva, caso se confirme a sua presença num eventual segundo turno, porque o seu objetivo principal é arrancar o PT do Palácio do Planalto. Graças à internet, porém, essa mídia comprometida já não têm o mesmo poder de antes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em se tratando de ética política é evidente que a Marina aceitará de bom grado os votos do Aécio. Político nenhum rejeita votos, venham de onde vieram, sejam quem for os donos.
Em política a ética (ou a falta dela) vale mais que o nome da mãe.
E se eles vendem até a mão, que dirá os votos éticos.